AUTORA POV.
Depois daquela corrida, Tom e Selena decidiram caminhar pelo jardim do hospital.
Eles pegaram seus casacos e saíram para fora do hospital.
O jardim estava florido, com flores brancas, rosas, amarelas, de diversas cores, todas estavam cobertas por uma leve camada de neve, que as deixavam esbranquiçadas.
— Qual é sua flor favorita? — Tom pergunta para a garota de olhos verdes, que examinava cada flor com um brilho no olhar e um leve sorriso no rosto.
— Tulipas rosas. — Selena respondeu, Tom a olhava como se quisesse uma explicação. — Meu pai costumava me dar uma tulipa rosa toda vez que voltava do trabalho, porque tinha uma floricultura no nosso bairro.
Sua feição era feliz, mas ao mesmo tempo triste.
Selena sentia saudade de seu pai, por mais que visse ele todos os dias, sentia falta de seu pai amoroso e carinhoso, que cuidava de sua filha e esposa, não de seu pai com problemas com álcool.
Jeff tinha problemas com álcool, um certo vício, mas quando se casou com Maggie, ela o ajudou a se curar.
Com seu acidente, tudo foi por água abaixo, essa dependência voltou, e isso estragou grande parte de sua vida.
Ele se tornou agressivo, desempregado e solitário, ele nunca ousou tocar um dedo em Selena, mas nunca esteve presente o suficiente para isso.
— E a sua? — A morena pergunta, os olhos do garoto saem das flores e vão para os olhos de Selena, que observavam Tom com atenção.
— Peônias vermelhas. — Kaulitz responde. — Elas representam riqueza, paixão e beleza exuberante, me identifico. — Ele continua falando com um sorriso maroto no rosto.
Selena ri e se levanta, parando no lado do mesmo.
Eles começam a caminhar lado a lado, passando pelo caminho de concreto, deixando pegadas na neve.
O ar era pesado e frio, batia nos rostos e os arrepiava, a ponta dos dedos congelados.
Os flocos brancos e gelados caíam lentamente, deixando tudo mais romântico.
O inverno era romântico, ele deixava as pessoas mais próximas, querendo aproveitar qualquer fonte de calor, deixava os narizes gelados e vermelhos, as pessoas eram mais elegantes no inverno.
Os casais entravam dentro da coberta e assistiam filmes de romance, com canecas cheias de chocolate quente e cookies quentinhos e cheirosos.
— Você gosta do seu nome? — Selena pergunta, depois de alguns minutos em silêncio. — Nunca me falou qual é seu nome, é vergonha?
Tom ri e olha para baixo, voltando a olhar para o rosto da garota.
Ele demorou um tempo para responder, observando as feições da garota, em seu nariz arrebitado, em sua boca rosada e seus olhos que ficavam mais verdes com a presença da neve.
— Não, eu gosto do meu nome. — Ele responde.
— Tom, Tom Kaulitz. — O garoto enfim conta como se chama.— Olha, combina com você, Tom Kaulitz. — Ela falou e sorriu simpática, sem mostrar os dentes.
— Quantos anos você tem? — Selena pergunta, voltando a olhar para frente, para as árvores que balançavam enquanto o vento batia nelas.
— 19, a idade de curtição. — Ele responde, sorrindo ladino.
— E você está aqui, comigo, em um hospital.
— E eu gosto, não pense que eu acho ruim. — Tom falou baixo. — Já tive meus anos de curtição adiantados.
— Ia muito para festas, baladas? — Selena pergunta.
— Sim, todo final de semana. — Ele responde. — Tinha dezesseis anos.
— Nossa, que novo. — O tom de voz dela era genuinamente surpreso. — Eu até hoje nunca fui para uma balada, e a última festa que fui, eu tinha treze anos. — Ela dá de ombros.
— Assim como eu falei, você é muito séria, precisa se divertir. — Tom a provoca, batendo seu corpo levemente contra o dela.
— Eu sei me divertir, Tom Kaulitz. — Ela retruca.
— Agora só vai me chamar assim, né? — Tom fala e revira os olhos, sorrindo.
Selena ri.
— Eu apenas me divirto com outras coisas, como ler, passar as tardes aqui, e escrever. — A garota fala a última palavra quase como um sussurro.
— Eu ouvi o refrão que escreveu, ficou muito bom. — Tom falou, olhando para seus pés.
— E sua voz é muito boa, canta bem. — Ele continua.Selena sente suas bochechas corando, ninguém nunca a ouviu cantando, além de sua mãe.
— Obrigada. — Ela responde em um sussurro.
— Vamos entrar? Tô congelando. — Tom fala em um tom brincalhão.
— Viu, foi trazer um casaco da finura de um papel. — Selena responde, arrancando uma risada sincera do trançado.
— Desculpa, mãe. — Kaulitz responde, zoando com ela.
— Tudo bem, filho. — Selena responde entrando na brincadeira, fazendo os dois rirem.
— Eu vou na lanchonete comprar uma água. — Selena avisa.
— Tá, eu vou subir, rapidão.
Tom sai de perto da garota e vai para o elevador, ele entra no mesmo e aperta o quarto andar.
Ele para de andar quando chega no quarto 483.
— Com licença, Maggie. — Kaulitz fala entrando no quarto da ruiva.
Ele se lembrou de como Selena ficou abismada com o fato dele nunca ter lido Orgulho e preconceito, então decidiu ler.
— Não conta pra Selena, isso será nosso segredo.
— Ele fala brincando e pisca para a mulher deitada, enquanto pegava o livro de cima da mesinha.Ele vai para o corredor e anda até seu quarto, guardando o livro dentro do armário.
SELENA POV.
Comprei minha água e subi para a área de lazer do hospital, lá tem sofá e tevê, que tem netflix.
Sento no sofá e coloco qualquer filme para rodar na televisão.
Depoia de um tempo, Tom entra na sala.
— Como sabia onde estava? — Perguntei, olhando para ele.
Seus olhos castanhos profundos me observavam atentamente.
— Não está no quarto, nem na lanchonete, onde mais estaria. — Ele responde e eu apenas dou de ombros.
Kaulitz se senta ao meu lado, o sofá afunda com a sua presença, me fazendo ficar mais perto dele.
— Se quiser ficar mais perto de mim, é só falar, não precisa cair pro lado. — Tom fala, me provocando.
— Não, seu chato, eu cai porque seu corpo fez peso no sofá e me fez cair. — Reviro os olhos.
Olho para ele e ele está me olhando, seus olhos cintilantes e seu leve sorrisinho estampado.
— O que foi? — Pergunto, enquanto não consigo evitar que um sorriso surgisse nos meus lábios.
— Você é tão fácil de irritar, esquentadinha. — Tom fala me provocando mais uma vez.
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Haunted boy || Tom Kaulitz
FanfictionUma história curta, mas cheia de suspense e momentos que valem a pena a leitura ;) "Eu passava horas do meu dia, semanas, meses aqui, no hospital, esperando ansiosamente por minha mãe acordar, desejava com todo o meu ser ouvir com a sua voz que não...