Já são 07:30 da manhã.
Estamos saindo do hospital, e Pietro acaba de receber alta. Passamos a noite em claro.
Giovanna ficou com ele no quarto e eu aguardando na recepção. Não quis incomodá-los ou ser invasivo.
Eu já havia ultrapassado muitos limites.
Quando o médico passa na sala e libera o Pietro, uma das enfermeiras me chama pra avisar e eu vou vê-lo.
Está bem melhor e até animado. Parece ter gostado da ideia de poder desenhar e escrever no gesso.
- Tio Nero! - Ele chama minha atenção do banco de trás do carro. - O senhor quer escrever no meu gesso?
- Mas é claro, rapaz! Vou ser o primeiro. - Olho para ele pelo reflexo do espelho retrovisor.
- E o Enzo pode ir lá em casa?
- Pode sim, pode deixar que eu levo ele pra ir te visitar.
-Ele tá mais calmo? Sua irmã falou alguma coisa? - Giovanna fala pela primeira vez desde que iniciamos o percurso dentro do carro.
-Tá sim.
Ela passou a maior parte do tempo em silêncio ao meu lado. Me dispus a ir dirigindo pois ela estava com um semblante muito cansado hoje pela manhã.
- Nero, se não for incômodo, você pode passar em uma farmácia, por favor?! Preciso comprar os remédios.
- Oxi! Claro, Dona.
- Dona... - Ela diz rindo. - Você não para, né?!
Dou de ombros.
Estaciono o carro em frente a uma farmácia.
- Tu quer ficar no carro e eu vou lá comprar?! - Pergunto.
- Não, obrigada! Eu preciso ir comprar algumas coisas também.
- Então nós esperamos aqui, né cabrinha?! - Digo olhando para o banco de trás.
- Ah, mas eu também quero ir tio.
- Então vamos todo mundo. - Ela diz saindo do carro e abrindo a porta de trás. - Pietro, você não vai ficar querendo que eu compre bala fini não, né?!
- Só um pacotinho, por favorzinho! Já acabou as minhas.
- Você comeu aquilo tudo, garoto?!
Sigo atrás deles escutando a conversa. Pietro vai direto para a sessão de doces e ela para o balcão de atendimento.
Pietro vem até mim.
- Tio Nero, vem me ajudar a escolher. - Ele segura minha mão e sai levando até o local de doces.
De longe, observo a Dona pegar uma cestinha e sair pelos corredores escolhendo algumas coisas.
- Esse é bom tio? - O Pietro balançar meu braço.
- O quê?
Me perco na conversa e não sei o que ele perguntou, quando volto minha atenção para ele escutamos um barulho. Vem de onde a Giovanna estava.
Aparentemente alguém esbarrou nela, ou ela esbarrou em alguém.
Essa mulher vive esbarrando nas pessoas?!
Pela minha estatura consigo enxergar de longe e vejo que é um homem. Um homem com aparência familiar para mim. Já o vi em algum lugar, só não estou lembrado onde.
Ela não vai surtar com ele?!
Os dois engatam em uma conversa, até amigável pode-se dizer. Pietro fala comigo algo que eu não consigo entender ou me concentrar no que seja.
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Dona
Любовные романыGiovanna é uma mulher sistemática, organizada, metódica e monótona. Tudo em sua vida muda quando após um acidente ela precisa se adequar a uma nova realidade. Adaptar-se a uma nova vida para cuidar de uma criança que agora está sob sua responsabilid...