Novo parisiense

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Depois de dois dias, Luísa e Marcelo ainda não tinham conversado, o clima estava bem tenso entre eles.

Era a manhã de um domingo ensolarado, Otto e Poliana estavam na mesa e Luísa chega, estava ajeitando o cabelo que estava com uns fios bagunçados e se senta.

– Bom dia, gente. – Diz servindo um copo de suco

– Bom dia, tia!

Poliana e Luísa começam a conversar. Depois que, finalmente, o assunto acaba, Otto coça a garganta.

– Eu vou ter que ir esta noite para a Europa, é uma reunião importante. Será que você poderia ficar com a Poliana, Luísa? – Pergunta se dirigindo a mulher

– Claro que fico, sem problemas.

– E pra qual país você vai? – Pergunta Poliana curiosa

– Ah, vou pra França, mas terça eu já tô de volta.

– Entendi.

Eles continuam a comer.

Já era seis da tarde, Otto arrumava sua mala enquanto Luísa e Poliana faziam um lanche na cozinha.

Após terminar a organização, Otto fecha a mala e vai até a cozinha.

– Já estou indo, meninas. – Diz pegando a chave do carro em cima da mesa

– Tchau, senhor Pendlenton! – Diz abraçando o mais velho

Otto retribui o abraço da garota e acena pra Luísa. Ele sai da casa e vai em direção ao aeroporto.

Já era duas da madrugada, Otto assistia o quarto filme da noite, não conseguia pegar no sono, apesar de estar morrendo.

Depois de mais uma hora tentando, o homem finalmente consegue fechar os olhos.

– Senhor! Senhor! – Exclama a aeromoça cutucando Otto

– Oi... – Diz acordando

– Já chegamos, sua mala está aqui.

– Ah sim, já vou. – Diz tirando seu cobertor

Otto ajeita as coisas e passa um pente no seu cabelo, pega a mala e sai do avião, logo percebe o frio que estava e puxa seu casaco. Ele anda até o banheiro do aeroporto e faz suas higienes pessoais, coloca uma camisa nova e mantém a mesma calça. Sai do banheiro e toma o café da manhã em uma cafeteria.

Já era meio-dia e Otto já estava em uma hospedagem, sua reunião seria às duas da tarde. Querendo passear pelo "novo ambiente" decide ir em busca de um local pra almoçar.

Ele andava pelas ruas da tão famosa capital, Paris. Clima incrível, pessoas bem arrumadas, artistas de rua sendo prestigiados, muitas crianças, era feriado na cidade do amor. Muitas famílias, casais apaixonados, jovens, amigos iam se divertir no centro do amor.

Otto quando ia entrar em um restaurante tem sua atenção voltada a uma vitrine, tinha uma linda pelúcia de um vaga-lume, era lilás e muito delicado, não era um brinquedo, parecia um objeto de decoração.

Ele entra na loja e logo é atendido, sem pensar duas vezes ele compra o que apreciava para a filha. Depois vai até um restaurante e faz sua refeição.

Já era quase a hora da tal conferência, Otto toma um banho e coloca seu terno, todo preto, o homem estava realmente muito bonito, além do perfume marcante que ele usava.

Ele pega um táxi e vai até o prédio que aconteceria a conferência. Chegando lá, ele adentra o local e se serve um café.

– César?! – Diz uma mulher bem arrumada chegando perto do homem

– Gabriela? – Pergunta surpreso. – Não sabia que você vinha.

– Meu Deus! Quanto tempo! Como estão as coisas? – Pergunta colocando um pouco de café em uma xícara

– Tudo certo sim, e lá na Inglaterra? Conseguiu se adaptar?

– Consegui sim, inclusive o Lucas veio, ele vai amar te ver. – Diz deixando a xícara na mesa. – Vou chamar ele.

Gabriela sai e volta brevemente com o irmão, Lucas.

– Pendlenton?! Caramba, achei que era o conto do vigário. – Diz apertando a mão do velho amigo. – Achei que vossa senhoria tinha até morrido.

– Vaso ruim não quebra. – Comenta Gabriela

– Ah sim... entendi, Gabriela. – Diz Otto irônico

– Mas e como estão as coisa lá em Sampa? Faz tempo que não vejo a Ali, e a Stella? Deve tá grande, né? – Pergunta Lucas roubando o café da irmã

Gabriela ao ouvir a pergunta pisa fortemente no pé do irmão fazendo o mesmo gemer.

– Desculpa, César, esse Lucas...

Otto solta um risinho.

– Não tem problema, não tem como ele saber mesmo. – Deixa a xícara na mesa. – A Stella faleceu e depois a Alice também.

– Nossa, eu sinto muito. Eu realmente não sabia. – Diz sem graça

– Não tem problema, Lucas, isso faz muito tempo. Mas me diz, estão preparados pra essa sessão de tortura?

– Sinceramente, não. Não sei nem por que eu vim. – Comenta Gabriela

– Veio pra deixar essa experiência um pouco melhor pra mim, maninha.

Eles são chamados para se sentarem e ambos se sentam lado a lado. Na frente deles tinha o nome da empresa que representavam.

Torturante, esse é sim o melhor termo pra descrever o que foi aquela conferência, foram cinco horas sentado naquela cadeira, tirando os dois intervalos de dez minutos. Todos estavam exaustos, mas, pelo menos, conseguiram resolver diversas pendências e dificilmente aconteceria uma reunião dessas novamente.

– E aí, Pend, topa um barzinho? – Sugere Lucas afrouxando a gravata

– Barzinho, Lucas? Pelo amor.

– Isso aqui é Paris, César. Um bar aqui é o equivalente a um restaurante de luxo no Brasil.

– É... pode ser, mas o meu voo sai daqui a pouco, tenho que ir.

– Tá com tanta pressa por que? Quem vem pra Paris ficar um dia?

– Eu, Gabi.

– Credo, Pendlenton, anima aí. Só una rodada e você volta pro "Brazil". – Insiste Lucas

– O próximo voo é só amanhã. Eu tenho filha em casa, crianção.

– Ué, e como eu não sei disso? Ninguém comentou, é recém-nascida? – Questiona Gabriela

– Loga história, sem tempo pra explicar. Já vou indo. – Diz tirando seu paletó da cadeira e o colocando sobre os ombros

Otto sai do local e pega um táxi em direção ao hotel. Após um banho quente ele pega o celular e vê que Luísa respondeu sua mensagem, estava tudo bem em São Paulo. Ele, mais aliviado, se arruma, pega suas malas e começa a andar até a esquina do hotel, lá passavam vários táxis.

Quando estava prestes a acenar para um motorista percebe na vitrine de uma loja um kit, era um cavalete, várias telas e um conjunto de tintas. Ele pensa na hora em Luísa e pensa em comprar, talvez isso compensaria a consciência dele.

Otto entra na loja e vai até o cavalete e os demais acessórios. Um atendente vem até ele e explica sobre a qualidade do material, era realmente muito boa. O homem compra, e já atrasado segue em direção ao aeroporto em um táxi.

I need to be saved - luottoOnde histórias criam vida. Descubra agora