007: The day keeps getting worse...

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SELENA POV.

*Dia do funeral...*

Estava terminando de me arrumar no meu quarto, havia colocado meu vestido preto, meia calça que parecia transparente, mas na verdade eram bem quentinhas.

Estava finalizando minha maquiagem, fiz um delineado básico e passei lápis de olho na linha d'água.

Meus olhos estavam vermelhos e inchados, minha boca estava vermelha e seca.

Finalizei com um gloss marrom de glitter e borrifei um pouco de perfume de flores.

Saio do quarto e vejo que meu pai já estava me esperando para irmos para o cemitério, pego meu casaco na chapeleira e saio de casa.

Eu estava sem ânimo para tudo, minhas pernas estavam cansadas e minha voz se recusava a sair, mas eu tinha que me preparar para o discurso que vou fazer.

Eu realmente não queria isso, primeiro que meu pai convidou pessoas desnecessárias, que nem ligavam para minha mãe, viva ou morta.

E segundo, eu não quero que eles ouçam o discurso, porque pelo que eu me lembro, nenhum deles se preocupou quando ela entrou em coma.

E terceiro, eu ainda estava brava com Jeff, por não ter falado comigo antes de desligar as máquinas.

Droga, ela era minha família também!

Eu tinha esse direito!

Caminho lentamente pelas calçadas, meu salto fazendo um barulho alto e estridente a cada passo na neve que eu dava, deixando pegadas por todo o trajeto.

Mas algo estranho estava acontecendo, eu sentia que havia alguém me seguindo.

Olho para trás, desconfortável com essa sensação, mas ninguém estava lá, era apenas uma rua vazia, sombria e iluminada.

O dia estava lindo, o sol estava radiante, por mais que ainda estivesse um clima congelante.

O vento soprava frio, e as árvores estavam vazias, sem nenhuma folha, todas no chão.

Eu acredito que seja minha mãe, lá do céu.

Ela que fez esse dia ser lindo e claro, sua estação favorita era o verão, e ela fez com que parecesse um dia quente e fresco, por mais que minhas mãos e ponta da nariz congelavam.

Finalmente chegamos no enterro, depois de uma triste e longa caminhada.

O sentimento de estar sendo observada continuava a me incomodar, mas ignoro e fico na fileira na frente do caixão aberto.

Eu sempre pensei na possibilidade desse momento, estar enterrando minha mãe morta, mas nunca, em nenhum momento da minha vida, pensei na dor que seria ver ela deitada no caixão, com os olhos fechados e os braços cruzados.

Algo em mim ainda tinha fé que seu peito ia abaixar e subir de novo, que ela ia acordar e voltar para casa de novo, e que nós seríamos uma família normal novamente.

Ela iria ajudar meu pai com seu vício de bebida, me ajudaria a superar os traumas da escola.

Em pouco tempo, o lugar começou a encher, pessoas começaram a se posicionar para o padre poder começar.

Passo meu olhar pelo cemitério, procurando por aquela pessoa.

Olho para todos os lados, mas não o acho.

Minha atenção é voltada para o padre quando ele começa a falar.

Suspiro triste e olho para o chão, me sentindo extremamente esgotada e exausta.

Haunted boy || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora