– Não é possível, não é possível... – Repetia Luísa sussurrando pra si mesma
– Tia, vai ficar tudo bem calma. – Dizia Poliana no abraço da mulher acariciando suas costas
Luísa ainda com raiva e preocupação sai do abraço da sobrinha.
– Você conseguiu o que queria, meus parabéns, Otto.
– Eu nunca quis nada disso, você que dificultou e só deixou isso mais traumático. – Afirma Otto
– Mais? Olha o que você tá fazendo com una criança! Ela é só uma menina! – Exclama
– Exatamente, ela é só uma criança e eu sou o pai dela!
– Se você realmente se preocupasse teria pedido a guarda dela desde o início, mas não, você preferiu adiar isso. – Solta um riso irônico. – Você é a droga de um ogro, Pendlenton!
– Eu sendo um ogro ou não, a Poliana é minha filha e a guarda dela está comigo você querendo ou não! – Diz irritado. – Não dá pra fugir agora, não mais.
Luísa estava tensa e até mesmo com medo de toda aquela situação, se sentia sozinha, ela sentia que tinha que proteger a menina de um monstro.
– O que foi? O que você acha que eu vou fazer? Machucar a Poliana? – Perguntava incrédulo o homem
– Acha? Eu tenho certeza, Otto. – Diz rude
– Bom, eu não estou preocupado com o que você acha ou deixa de achar, a Poliana está sobre minha responsabilidade agora.
– Infelizmente ela está, mas não por muito tempo. – Afirma Luísa
– Até parece que a justiça vai dar razão a você, uma desequilibrada. Você devia agradecer pela sua sobrinha ficar com alguém estável.
– Estável? Você? Você é a droga de um manipulador, Otto! Um manipulador que não liga pra ninguém a não ser você mesmo. – Bufa. – Não vem querer pagar de bom moço agora.
– Eu não preciso pagar de bom moço, eu sou o pai, a menina fica comigo. – Diz autoritário. – E você? Vai fazer o que?
– Eu não vou deixar minha sobrinha com um maluco.
– Tia, tá tudo bem. Eu vou ficar bem. – Diz a menina se aproximando da mulher
– Não, Poliana, você não tem ideia do que ele pode fazer, eu não vou te deixar sozinha.
– Seja como você quiser, Luísa. Tem um quarto com duas camas no final do corredor.
– Ótimo, então eu vou ficar com a minha sobrinha. – Afirma com um olhar fuzilador para Otto
– Está bem. – Concorda retribuindo o mesmo olhar da mulher
Depois de um tempo, Luísa e Poliana já estavam deitadas em suas novas camas. Luísa se sentia incomodada naquele colchão, com o coberto que a cingia, com tudo. Ela estava com os olhos marejados pensando em tudo e como se sentia sozinha por mais que não estivesse. Sabia do poder que Otto tinha e isso lhe deixava ainda mais apavorada, respiração rápida, a mulher estava ofegante, tentava se controlar, mas era em vão. Se sentia sufocada até pela própria face.
Depois de uma longa noite, principalmente para Luísa que não conseguiu dormir, o dia começa. Poliana já estava pronta para ir pra escola enquanto Luísa acordava. Ao ver a menina ela dá bom dia e percebe que Poliana continuava animada, mesmo depois de tantas lágrimas caídas no dia anterior.
A menina chama tia pro café, mas a mulher recusa e vai fazer a suas higienes pessoais.
Depois de um tempo, Luísa aparece na cozinha onde Otto estava sozinho, Poliana já havia ido a escola, ela pega um copo de água sem ao menos ter contato físico com o homem e vai pro quarto novamente.
Minutos depois enquanto Otto estava trabalhando a campainha toca, era Marcelo. O mais velho deixa o rapaz entrar e o espera em pé.
– Bom dia, Marcelo.
– Bom dia. – Diz seco. – Você pode chamar a Luísa pra mim?
– Posso, só um momento.
Otto vai até o quarto delas e bate na porta, Luísa vai até lá e abre.
– O que você quer? – Pergunta rude
– O Marcelo está aí.
Luísa não fica contente com a notícia, sabia como ele iria reagir com toda aquela situação.
Ela chega até a sala e eles vão para a fora da mansão pela ordem de Marcelo.
(Teremos em torno de um capítulo a cada dois dias)
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I need to be saved - luotto
RomanceDepois de tanto tempo em São Paulo após a morte dos pais, Poliana nunca pensaria que o seu pai biológico estaria na grande capital, ou melhor, ela nunca pensaria que o seu pai de criação não é seu pai biológico. Por sorte, ela já o conhecia, eram am...