Capítulo 6

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capítulo 6

No hospital em que Yeong-bin estava, um homem grande e forte entra pelo quarto. Yeong-bin parece conhecê-lo bem, já que não demonstra surpresa com a sua presença. Ele joga uma sacola com algo dentro nas pernas de Yeong-bin e diz:

"Eu disse para você não agir feito um idiota." O homem grande parece estar ciente da situação de Yeong-bin e Si-eun. "Quem era?"

"Uma criança da minha classe", responde Yeong-bin.

"Quanto você vai pagar?"

"Quanto você quer?"

"Porra. Você é aristocrata? Eu gostaria de nascer rico. 'Ajude-me, hyung', diga!" O homem grande exige de Yeong-bin.

"Hyung, ajude-me."


Si-eun está sentado no banco do ônibus, como sempre, ouvindo áudios de suas aulas. Ele escuta alguém buzinando do lado de fora do ônibus e rapidamente olha pela janela, vendo Su-ho em sua moto de entregas. O ônibus para no sinal. Si-eun abre a janela e encara Su-ho.

"O que você está fazendo aí?", pergunta Su-ho. "Talvez tenhamos sido um casal em nossas vidas passadas. Para onde está indo?"

"Eu? Casa", responde Si-eun. Ele não entende a metáfora que Su-ho usou ao mencionar "casal" e "vidas passadas", A situação era tão inesperada que ele não conseguia evitar uma encarada nervosa.


"O que?", Su-ho parece não ter ouvido o que Si-eun tinha dito.

Si-eun olha para os dois lados do ônibus antes de repetir mais alto, "Casa."

"Está voltando do cursinho?", pergunta Su-ho, como se fossem amigos íntimos há anos.

"Sim", responde Si-eun. Su-ho e Si-eun se encaram por um breve momento, mas Si-eun logo quebra o silêncio entre eles. "Me desculpe por ontem, e obrigado."

"Isso parece novo. Se está realmente agradecido, me ofereça uma refeição em algum momento. Eu vou indo. Vejo você amanhã." O sinal abre, e Su-ho, antes de seguir seu caminho, faz um " hateu[하트]" na direção de Si-eun.


("hateu [하트]" é uma referência a um coração coreano.)

Si-eun está experimentando algo incomum em sua vida, algo que o faz sentir emoções e sensações que ele não costuma experimentar. Si-eun tenta decifrar esse sentimento estranho que está borbulhando em seu peito. É algo novo e desconhecido para ele, e ele não sabe se é confusão, surpresa, fascinação ou algo mais. Si-eun está intrigado, e essa sensação o leva a questionar não apenas as palavras de Su-ho, mas também suas próprias emoções.

Su-ho chega ao restaurante de sua avó, pega alguns pedidos e sai novamente para fazer as entregas. Si-eun entra em casa, e mais uma vez seu pai saiu sem dar notícias. Su-ho se depara com uma criança na porta de um dos seus endereços de entrega e a da uma bala para a criança, cochichando: "É um segredo, ok?"

Si-eun está sentado à mesa da cozinha, pensativo sobre algo. Esse algo poderia ser sua interação com Su-ho mais cedo, ou talvez questionamentos sobre como ele se sente em relação a Su-ho.

Si-eun nunca tinha experimentado uma relação de amizade, e ele não conseguia entender totalmente suas emoções e como ele deveria agir nessa situação.

No dia seguinte, Si-eun segue sua rotina normal, chega mais cedo na sala de aula e encontra Su-ho mais uma vez dormindo em cima de algumas mesas. Mas, dessa vez, algo muda. Ele não incomoda o sono de Su-ho como tinha feito da última vez. Ele se senta em sua mesa e começa a estudar sem ligar as luzes e sem abrir as cortinas.

Depois de algumas aulas, a hora do almoço chega. Como sempre, Su-ho está dormindo. Logo, Si-eun se aproxima da mesa dele. Por um breve momento, ele o observa, mas logo toca em seu ombro. Su-ho acorda atordoado e quer saber o que Si-eun quer, já que é incomum Si-eun ser o primeiro a dar um passo.

Si-eun fala: "Você disse que queria que eu pagasse uma refeição."

