O começo do fim.

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Capítulo 9.

Mew quase havia esquecido como o Hydrozoa era, as águas que brilhavam como diamante líquido, refletindo a luz produzida pela própria vegetação ao redor. Era ali onde as cantarelas brotavam, circulando a lagoa que parecia direto de um conto de fadas.

Falando em fadas, as pequenas criaturas coloridas que moravam ali dançavam no ar, espalhando brilho para todos os lados.

Aquele lugar nunca falhava em deixar Mew boquiaberto. Sempre foi ensinado a acreditar no impossível, em mundos distantes, formas de vida diferentes e que a ciência poderia descobrir a resposta para tudo, mas, ainda assim, se perguntava como algo mágico daquela forma poderia existir.

Entretanto, o que mais lhe abismava era alguém, que fazia toda a razão sair de seu corpo. Que o fazia fugir da base no meio da noite para encontrá-lo. E este alguém estava de pé na beira do Hydrozoa, uma visão inesquecível e hipnotizante.

Mew desmontou de Chopper e caminhou com passos rápidos e relativamente vacilantes até Gulf, sua figura iluminada pela luz branca lhe assemelhava a um anjo, etéreo e radiante.

— Me perdoe pela demora — Falou, tocando a cintura de Gulf, que o olhou por cima do ombro, um sorriso leve e contido nos lábios.

— Achei que não viria — Gulf falou, mas não parecia acreditar muito nisso.

— Eu não faltaria por nada — Mew o abraçou — Precisava trazer isto para você.

Ele pegou o pote de plástico que trazia no bolso, não era muito grande e cabia facilmente em sua mão, o material transparente permitia ver os morangos dentro, perfeitamente vermelhos e suculentos.

Os olhos de Gulf brilharam quando ele viu a fruta, sua boca abrindo em surpresa. Ele pegou o pote rápido e, mesmo que nunca tivesse visto aquele tipo de caixa antes, abriu com facilidade e certa força.

Mew riu da expressão de puro deleite de Gulf quando comeu o primeiro morango, ele saboreava com tanto gosto, que era impossível não sorrir, parecia uma criança ganhando sua comida favorita.

Quando percebeu o que estava fazendo, Gulf se encolheu, engoliu a fruta que ainda estava em sua boca e arrumou sua postura.

— Obrigado — Falou, ainda segurando firmemente o pote com os morangos.

— Imaginei que gostaria — Mew sorria largamente — Deveria ter trazido mais.

Gulf desviou o rosto com vergonha, seus ombros encolhidos e as costas arqueadas. Mew riu novamente, negando com a cabeça. Ele tirou os sapatos com os pés mesmo, então foi até Gulf, pegando-o no colo.

O Grasol exclamou, não tendo tempo de reagir ao ter seu corpo segurado. Acabou derrubando a caixinha com os morangos no chão antes de ser engolido pelas águas do Hydrozoa, que brilhava ao seu redor, como sempre estava frio, inconscientemente, se encolheu no calor que emanava do corpo de Mew.

— Eu adoro esse lugar! — Mew exclamou, sua respiração ofegante, tanto pelo esforço de correr até ali com Gulf em seus braços, quanto pelos sentimentos explodindo em seu peito.

Gulf o encarou, desenhando seu rosto com os olhos, a curva do nariz, as bochechas rosadas, os lábios finos e brilhantes onde uma pequena gotinha havia ficado presa. Gulf a invejou, mas não por muito tempo.

Notando o olhar tão intenso direcionado a sua boca, Mew quebrou a distância entre os dois, beijando Gulf com a mesma intensidade em que sentia ele o encarando, o gosto natural do Grasol se misturava ao doce-azedo do morango e Mew se viu viciado naquele sabor único. Queria se afundar em Gulf, tê-lo completamente, senti-lo sem amarrações.

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⏰ Última atualização: Dec 24, 2023 ⏰

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