Severo estava sentado atrás da mesa de seu escritório, corrigindo as redações do terceiro ano e lamentando o fato de estar preso ensinando tais cabeças-ocas. 'Bezoar é um coração petrificado de Hipogrifo.' Como eles conseguem escrever tamanho absurdo?
Sua pena com tinta vermelha cortou a sentença absurda com vingança. 'Sr. Spencer, se você entregar seu dever de casa sem fazer uma pesquisa mais uma vez, eu irei pessoalmente forçar goela abaixo a sua próxima mistura de poção para o seu familiar.'
Suspirando cansado, Severo esticou seus braços e olhou para o relógio.
Ele não dormiu bem na noite passada, com a ameaça de Potter e Azkaban pairando sobre sua cabeça. Primeiro, ele se preocupou que Potter não fosse acordar. Poppy cessou o coma curativo à meia-noite e eles — Poppy, Alvo, Minerva e Severo — sentaram com o garoto por duas horas, mas ele ainda permaneceu inconsciente. Eventualmente, eles foram descansar, porém Severo não conseguiu dormir. E se o garoto nunca acordar? E se ele acordar amanhã e essa for a última noite que Severo passa como um homem livre? Os pensamentos continuaram girando em sua cabeça.
Quinta de manhã chegou e a condição do garoto continuou inalterada, toda a preocupação fez Severo ainda mais irritável do que ele normalmente era. Suas aulas de manhã foram horríveis, ele tirou pontos a torto e a direito, nem mesmo seus Sonserinos atreveram-se a empurrar seus limites.
Finalmente, no almoço chegou sua salvação. Potter estava acordado e não culpava Severo por sua ferida. E isso não era curioso? Severo ainda não conseguiu entender essa revelação.
As reflexões do mestre de poções foram interrompidas por altas batidas na porta de seu escritório. Ele pegou sua varinha e com olhos estreitados e abriu a porta com um feitiço.
Ronald Weasley entrou e parou em frente à Severo desafiadoramente, mãos escondidas nos bolsos de sua calça.
"Sr. Weasley, não creio que eu tenha permitido a sua entrada." Severo continuou corrigindo as redações, não olhando para o Grifinório do sexto ano, além da olhada inicial.
"O que? Mas você abriu a porta!" O ruivo exclamou.
Severo zombou dele. "Cinco pontos da Grifinória por não dirigir-se a seu professor corretamente. Outros cinco por ser desrespeitoso."
O resto de Weasley quase ficou tão vermelho quanto seu cabelo, dando a impressão de que toda a sua cabeça estava em chamas. Ele olhou para Severo com ódio, aparentemente se segurando para não gritar com seu professor.
"Algo que gostaria de compartilhar, Sr. Wesley?" O tom de Severo era deliciosamente venenoso e ele estava adorando o efeito que teve no garoto magro. O corpo do ruivo ficou rígido de raiva, no entanto ele não conseguiu aguentar os olhos penetrantes do mestre de poções e abaixou a cabeça.
"Não, senhor." Disse com os dentes cerrados.
Severo divertia-se nessas pequenas vitórias. Colocar Grifinórios arrogantes em seus lugares lhe dava um sentimento de intensa satisfação. Por sete anos ele foi caçado pelos Marotos e mesmo que os dois piores deles, Potter e Black, estivessem agora mortos, ele ainda se sentia no direito de ter vingança nas gerações futuras.
"Muito bem, venha comigo." Severo saiu de seu escritório, sabendo que o ruivo seguiria.
Ele os guiou através do escuro corredor da masmorra até o caminho para a sala de aula de poções. Apontando para a pilha de caldeirões sujos, ele disse. "Para sua detenção, você limpará todos esses. Sem magia, Sr. Weasley. Você tem duas horas, se não tiver terminado até lá, retornará amanhã à noite. Eu fui claro?"
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TRUST (IN) ME || [PT-BR]
FanfictionNo início de seu sexto ano em Hogwarts, Harry Potter está determinado a se desculpar com Snape por invadir sua penseira e para pedir mais aulas de Oclumência. Ele não espera ser recebido de braços abertos, mas a reação de Snape é inesperadamente ext...