Capítulo 6

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Narrado por Werner

Depois que Eliane saiu fiquei estático em frente a porta, eu estava louco ou ela estava dizendo que me amava? Não, com certeza eu não estou louco. Ela disse que me ama, disse sim. Eu nem posso conter a minha alegria, até que um pensamento invasor me fez voltar a tudo que aconteceu antes daquelas maravilhosas palavras. Bufei ao lembrar que ela me largou ali pra correr pra casa e encontrar aquele babaca, tomara que ele fique puto e termine esse namoro, quem em sã consciência faria birra com uma mulher daquelas? Tudo bem eu já fiz e ainda pior, mas essa é minha segunda chance eu não vou desperdiçar, não vou mesmo. Voltei pra cozinha e recolhi toda mesa que preparei para tomar café com ela, por ser próximo do horário do almoço nem vou comer nada, talvez convide o Luiz pra almoçar ou a Nívea, é isso, vou convidar os dois. Juntei a bagunça e subi pro quarto, tomei mais um banho, vesti uma bermuda branca, uma camisa polo azul e meus chinelos. Desci pra procurar meu celular e imediatamente lembrei da ligação de Laura, droga fui super ríspido com ela, mas também Eliane me enlouquece, liguei imediatamente.

- Alo?

- Oi Werner! – Falou seca e percebi seu mal humor.

- Oi Lau, desculpa por mais cedo é que eu estava resolvendo umas coisas e não dava pra atender. – Tentei me justificar.

- Percebi, só não precisava ser tão grosso, poxa Werner fiquei magoada.

- Desculpa de verdade Laura. – Ouvi ela suspirar ao telefone.

- Sua sorte é que eu te amo. – Meu sangue gelou ao ouvir essas palavras.

- Mas então querida, o que você queria mais cedo?

- Além de te dar bom dia, te avisar que na quinta volto pro Rio e vamos ter nossos dias de folga.

- Que maravilha, então já vai ter terminado o trabalho?

- Boa parte sim, pelo Pedro eu ficaria direto e terminaria a campanha, mas estou com saudades e preciso de uma folga.

- Mas não vai atrapalhar seu trabalho Laura? Essa campanha é importante.

- Não amor, fica tranquilo, está tudo sob controle, mas olha, eu preciso voltar, demos um pequeno intervalo e já vamos voltar as fotos. Te amo tá? Estou com saudades.

- Também! – Foi tudo que consegui dizer antes de desligar

Ouvir as palavras eu te amo de Laura nunca foram tão doloridas, temos um relacionamento aberto e ela compreende perfeitamente o que isso significa, não acredito que nesse tempo juntos ela tenha utilizado essa liberdade racional que a relação permite e confesso que isso sempre me agradou nela. Ok pode ser egoísmo e é, deve ser o tal ''ego masculino'', mas eu sempre fui presente junto a ela. Já eu tive um encontro aqui outro ali, mas nada que envolvesse qualquer sentimento, até porque meu coração pertence a uma única mulher desde 2003, a ela pertence minha vida e minha fidelidade. Encostei no sofá e meus pensamentos se voltaram a bela noite de amor que tivemos.

- Ah Eliane, você enlouquece minha vida, onde você está agora? – É impossível não sentir uma pontada de ciúmes ao pensar nela em casa com aquele cara lá, será que ele foi grosseiro ou se ele estava desesperado a ponto de agarra-la em seus braços e... – Droga Werner! – Gritei tentando afastar aqueles pensamentos, preciso sair, ficar aqui só vai me enlouquecer por coisas que nem sei se irão acontecer. Decidi ligar pra Nívea que aceitou encontrar-se comigo, estava tão ansiosa que atendeu o celular no primeiro toque, depois liguei para o Luiz que não pode nos acompanhar, mas combinamos um café amanhã no projac. Peguei as chaves de casa e a carteira e fui encontrar com a Nívea num restaurante próximo ao Leblon. Precisei pegar um taxi, o que foi muito bom pois estou com os pensamentos a mil, Nívea levaria meu carro uma vez que sai com o de Eliane ontem, rapidamente cheguei ao restaurante e ela já me esperava.

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