"Eu não estou com fome", recusa Su-ho a gentileza de Si-eun.

Si-eun parece frustrado, mas Su-ho se levanta de qualquer maneira, e eles vão em direção ao refeitório. Na mesa, Su-ho observa Si-eun comer como uma criança.

"A propósito, por que você dorme na escola?", pergunta Si-eun. Pela primeira vez, ele parece interessado em Su-ho.

"Venho direto pra cá depois do trabalho de meio período. Posso não acordar se dormir em casa. Minha avó falou para eu pegar o prêmio de frequência perfeita e um diploma, mesmo se eu não for para uma faculdade."

Si-eun pensa por um momento, e antes que ele possa falar algo, Su-ho lança outra pergunta: "Você gosta de ouvir música? Você sempre está com seus fones de ouvido, como um idiota arrogante."

"É um aborrecimento se alguém fala comigo", responde Si-eun sem rodeios.

"Você é esquisito."

"Você está falando de você?", provoca Si-eun, mostrando que, apesar de ser considerado esquisito, ele tem um senso de humor.


Su-ho ri sem graça, não esperando essa resposta engraçada. Um grupo da mesa ao lado observa os dois almoçando juntos e surge a dúvida de quando eles se tornaram tão próximos e como Su-ho conseguiu domar aquele cara arrogante e mesquinho que Si-eun era.

No horário de saída de Si-eun, Beom-seok se apressa e sai junto com ele, lançando uma pergunta: "Você está indo para o cursinho?"

"Sim", responde Si-eun, sem muita elaboração.

"Em qual cursinho você vai?"

"Daemyung." Si-eun coloca seus fones de ouvido de volta, indicando que não quer continuar a conversa com Beom-seok. No entanto, Beom-seok continua atormentando Si-eun com perguntas até que Si-eun o interrompe:

"Você não precisa ganhar um favor meu. Eu não vou aceitar suas desculpas." Si-eun se apressa e não escuta mais Beom-seok.


Na porta da escola, Si-eun avista Jeong-bin e algumas pessoas em volta, incluindo o cara grande do beco daquele outro dia. O cara grande parece indignado ao ver que um cara tão pequeno conseguiu derrubar Jeong-bin duas vezes. Logo ele diz o que está querendo de Si-eun:

"Eu não tenho nada contra você. São apenas negócios." O cara grande dá um tapa forte no rosto de Si-eun e o arrasta algumas quadras longe da escola.

Beom-seok observa tudo e volta correndo para a sala de aula para alertar Su-ho da situação em que Si-eun estava metido.

"Ahn Su-ho, acorde! Ahn Su-ho!" Su-ho acorda mais uma vez assustado, e Beom-seok explica a situação. "Jeong Yeong-bin arrastou Yeon Si-eun para longe."

"E o que eu tenho a ver com isso?"

"Ajude ele, você deveria ajudá-lo. Você sabe lutar ou algo assim."

"Eu não sou tão próximo dele."

"Quão próximo você deve estar para ajudar alguém, então?" Beom-seok insiste na ajuda de Su-ho.

"Eu preciso ir para o meu trabalho", diz Su-ho, sem parecer convencido.

"Sendo assim, eu pago o seu dia, o dobro."

Su-ho finalmente se comove cim a situação, e os dois vão correndo procurar onde aqueles delinquentes levaram Si-eun. Com Si-eun em apuros, ele nunca conseguiria derrotar tantas pessoas ao mesmo tempo, mas ele poderia se segurar até o socorro de Su-ho e Beom-seok chegar. Depois de uma longa luta, Si-eun já estava cansado e não suportaria mais golpes. Dois delinquentes derrubam Si-eun e o prensam no chão, amassando alguns dedos dele com o pé.

Finalmente, Su-ho chega da melhor maneira possível, pulando sobre o valentão que estava segurando Si-eun contra o chão e chutando o outro. Depois de mais alguns minutos de luta, Su-ho finalmente cansa todos aqueles malfeitores.

"Isso acaba aqui, entendeu?", impõe Su-ho, olhando para Jeong-bin. "Vamos lá, vamos comer." Su-ho arrasta Beom-seok e Si-eun até o restaurante em que ele trabalha.



homesick - Benzamin 

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