05. A obsessão de Benoit

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À medida que as eleições se aproximavam, a atmosfera na Mansão Chromos se tornava elétrica. O ar estava carregado de tensão, e as reuniões secretas, agendadas pelo Professor Alber, eram o epicentro desse turbilhão de emoções. O local escolhido para esses encontros, uma sala ampla e ricamente adornada com detalhes moráfeis, exalava uma aura misteriosa que aumentava a ansiedade de todos os presentes.

O Professor Alber entendia a magnitude do que estava em jogo e a importância de manter os planos em segredo absoluto. Para garantir a confidencialidade, decidira que os moráfeis deveriam recolher-se mais cedo, em torno das 20h, proporcionando um momento de silêncio e solidão na mansão, fundamental para as reuniões secretas.

No entanto, a mente inquisitiva de Benoit não conseguia aceitar o desconhecido. Ele ansiava por desvendar os mistérios que rondavam as reuniões e o futuro dos moráfeis. Naquela noite, ele decidiu que era hora de agir. Com sua habilidade incrível em artes marciais, ele se moveu com agilidade e furtividade, explorando os corredores silenciosos e sombrios da mansão.

Cada passo era uma dança silenciosa, uma coreografia de adrenalina e determinação. O cenário ao redor era surreal, com paredes adornadas com símbolos ancestrais que pulsavam uma energia ancestral. O eco de seus próprios passos aumentava a ansiedade de Benoit, enquanto ele se aproximava da sala onde a verdade se escondia.

Ao ficar junto à porta, Benoit controlava a respiração, seus sentidos amplificados captando o murmúrio das vozes de Leroy e sua ajudante, infiltrando-se na sala. A conversa era como uma tempestade em sua mente, devastadora e chocante. Leroy, em quem todos confiavam, planejava extinguir a raça dos moráfeis, acreditando ser o único e mais poderoso de todos.

A revelação o atingiu como um golpe, inundando-o de desespero e ira. Ele estava diante de uma encruzilhada, seu coração dividido entre proteger seu povo ou manter essa terrível verdade escondida. A decisão iminente pesava como um fardo insuportável, e Benoit sabia que não poderia fugir da responsabilidade que o destino havia colocado em seu caminho.

No dia seguinte, movido pela urgência de sobreviver e pela necessidade de proteger sua própria existência, Benoit desenvolveu uma estratégia astuta. Com coragem mascarada pela ansiedade, ele caminhou até a sala de Leroy, o coração batendo descompassado, e bateu à porta.

Ao entrar na sala, Benoit, utilizando todo seu poder de persuasão, começou a tecer uma teia de mentiras e meias verdades. Ele sussurrou no ouvido de Leroy sobre um segredo que poderia garantir sua vitória nas eleições, despertando o interesse do ambicioso líder. As palavras traiçoeiras de Benoit ecoaram na sala, alimentando a esperança de Leroy enquanto sua paranoia o tornava vulnerável.

Com um sorriso falso, Benoit disse que estava disposto a ajudar Leroy, mas com uma condição: garantir sua própria e única segurança. Leroy, cegado por suas ambições, concordou, sem perceber que estava caindo na armadilha do próprio desespero. Benoit agora estava em uma posição delicada, equilibrando-se na linha tênue entre sobrevivência e lealdade, sabendo que cada passo que dava o afastava mais da verdade e o aproximava da proteção que tanto necessitava. A sua sobrevivência dependia da sua habilidade em jogar esse perigoso jogo duplo.

Chromos - Ascensão dos MoráfeisOnde histórias criam vida. Descubra agora