Capítulo 9

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Narrado por Werner

A noite carioca é um verdadeiro deleite para qualquer um que busque refúgio, diversão, amor ou simplesmente curar uma dor. Este sou eu agora, sentado num bar bebendo a décima dose de Whisky e pensando em minha vida, como as coisas chegaram a esse ponto? Em que momento nos perdemos tanto ao ponto de nos ferir? Não sei, mas tudo que preciso nesse exato momento é anestesiar essa maldita dor latente no meu peito. Fiquei por um bom tempo inebriado por essa melancolia até sentir uma mão fina deslizar por meu ombro, me assustei quando virei e vi uma linda morena de olhos verdes, por um instante pensei ser a minha morena de olhos esmeralda, mas aqueles olhos só ela possui, sorri para moça que sentou ao meu lado no balcão.

- Atrapalho? – Sorriu em minha direção e eu apenas balancei a cabeça negando – Eu acompanho o galã aqui. – disse para o barmen a nossa frente pedindo uma dose whisky, o rapaz prontamente a serviu e eu pedi outra, ele me olhou com uma cara de quem diz de novo e eu apenas ignorei e insisti na minha outra dose. – Então galã, o que você faz sozinho aqui? – perguntou bebendo sua dose.

- Bebendo um pouco. – Respondi bem seco, não tô afim de mais dor de cabeça, só quero tomar meu Whisky e voltar pra minha casa.

- Uau, por isso que dizem que famosos são grossos, só estava querendo ser gentil. – Deu de ombros.

- Desculpe, eu não tô num dia muito bom.

- Tudo bem galã. – Isso já estava me irritando.

- Werner, só Werner por favor, minha fase de galã já passou.

- Ta bom Werner, e a proposito meu nome é Suzana, prazer! – Se virou em minha direção e eu finalmente a encarei, era linda, olhos verdes, cabelo liso castanho ou preto, não dava pra ver direito, muito elegante, deveria ter uns 35 anos, não mais, juro que se fosse em outro momento da minha vida eu daria em cima dela com certeza.

- Muito prazer Suzana. – Apertei sua mão e voltei meus olhos a bebida.

- Sabe Werner, pra um homem como você estar assim num bar sozinho com essa cara de cachorro abandonado a mulher é muito importante, mas ela vale mesmo a pena tanta tristeza e tanta bebida? – Balancei a cabeça sorrindo.

- Vale mais do que você imagina.

- Então não deveria estar aqui bebendo e sim lá correndo atras dela.

- Já fiz isso por tempo demais, está na hora de pendurar as chuteiras.

- Noossa... Que deprimente, parece que a mulher te colocou um belo par de chifres, eu que pensei que homem bonito é que trai. – Gargalhei dela, não sei se de raiva pela insinuação do chifre ou por ela tentar soltar uma indireta sobre eu ser bonito.

- Ai ai, homem bonito, como você diz, também sofre e por amor.

- Sabe Werner, as vezes um sofrimento se cura através de uma boa diversão – senti ela alisar minha coxa por baixo do balcão – O que você acha? – olhei onde a mão dela estava e em seguida fitei seu rosto, era realmente uma mulher bonita, mas não era nesses braços que eu queria me afogar hoje, segurei a sua mão retirando da minha perna e olhei nos seus olhos.

- Suzana você é uma mulher muito linda e com toda certeza muito atraente, mas tudo que eu quero hoje é aproveitar meu Bourbon e dormir sozinho na minha casa. – Conduzi sua mão até o balcão e pedi a minha conta.

- Ok Werner, é realmente uma pena, mas se eu posso te dar um conselho, você deveria ir atras dessa mulher.

- Obrigada Suzana, vou pensar no teu conselho, até um outro dia. – Me despedi dela e fui em direção ao meu carro. Entrei no veiculo e segui em direção ao meu apartamento, passei em uma conveniência antes e comprei uma garrafa de whisky pra levar pra casa, abasteci o carro e fui embora.

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