Um passo de cada vez.

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Capítulo 2.

Fisioterapia era um processo extremamente lento e cansativo que exigia bastante da paciência e força de Mew.

Ele só se movia pela instalação com uma cadeira de rodas, pois não conseguia andar. Suas pernas estavam paralisadas, foi uma conquista quando conseguiu mover os dedos do pé.

Mais de quatro meses já haviam se passado e ele ainda estava imobilizado.

Já começava a perder as esperanças. Suas expectativas diminuíam cada vez mais quando não conseguia sequer ter forças suficientes para se manter de pé, mesmo com apoio.

— Forçar não vai mudar nada — Zee falou, ele empurrava a cadeira do irmão para a fisioterapia — Se dê tempo de recuperar.

— É extremamente frustrante! — Mew reclamou — Não consigo entrar na minha própria banheira sozinho para um banho.

— Veja pelo lado bom — Zee tocou seu ombro — O músculo do seu braço cresceu bastante.

Mew sorriu levemente, negando com a cabeça.

— Não fique estressado, irmão — Encorajou — Você não está sozinho. Estamos todos aqui para te segurar quando você cair.

— Literalmente — Resmungou — Xiao precisou me ajudar a sair da cama hoje, pois minha cadeira estava muito longe.

— Irmandade é pra isso.

A área de fisioterapia era um grande espaço com equipamentos para assistência, como as barras paralelas – muito usadas por Mew –, tens digitais, uma piscina e vários outros.

— Bem-vindo, Comandante Suppasit — A médica cumprimentou.

— Doutora Armstrong — Mew acenou para ela.

— Vamos começar?

Como rotina, Mew fez exames com tens digitais, para medir sua pressão e outros exames necessários.

— Tivemos algum progresso nos seus deveres de casa? — A doutora perguntou.

— Consegui mover meus dedões ao mesmo tempo — Mew respondeu, deitado na maca, sem animação.

— Já é alguma coisa — Ela sorriu suavemente — Teremos uma hidroterapia, está bem?

Mew apenas concordou com a cabeça.

Com a ajuda de Zee, ele trocou suas roupas pelo calção de banho. Preferia ser visto sem roupas pelos irmãos do que pelos médicos.

Dentro da piscina, a água ficava na altura da sua barriga, era gelada e extremamente desconfortável. Por ficar mais leve dentro d'água, tentavam fazer com que ele ficasse, pelo menos, de pé, mas não havia forças em suas pernas para segurá-lo no lugar.

— Precisa se esforçar — A médica falou.

— Acredite, eu estou tentando — Mew respondeu, secamente.

Ele forçava as próprias pernas, inertes, para se manter de pé, segurar ao menos um pouco, mas era inútil. Seus músculos não respondiam ao que queria e a sensação era desesperadora. Não conseguia se equilibrar, mesmo que não pesasse nada.

Ele passou um longo instante tentando sair da borda da piscina para se manter de pé ou dar um passo para o lado.

— Vamos parar por hoje — A doutora concluiu — Pode ir.

Mew suspirou frustrado e decepcionado.

— Vamos, mano — Zee chamou, ele ficou lá durante todo o tempo, observando o irmão se esforçar para voltar a andar e mais uma vez não conseguindo.

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