Capítulo Quarenta e Seis

150 101 9
                                    

Edu Dawson Robinson:

Acordei sentindo um peso sobre o meu peito e segui os olhos lentamente até encontrar Marcos, que dormia tranquilamente, todo esparramado sobre mim. Segundo ele, o melhor jeito de dormir com conforto é ficar por cima de mim e me abraçar com força.

Ouvi um resmungo vindo da babá eletrônica; Lúcio já estava quase despertando e soltando alguns murmúrios. Lentamente, tirei Marcos de cima de mim, e ele logo abraçou meu travesseiro. Notei que estava usando uma das minhas camisas.

Saí do quarto e entrei no de Lúcio, que continuava soltando murmúrios. Peguei-o no colo, e ele soltou alguns murmúrios de alegria, tentando perceber se havia sujado a fralda. Nada aconteceu, então aproveitei para ir em direção ao andar de baixo.

— Agora, seremos apenas você e eu por um tempo — falei, delicadamente beijando sua testa; Lúcio soltou um risinho.

Enquanto preparava a papinha e a mamadeira, percebi-o ficando ainda mais feliz ao observar o que estava fazendo. Em seguida, coloquei-o na cadeirinha e me sentei à sua frente. Zeus passou por mim, deu uma olhada no pote de ração dele e, ao perceber apenas a ração sem nenhuma guloseima, lançou-me um olhar decepcionado.

Esse cachorro, pelo visto, possui uma personalidade forte. No entanto, quando Lúcio ignorou a papinha, batendo na colherzinha e jogando um pouco no chão, Zeus apareceu e lambeu tudo, radiante.

A sala estava repleta de uma atmosfera aconchegante enquanto Lúcio, entretido com a colher, começava a explorar os sabores da papinha. A luz suave da tarde iluminava a cena, destacando os pequenos gestos que compunham aquele momento especial.

Enquanto isso, Zeus, o fiel companheiro de quatro patas, permanecia ao nosso lado, demonstrando sua lealdade. Seu olhar expressivo acompanhava cada movimento, especialmente quando Lúcio, de forma lúdica, deixava cair um pouco da papinha no chão. O olhar decepcionado anterior transformou-se em uma expressão de puro contentamento quando Zeus prontamente lambeu o chão, agindo como o aspirador de migalhas não oficial da casa.

A dinâmica única entre nós três criava uma cena encantadora, onde as diferentes personalidades se entrelaçavam, proporcionando momentos de risos e ternura. O som suave da mamadeira sendo manipulada e as risadinhas de Lúcio criavam uma melodia reconfortante que preenchia o espaço, formando memórias que perdurariam na intimidade daquele lar.

Ouvi passos e, de repente, Marcos surgiu, acompanhado por Mat, que segurava a mão do pai enquanto esfregava os olhinhos.

— Eu recebi uma pequena visita na cama — Marcos disse, sorrindo.

Mat se aproximou de mim, e eu o peguei no colo, enquanto Lúcio soltava uma risadinha para o irmão.

— O que quer comer, campeão? — perguntei.

— Omelete — Mat disse, ainda me abraçando com um toque de manha.

Marcos riu, pegou Lúcio nos braços e distribuiu beijos pelo rostinho do caçula, criando um instante caloroso e cheio de ternura que preenchia a sala. A presença da família unia-se em gestos simples, tornando aquele momento um retrato encantador de afeto e conexão.

Enquanto preparava o omelete na cozinha, os risos e murmúrios familiares preenchiam o ambiente. Mat, ainda aconchegado em meus braços, ocasionalmente lançava olhares curiosos ao redor, absorvendo cada detalhe com seus olhinhos brilhantes.

Ao voltar com o omelete pronto, coloquei Mat na cadeirinha ao lado de Lúcio. Os dois irmãos trocavam olhares cúmplices, revelando a conexão especial que compartilhavam. Marcos, por sua vez, continuava a distribuir carinhos e beijos entre os pequenos, consolidando um momento familiar pleno de carinho e harmonia.

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora