Ajuda é sempre bem-vinda

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Marcelo se afasta da mansão 242 com Luísa no carro.

Estando em uma praça ele se vira pra noiva furioso.

– QUE DROGA É ESSA, LUÍSA?! – Pergunta revoltado. – VOCÊ DORMIU NA CASA DE OUTRO HOMEM SEM NEM ME FALAR?

– O que você queria que eu fizesse? Deixasse a Poliana sozinha com ele? – Pergunta indignada com tal acusação

– Ué, ele não é pai dela?

– É sério isso? Ela é só uma menina e eu não confio naquele maluco. – Afirma

– Mas ele confia até demais em você né. – Diz irônico. – Só você não vê que ele tem segundas intenções com você.

– Isso é sério? Marcelo, ele foi casado com a minha irmã e a única coisa que eu sinto por ele é ódio.

– Acredito sim, Luísa. – Diz irônico

– Eu não posso deixar minha sobrinha desamparada.

– E eu Luísa? Como você acha que eu estou com você dormindo na mesma casa de um homem que não sou eu?

– Marcelo, eu te peço paciência, mas eu não posso fazer nada.

– Você pode sair de lá e vir morar comigo.

– Eu não posso deixar a Poliana! – Exclama

– Abaixa o tom, eu só estou sendo óbvio. Ou o que? Você gosta de morar com ele?

– Como é que é? Eu gostar de morar com o Pendlenton? – Pergunta incrédula

– Bom, se você não gosta eu tenho a certeza que ele sim. – Afirma

– Eu não vou ficar aqui ouvindo isso. Com licença. – Diz se levantando e virando meio corpo

Marcelo a puxa com força de volta pro banco e continua pressionando seu braço.

– É melhor você não fazer nenhuma bobagem, Luísa. Você é minha mulher, entendeu? – Pergunta com raiva no olhar e serrando o punho livre

Luísa assinte com a cabeça e ele a solta deixando as marcas de seus dedos na pele da mulher.

Ela segue a pé até um banheiro público e lava o braço conseguindo disfarçar as marcas e a vermelhidão. Ela estava acostumada com esse tipo de comportamento vindo do noivo, principalmente depois que sua mãe morreu.

Era noite na mansão 242, Luísa estava penteando o cabelo da sobrinha quando Sara anuncia o jantar. Ambas seguem até a mesa onde Otto já se servia. Elas se sentam e em silêncio todos comem, quer dizer, Poliana falava sem parar como sempre. O clima continuava tenso entre Otto e Luísa, ambos se olhavam com desprezo e tensão, Luísa iniciava, Otto retribuía.

Depois do jantar acabar, Luísa segue para o quarto e Poliana fica mais tempo na sala conversando com Otto.

Mais uma noite se passa e dá espaço pra manhã. Luísa acorda sozinha no quarto, Poliana já estava na mesa do café. Rapidamente a mulher se troca e segue pra sala de estar. Estava apenas Otto sentado a mesa, sua sobrinha já havia ido pra escola. Com desgosto, Luísa se senta a mesa.

– Dormiu bem? – Questiona Otto em um tom amigável

Luísa assinte com a cabeça e serve o suco.

– A Poliana disse pra te dar tchau. Ela deve que ir mais cedo... Um trabalho eu acho.

– Tá bem. – Concorda seca

Após comerem Luísa pega sua bolsa e ia indo em direção a porta.

– Vai sair? – Pergunta Otto ainda sentado

– E isso é da sua conta? – Pergunta grossa

– Tá certo, perdão.

Luísa sai a passos pesados da casa e vai até seu local de trabalho.

Já era hora do almoço, Poliana havia mandado uma mensagem para Otto dizendo que ficaria na casa da Kessia até as seis e como o homem sabia que Luísa não voltaria pra almoçar decidiu ir até um restaurante perto da 0110.

Chegando lá ele se senta e faz o pedido, enquanto estava terminando de fazer um documento formal da 0110 ouve uma voz familiar da mesa ao lado. Ele se vira e vê Luísa falando com o garçom. Assim que ela termina de pedir se vira um pouco de lado e vê Otto. Luísa bufa e se vira pra frente.

– Boa tarde pra você também, Luísa. – Diz Otto irônico

– Tarde. – Responde seca sem olhar pro mesmo

O pedido de Otto chega, ele fecha o notebook e começa a comer.

Luísa acaba antes de Otto e já sai para o caixa. Enquanto ela estava acabando de pagar o homem também entra na fila.

Luísa sai do restaurante e Otto paga a conta.

Ambos já estavam a caminho de seus respectivos trabalhos, a direção era praticamente a mesma. Luísa estava bem a frente e em um descuido ela acaba indo mais rápido do que deveria e furando seu pneu em um buraco. Na hora ele freia com tudo e acaba batendo sua cabeça no volante fazendo um pequeno corte na testa, por sorte ela estava praticamente encostada na calçada, não atrapalhando o trânsito.

– DROGA! – Exclama a mulher batendo no volante

Luísa sai do carro ainda descabelada e olha para o pneu, ele estava murcho.

– Tinha que acontecer isso né, tinha. – Reclama Luísa

Otto estava chegando perto do local e vê o que tinha acontecido e estaciona rapidamente e vai até Luísa.

– Luísa?! Você tá bem? – Pergunta quando vê o corte na testa da mulher, por mais que fosse superficial algumas gotas de sangue caia sobre seu rosto

– O que você acha? – Pergunta irritada enquanto colocava alguns fios de cabelo para atrás da orelha

– O que aconteceu com o carro?

– Pneu.

– Você não acha melhor ir pra um posto de saúde só pra fazer um curativo?

– Não precisa. Acho que vou chamar o mecânico e vou de táxi. – Diz enquanto limpava o rosto com um pedaço da sua manga se olhando no retrovisor

– Você tem o pneu extra aí? – Pergunta Otto

– Tenho, mas não sei trocar.

– Posso te fazer esse favor se quiser. – Oferece Otto

– E você não tem que ir pra 0110?

– A empresa não vai desmoronar, pelo menos eu acho. Não vai demorar muito.

– Então tudo bem. – Diz Luísa ainda resistente a ajuda

Luísa abre o porta-malas e Otto tira o pneu reserva de lá.

– Tem lenço umedecido no meu porta-luvas, o carro está aberto. – Diz enquanto tirava o pneu furado

– Obrigada.

Luísa entra no carro de Otto e limpa o ferimento com os lenços enquanto ele trocava o pneu.

Depois de um tempo, Otto termina o que fazia e Luísa agradece novamente. Ainda com as mãos sujas de graxa, o homem se retira.

E, enfim, ambos vão para seus destinos.

I need to be saved - luottoOnde histórias criam vida. Descubra agora