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— E aí, o que está achando desse Natal? — Ana Flávia perguntou enquanto tirava mais uma fornada de biscoitos.
— O melhor que eu já tive. — Gustavo riu quando viu que seu biscoito de gengibre parecia estar triste. — Eu não levo jeito para isso!
— Só um pouco mais de prática. — Ana Flávia sorriu tirando as enormes luvas de cozinha e se sentou na banqueta alta ao seu lado. — Minha família adorou você.
— Eles são muito acolhedores. — O garoto abriu um sorriso sincero e olhou nos olhos da morena. — Sabe, eu nunca tive um Natal assim, meus Natais sempre consistiam em ficar jogado no sofá com uma garrafa de cerveja. — Contou. — E acho que eu posso afirmar, que esse é o melhor Natal que eu já tive na minha vida.
— Olha só, a magia do Natal faz milagres! — Ela brincou dando umas cutucadas nele fazendo o mesmo rir. — Esse também é o melhor Natal que eu já tive em tempos. — Confessou. — Sabe, nós temos nossas tradições de todos os anos, mas esse ano, foi diferente e especial.
— Ficar perdida comigo foi especial? — Ele arqueou uma das sobrancelhas. — A carroça balançou tanto assim no caminho que embaralhou seus sentidos? — Brincou.
— É sério, passamos por perrengues, mas foi divertido, cada segundo. Obrigada pelo melhor Natal do mundo. — A mão da morena segurou na do garoto, que olhou as duas juntas e abriu um sorriso bobo.
— Obrigado pelo melhor Natal do mundo. —Repetiu beijando a mão da garota num gesto carinhoso.
Do outro lado da sala, Vini e Gabe olhavam a cena, já percebendo que ali estava rolando um clima, estava tão na cara. O modo como se olhavam, como conseguiam arrancar risadas um do outro de maneira fácil.
— Você está pensando no que eu estou pensando? — Gabe perguntou ao irmão mais velho enquanto olhava fixamente para o visco que sua avó tinha pendurado em um pilar.
— Com certeza sim. — O mais alto sorriu e se levantou pegando o visco no alto e olhou para o menor. — No três!
— Um, dois, três! — Os dois correram em direção aos jovens que estavam na cozinha.
Vini levantou o visco no alto, deixando em cima da cabeça de Gustavo, Gabe deu a volta na bancada e olhou para sua irmã com uma expressão séria.
— A tradição! — Repetiu, deixando Gustavo completamente confuso.
Ana Flávia olhou para o visco e logo em seguida para Gustavo que estava em baixo do mesmo. Ela queria muito fazer isso, mas tinha medo de ser rejeitada. Porém, como não tinha nada a perder, arriscou puxando o garoto pela nuca e o beijou.
A sensação dos lábios dela tocando os dele, é o ponto alto para Gustavo, tendo certeza de que era disso que ele precisava desde o começo, desde que conheceu ela. Era isso.
— O quê? — Gustavo murmurou surpreso quando os dois se separaram e os irmãos comemoraram.
— É que você estava em baixo do visco, fui obrigada a te beijar. — Ela sorriu tímida sentindo seu rosto ruborizar. — Tradição.
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