Capítulo 14

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Narrado por Eliane

- Não mente pra mim Werner, fala de uma vez, por que a Tânia está te ligando a essa hora? – todo o meu corpo já tremia de raiva, será que eu não vou conseguir ter um minuto de paz com esse homem? A cara dele não era de surpresa o que me deixava mais irritada, ele sabia o conteúdo da conversa e sabia também que eu não gostaria nada.

- Eliane eu não sei, ignora isso por favor – deu um passo em minha direção e eu recuei, ele não vai escapar dessa, não posso ficar com esse bichinho da dúvida vivendo entre nos.

- Por que ignorar? Tem alguma coisa que eu deveria saber? – apontei e o maldito do telefone continua a vibrar na minha mão.

- Não gosto dessas insinuações, não tenho nenhum assunto com Tânia que não seja sobre meus filhos.

- Então atende, se o único assunto de vocês é sobre filhos então é uma emergência. – Ele empalideceu, tem mais alguma coisa aí e juro que meu intimo grita dizendo para deixar pra lá e seguir em frente, mas eu não consigo, não depois de tudo que passamos e grande parte por causa desse fantasma. Estendi o telefone e ele pegou das minhas mãos tremulo.

- Me dá, vou resolver logo isso. – Atendeu o telefone e minha vontade é mandar pôr no viva-voz, mas sei que seria uma grande invasão de privacidade, ah, mas que se exploda não vou ficar com essa dúvida martelando na minha cabeça, ele se afastou um pouco querendo espaço e o acompanhei encarando-o.

Narrado por Werner

Eu não tinha outra opção, era encarar a fúria da Eliane depois de contar a verdade ou ignorar a ligação e deixar aquilo minar meu relacionamento. Eu sei que ela ficaria com raiva pela abertura que eu estava dando a Tânia, mas que inferno essa mulher aparecer agora, se não fosse meus filhos eu teria excluído ela da minha vida, mas Tânia é ardilosa e sabe usar os meninos a seu favor, a verdade é que ela nunca aceitou a separação e muito menos a hipótese que ela se desse por causa da Eliane, poderia ser qualquer mulher menos ela. Peguei o celular e fui atender, o plano é simples, despacho a Tânia e conto a verdade pra Eliane.

- Alô? O que você quer?

- Noossa Werner quanta grosseria! – Me afastei um pouco, mas Eliane me acompanhou fazendo sinal que queria ouvir a ligação, essa não é a minha Eliane, essa é uma mulher possuída pelo ciúme isso sim, não tenho outra alternativa, fiz sinal para que aguardasse e a encarei vermelha pelo ódio batendo o pé apenas de lingerie e salto alto, se o momento não fosse tão infeliz transaríamos agora mesmo. Deus me ajude, ativei o viva-voz do celular.

- Tânia fala de uma vez o que aconteceu pra você está me ligando a essa hora?

- Só pra te dar a resposta do que combinamos mais cedo bobinho, escutei musica e pensei que estivesse numa social ou coisa assim... - Eliane me olhou confusa, mas rapidamente ela pareceu lembrar do momento exato em falei com Tânia.

- Você poderia ligar a qualquer hora amanhã Tânia, mas de madrugada me poupe, então diga de uma vez.

- Dia 10, então estarei em casa.

- Vou avisar o Jorge e passar seu contato pra ele, qualquer coisa que precisar resolver é com ele que deve tratar. – Recebi um olhar confuso da Eliane que a cada minuto daquela ligação parecia mais irritada, e por mais que ela ficasse chateada eu conseguiria reverter a situação, mas Deus é bom e o inimigo é ardiloso.

- Ótimo, então obrigada e Werner, você precisa arrumar uma mulher de verdade esse seu estresse é falta de sexo bom. – Ouvi sua gargalhada e olhei pra Eliane que me fuzilava incrédula pela ousadia de Tânia.

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