Chromos - Ascensão dos Moráfeis

19. Nos recantos mais obscuros da alma, desperta a revelação.

Gael estava determinado a alcançar o local onde Theo o aguardava, pronto para expor as verdades ocultas. Porém, seu caminho foi bloqueado por Benoit, o aliado sombrio de Leroy. A tensão no ar era palpável, e os olhares de determinação e desafio trocados entre os dois deixavam claro que uma batalha estava prestes a começar.

Benoit, com um sorriso arrogante, segurado um frasco em suas mãos, provocou Gael:

— Achou que seria fácil, gatinho? Acha que consegue deter o poder do composto de Leroy?

Gael manteve a calma, focando sua energia. Sabia que era uma batalha que não podia perder, não apenas por si mesmo, mas pela verdade e pelos Moráfeis que dependiam dele. Com concentração total, ele formou uma esfera de luz em sua mão.

— O verdadeiro poder vem da justiça e da verdade. Você não passa de um peão nas mãos de Leroy. Está na hora de acabar com isso!

Gael lançou a esfera de luz em direção ao frasco contendo o composto. Benoit, subestimou a precisão e a determinação de Gael. A esfera atingiu o frasco, lançando-o para longe.

A ira tomou conta de Benoit. Ele rugiu de rancor, se ofendendo com a atitude de Gael em intimidá-lo.

— Isso acabou, Benoit. A verdade sempre prevalece - declarou Gael, seguro de sua vitória.

Benoit, em fúria, não perdeu tempo. Avançou descontroladamente na direção de Gael, desferindo golpes de Kung Fu com uma velocidade impressionante. Cada golpe era como um lembrete vívido das atrocidades que Leroy tinha cometido, da dor que tinha infligido a Gael e a seus amigos.

Gael sentia o fervor da raiva pulsando através de cada golpe que recebia. Cada soco, cada chute, era uma lembrança de toda a fúria que tinha acumulado durante anos. As imagens de sua casa destruída, sua família ameaçada e a traição de Leroy ecoavam em sua mente, alimentando seu desejo de justiça.

Benoit, cegado pela sua própria arrogância, tentava imobilizar, mas Gael estava em um estado de determinação indomável. A força treinada de anos de prática fluía através de seus músculos, cada golpe atingindo seu alvo com precisão milimétrica.

Os punhos de Gael encontravam o corpo de Benoit com uma violência feroz. Cada impacto era um grito de revolta, uma resposta à traição e à crueldade que havia presenciado. Sua mente estava em um turbilhão de emoções, mas ele canalizava isso em seus movimentos, transformando-o em uma força avassaladora.

Benoit percebeu sua desvantagem, tentou desesperadamente se aproximar do frasco enquanto lutava, mas Gael era mais do que habilidade física; ele era determinação e coragem. Cada golpe de Benoit era bloqueado, desviado ou revidado com uma ferocidade implacável.

Gael, em meio à luta, começou a desabafar suas frustrações, gritando suas palavras de indignação a cada golpe desferido.

— Isso é pela minha família! Pelo Nikolas! Pelos Moráfeis que você usou e manipulou!

Cada palavra era um grito de dor e vingança, cada golpe desferido era um eco da injustiça que tinha testemunhado. O ódio que ardia em seu peito alimentava cada movimento, cada murro que caía sobre Benoit.

Benoit, ferido e atordoado, estava à mercê de Gael. Mas antes que ele pudesse fazer algo drástico, Yves, percebendo o perigo, agiu com determinação. Suas flechas certeiras explodiram o frasco do composto antes que Benoit pudesse consumi-lo.

O líquido derramou-se pelo ar, como uma metáfora para o destino de Benoit - um plano frustrado e um poder perdido.

Gael, agora, com o olhar mais calmo, viu Benoit cair de joelhos. A batalha tinha sido vencida, mas as marcas dessa luta permaneceriam em suas almas. A adrenalina da batalha começou a se dissipar, dando lugar à exaustão física e emocional.