Narrado por Eliane
- Então Eliane o que acha? – Mauro me tirou dos meus devaneios.
– Mauro eu gostei bastante, vai ser um excelente desafio, mas antes de qualquer coisa eu preciso reler tudo com calma, pra quando está previsto as gravações?
- Março, bem no início, acredito que você já tenha terminado as gravações da minissérie e já poderia fazer as mudanças do personagem. Você consegue me dar uma resposta até segunda que vem?
- Claro, antes de disso Mauro, só preciso avaliar tudo com tranquilidade. – Agradeci e me despedi de todos, preciso de ar, caminhar e esfriar a mente. Sai a passos largos do escritório, preciso ver se ele já veio buscar o carro, caminhei rápido até o estacionamento e pra minha infelicidade o carro já não estava mais lá, senti uma tristeza enorme me consumir, como é possível uma tarde perfeita se destruir em minutos? Por que não conseguimos ser felizes? Será que a vida não quer que esse amor seja vivido? Essas são algumas das inúmeras perguntas que rodeiam minha mente e povoam minha relação com Werner. Voltei caminhando cabisbaixa até meu carro, vou voltar pra solidão da minha casa e refletir. Dirigi o caminho inteiro com o rádio ligado na tentativa vã de me distrair daquela impotência que me assola neste momento – Maldito orgulho! – esbravejei dentro do carro, o certo é eu ir lá, bater na porta dele até que me atenda e gritar o quanto o amo, mas não sou eu essa mulher e isso sim me torna uma perfeita covarde, senti os olhos queimarem na tentativa de conter as lágrimas teimosas que rolam agora insistentemente por meu rosto, deixei finalmente que elas escorram e lavem essa dor.
'' Melhor cada um seguir seu caminho, talvez o nosso amor seja pra ser vivido com outros amores. Estou jogando a toalha Eliane.''
Essas palavras queimam dentro de mim, ele estava desistindo, de mim, de nós! Nunca, repito, nunca Werner me disse que desistiria, nem mesmo quando nos separamos a dez anos atrás. Será que ele realmente cansou? Será que estou perdendo meu amor? Não posso! Nem percebi que tinha chegado em casa até ouvir a Juliana batendo no vidro do carro.
- Mãe? Você tá bem? – falou ao abrir a porta, não aguentei e me agarrei aos prantos a minha filha – Meu Deus mãe o que aconteceu? Olha pra mim, você tá machucada? Tentaram te assaltar? Fala comigo. – Eu só conseguia chorar, não deveria fazer isso na frente dela, mas tudo que preciso é de carinho e ela pode me dar. Ficamos uns minutos ali abraçadas enquanto eu chorava e soluçava, quando finalmente consegui falar pedi pra ir ao meu quarto , preciso me afogar naquela banheira e esquecer do mundo, ela apenas assentiu e me ajudou a subir, me deixou na cama e foi encher a banheira, nem esperei e já fui tirando a roupa indo em direção ao banheiro, passei em frente ao espelho do meu closet e comecei a chorar novamente ao me ver vestida na cueca dele, Juliana veio correndo ao meu encontro e me olhou confusa me vendo chorar ao alisar a peça em meu corpo, conhecendo ela do jeito que conheço não perderia a chance de fazer uma piada, talvez depois que me visse mais calma. Retirei as peças e me afundei na banheira. Fechei os olhos e me permiti chorar novamente, só que agora mais contida. Não sei por quanto tempo fiquei assim, só me dei conta quando senti as mãos da Ju alisarem meu cabelo dizendo que água já estava fria, concordei e me levantei, ela trouxe um roupão pra que me seque, envolvi meu corpo e fui sai do banheiro, passei pelo grande espelho do meu closet e vi o quanto meu rosto estava inchado pelo tanto que chorei, suspirei pra não voltar a chorar e segui pra minha cama, Juliana já havia separado uma camisola e ao que percebi ela dormiria comigo, já estava de pijama sentada na poltrona apenas observando meus passos. Me livrei do roupão vesti minha camisola e me enfiei debaixo dos lençóis. A Ju levantou e saiu do quarto sem nada dizer, achei que ela tinha ido pro quarto dela, mas, me surpreendi quando ela voltou com duas taças e uma garrafa de vinho, abriu e encheu as taças até a metade, veio em minha direção me entregando uma, deu a volta na cama sentado- se ao meu lado bebericando a dela. Ficamos as duas lado a lado olhando pra parede a nossa frente.
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Segunda Chance
FanfictionEliane e Werner ficaram separados por mais de dez anos, por questões pessoais decidiram se afastar e seguir cada um seu caminho, os anos passaram e o destino ofereceu a eles uma nova chance de viver esse amor que apesar do tempo e a distância perman...