Sentido Aranha, parte 3

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Bokuto

Assim que coloquei os olhos em Osamu, senti curiosidade. Daquelas que eu não sentia há muito, aquela curiosidade que me faz querer que ele seja meu amigo, e consequentemente, ir lá fazer amizade com ele. Nós ficamos conversando com ele por bastante tempo, e acho que a essa altura ele já estava bem a vontade; eu reparei como ele estava tenso ao chegar, e agora ele já se sentia em casa. O que é ótimo! Fico feliz que Osamu se sinta assim.

A conversa estava muito interessante, até que Akaashi me puxa para longe de todo mundo e me fez sair da piscina. A princípio fiquei meio chateado com ele, já que não sabia o motivo do afastamento repentino. Ganhei um beijo rápido dele, que me fez perder toda a pose de irritado.

— Desfaz essa carinha, vai. — Ele diz, enquanto se secava e vestia um short.

— Não vou. Você não me disse porque saímos da piscina, Kaashi, estava legal lá!

— Eu sei, Kou, mas aqui também vai ficar legal.

Aah. Entendi. Me sequei mais rápido, vestindo apenas a minha camiseta, o que foi uma ideia meio estúpida porque a parte de cima do biquíni ainda estava molhada e marcou na blusa.

Keiji pegou na minha mão e me levou para dentro da casa de Kiyoomi, passando pela sala de estar até chegarmos num corredor pequenininho que tinha uma porta só, provavelmente um banheiro, algo assim. Meu coração acelerou só pela ideia de que Akaashi ia me beijar agora.

— N-não é falta de educação sair andando pela casa dos outros, Akaashi? — Murmurei, só para preencher o silêncio. Ele deu uma risadinha, escondendo a boca com as costas da mão.

— Não quando essa pessoa é Kiyoomi e esse canto da casa é praticamente inabitável.

Percebi o olhar dele mudar, e sabia que ele também estava morrendo de vontade de beijar. Abracei sua cintura e o puxei para mais perto, então, pressionando meus dedos na sua pele. Ouvi a resposta sonora a isso, e dei um sorrisinho.

— Então acho que tudo bem...

Senti suas mãos na minha nuca, fazendo carinho no meu cabelo, então diminuímos o que restou de distância entre nós. Toda vez que nos beijamos, parece a primeira vez, é sempre diferente e bom de um jeito especial. Como eu estava mais perto da parede, Akaashi foi me empurrando até eu encostar nela, praticamente me prendendo.

Em alguma parte do beijo, onde eu já estava totalmente rendido a Akaashi e suas mãos, uma imagem e uma sensação vieram como um tapa na minha mente; imaginei como deveria ser bom beijar Akaashi e Osamu... juntos. Não consegui pensar por muito mais tempo, já que uma mordida na língua me fez voltar a realidade.

— Ai, Kaashi! Tá com fome, é?! — Ele deu um passo para trás, me soltando.

— Porra, desculpa, Kou! Foi sem querer, sério — não consegui ficar bravo com ele tão preocupado, então comecei a rir.

— Tudo bem, Kaashi. Não doeu tanto assim... estava pensando em outras coisas? — Não que eu também não estivesse...

Akaashi travou, como se eu tivesse lido sua mente. Ele ficou vermelho de repente, e desviou os olhos.

— Hã, bom, sobre isso... — segurei sua mão, acariciando-a com o polegar — o que você achou do Osamu?

Ah não. Será que essa era uma daquelas perguntas que casais fazem um com outro quando estão com ciúmes? Espera, Akaashi está com ciúmes? Somos um casal?

— Hã... existe alguma possibilidade da minha resposta me comprometer? — Eu tive que perguntar!

— O quê? Não, claro que não — ele negou com a cabeça, franzindo a sobrancelha. — Eu só fiquei curioso, acho.

Les; bokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora