Capítulo 7

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capítulo 7

No restaurante da família de Su-ho, os três amigos comem tranquilamente, sem preocupações e sem problemas. Observando de fora, parecia fofo. Su-ho fazia trouxinhas de comida para Si-eun e as entregava delicadamente, e embora Si-eun não quisesse ser tratado como uma criança, ele não achava isso tão ruim. Lá no fundo, ele gostava disso - gostava de como era tratado quando estava com Su-ho.

Com o passar do tempo, Beom-seok precisou ir embora, deixando apenas Si-eun e Su-ho no restaurante. Parecia o momento perfeito para fortalecer ainda mais a amizade deles.

"Você não acha cansativo?" - perguntou Si-eun, enquanto se sentava em um banquinho ao lado de Su-ho, que organizava algumas garrafas de soju.

(Soju: bebida alcoólica destilada coreana.)

"O quê?" - Su-ho pareceu surpreso com o interesse de Si-eun em sua vida. "Trabalhar meio período, não é cansativo?" - Si-eun insistiu na pergunta.

"Não é grande coisa, é melhor do que estudar," respondeu Su-ho.

Si-eun não fez mais perguntas até o final da noite. Já estava tarde, e ele precisava voltar para casa.

"Eu vou te levar para casa," afirmou Su-ho.

"Não precisa, posso ir a pé," recusou a gentileza de Su-ho.

Su-ho entregou o capacete nas mãos de Si-eun, que o pegou, aceitando a carona, querendo ou não. A teimosia de Su-ho era irritante, mas Si-eun cedia como um cachorro obedecendo ao dono.

Chegando no apartamento de Si-eun, Su-ho sabia que estava atrasado para suas entregas, mas ele não parecia se importar. Aquele momento de amizade era incrível para ambos. Era uma experiência única para Si-eun. Ele entrou em casa, e Su-ho partiu. Mais uma vez, Si-eun sentiu aquele borbulho no estômago - uma mistura de alegria e empolgação. Eles sabiam que a amizade deles era especial, e nada podia superar a felicidade que sentiam naquele momento, apesar das preocupações e responsabilidades.

Jeong-bin estava em um lugar estranho, cheio de pessoas como se fosse uma convenção de gangues. Aquele cara grande estava sendo repreendido pelo que parecia ser o chefe deles.

"Seu filho da mãe, você levou uma surra de três crianças. Como se sente, seu maldito?" - O chefe parecia frustrado, prestes a explodir. "Quem eram eles?"

Uma garota tomou a frente e respondeu: "Era o primo de Seok-dae, ele foi espancado por alguém, então fomos atrás."

"Então ele foi e levou uma surra?" - perguntou o chefe.

"Não foi tão ruim," a garota continuou.

O chefe se levantou e caminhou até Seok-dae. Parou em frente ao cara grande por alguns segundos e, rapidamente, começou a dar socos em seu estômago, logo depois o derrubou sobre uma mesa, quebrando-lhe o braço.

Beom-seok, Su-ho e Si-eun estavam relaxando, jogando sinuca e conversando. Ninguém naquela sala sabia como Si-eun poderia estar ali, em vez de estudando em casa, mesmo que não tenha durado muito. Si-eun se levantou, pegou sua mochila e anunciou que estava indo para o cursinho. Su-ho o interrompeu: "Si-eun, hoje é fim de semana, certo? Às vezes, você tem que se divertir para ativar seu cérebro."

"Você não está indo para uma faculdade, está?" - retrucou Si-eun.

"Você levou um tiro na cabeça? Por que eu entraria no galinheiro de novo?" - Si-eun sabia que Su-ho era mestre em fazer metáforas estranhas, mesmo não entendendo a maioria, achava engraçadas. Seus pensamentos foram interrompidos quando Su-ho voltou a falar.

"O que você está fazendo? Apresse-se e jogue." Su-ho se aproximou dos dois amigos, puxando Si-eun pelo braço. "Se apresse. Pare de fazer corpo mole."

Si-eun mais uma vez cedeu à teimosia de Su-ho e deu uma tacada. Poderia ser um simples jogo, mas Si-eun pensou cuidadosamente em sua jogada.

"A lei da reflexão: com base no centro da bola de bilhar, os ângulos de incidência e reflexão são os mesmos, dentro da faixa de erro de 3 graus. Há 90% de chance de sucesso."

Ele jogou, após refletir, e felizmente acertou, fazendo Su-ho rir. Si-eun pegou sua mochila novamente e chamou Beom-seok para irem embora. Porém, Su-ho o deteve com um taco de bilhar, criando uma cena digna de um filme.

"Onde você pensa que está indo? Dois em três é a regra," disse Su-ho enquanto encarava Si-eun. "Devemos apostar jjajangmyeon e carne de porco agridoce? Ou você já experimentou carne de porco e pimentão antes? Você quer?"

Su-ho parecia uma criança, balbuciando várias palavras ao mesmo tempo. Sua determinação em prender Si-eun mais um pouco no jogo era contagiante. Para Si-eun, era o mais puro humor, uma sinfonia de palavras incoerentes que o faziam dar leves sorrisos. Ele percebia que tinha Su-ho na palma da mão, como se ele estivesse completamente à mercê dele. Eles continuaram o jogo, e, como esperado, Su-ho perdeu.

"Você sabe que deixei você ganhar, certo?" - disse Su-ho.

"Não," respondeu Si-eun.

"É tão miserável, deixe pra lá. Vamos tomar uma cerveja." Si-eun e Beom-seok se entreolharam após o comentário de Su-ho.

"Eu preciso ir. Vocês dois podem ir," disse Si-eun, como sempre teimoso.

"Por quê? Junte-se a nós. Eu pago," insistiu Beom-seok.

"Minha agenda ficou bagunçada graças a você," respondeu Si-eun.

"Ok. Cuide-se. Você teve sorte. Da próxima vez, não vou deixar passar," disse Su-ho, desistindo. Si-eun foi embora.

"Mas onde vamos conseguir bebidas sendo estudantes?" - Beom-seok parecia cético quanto à ideia de Su-ho.

"Me acompanhe, ok?"

Si-eun passou por uma loja de cosméticos para comprar um guarda-chuva e viu a garota que estava com Jeong-bin e o cara grande roubando batons. Ele a encarou por alguns segundos, e ela percebeu que ele a observava. Ela acenou para ele, e Si-eun seguiu seu caminho, comprou o guarda-chuva e saiu da loja.

"Oh, está chovendo mesmo. Por que está chovendo tanto?" - a garota resmungou enquanto Si-eun soltava os braços dela e começava a andar. No entanto, a garota o interrompeu novamente.

"Hey, me acompanhe até em casa."

"Por que eu deveria?" - Si-eun estava incomodado com a presença daquela garota tão inconveniente.

"Porque você tem um guarda-chuva e eu não," continuou a garota.

Si-eun foi obrigado a acompanhá-la a um restaurante, o que era inconveniente, mas a garota não parecia envergonhada.

"Com licença, eu não posso ir?" - perguntou Si-eun, já sabendo qual seria a resposta.

"Não, você não pode."

"Por quê?"

"Eu não posso comer sozinha. Por que você não está comendo? Você não gosta de comida picante?"

"Por que você come comida assim?" - Si-eun começou a conversar para tentar sair dali mais cedo.

"Você não tem amigos, não é? Salve meu número. Qual é o seu nome?"

Si-eun a encarou por alguns segundos e respondeu: "Por quê?"

A garota salvou o contato de Si-eun como "babaca".

"Você é muito chato, então acho que você é meu tipo. Eu gosto de idiotas."

Si-eun estava incrédulo com o quanto aquela garota não tinha vergonha. Finalmente, ele pôde ir embora.

Laços inquebráveisOnde histórias criam vida. Descubra agora