Capítulo 16

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Andando rapidamente pelos corredores de Hogwarts, Severo estava a caminho de seu chá de Domingo semanal com o diretor.

Seu fim de semana foi agradável até agora, ele passou a maior parte de Sábado trancado em seu laboratório privado, preparando poções experimentais. Emergindo à tarde para cumprir seus deveres de Diretor de Casa, ele visitou o dormitório Sonserino e passou uma hora conversando com suas Cobras, tendo certeza de que os primeiranistas estavam se acomodando e que ninguém na casa estava causando travessura.

No Domingo de manhã, ele decidiu dispensar um banho rápido e ao invés disso aproveitar um longo banho de banheira, completo com óleos essenciais para fazer sua pele se sentir como seda. Parado em frente ao espelho, após cuidadosamente ter lavado e secado o cabelo, Severo ficou consciente do fato de que ele parece estar passando cada vez mais tempo cuidando da sua aparência. Ele sempre zombou de homem que se mimavam como as mulheres, achando tais frivolidades desnecessárias.

Agora, entretanto, Severo lavava o cabelo todos os dias. Para se livrar dos vapores das poções, ele disse a si mesmo. Ele embranqueceu os dentes, usando uma solução de branqueamento suave de sua própria invenção, apenas porque a cor amarelada era com certeza prejudicial à saúde dele. Exercícios de duelo mantinham seu corpo em boa forma, mas depois, ele acrescentou levantar de peso leve à rotina de treinamento, para fortalecer os músculos, não para tonificar.

Ele definitivamente não fez tudo isso, oh, que noção absurda, para impressionar uma certa pessoa com cabelo preto bagunçado e os olhos mais verdes que esse mundo já viu.

Severo passou por vários estágios de negação. Primeiro, ele se recusou a ver o que estava bem na frente dele e se agarrou ao seu preconceito, recusando a considerar Harry Potter como qualquer outra coisa que não seja um pirralho arrogante, egoísta e mimado.

Então ele viu o garoto deitado numa poça de seu próprio sangue e mais tarde na ala hospitalar, e logo as coisas de repente mudaram. Ele começou a perceber que há mais sobre Harry Potter do que se aparenta.

O próximo estágio foi raiva. Estava zangado consigo, por sua cegueira e tendenciosidade quase ter resultado na morte do garoto. Ele estava com raiva de Potter, por evocar emoções desconhecidas ou esquecidas nele com apenas um sorriso. Estava furioso com outros que haviam chamado a atenção de Potter de uma maneira nada inocente. Especialmente um certo ruivo que tocava Potter em qualquer momento possível.

Então veio o estágio onde Severo admitiu que Potter o fascina, mas isso é tudo. Ele o considera como um projeto de pesquisa interessante, nada mais.

Mas quanto mais ele ficava absorto ao observar o garoto, mais fascinado se tornava. Cada pequena mudança na expressão facial do garoto o cativava, cada sorriso direcionado a ele causava um embrulho em seu estômago e cada ruborização abastecia o desejo ardente que se enrolava em seu corpo como fogo.

Finalmente, Severo admitiu derrotado. Ele estava fascinado pelo garoto, hipnotizado pelos olhos verdes. E embora tenha lutado contra sua atração por alguém de dezesseis anos de idade, sentindo-se quase pervertido ao desejo por alguém tão mais jovem que ele, reconheceu estar atraído pela personalidade do garoto assim como também a aparência dele.

Perdido em suas reflexões ele nem mesmo notou já estar parado em frente à gárgula guardando o escritório do diretor. Ele deu a senha, 'Sapos de pimenta-hortelã' e pisou na escada rolante que o levou até a porta do diretor. Batendo duas vezes, ele esperou Alvo lhe deixar entrar.

"Severo, entre, meu rapaz. Estou esperando com o chá." Alvo chamou-o para as poltronas confortáveis em frente à lareira ao invés das cadeiras em sua mesa.

"Alvo." O mestre de poções sentou graciosamente, aceitando uma xícara de chá mas rejeitando os doces.

"Como você está, Severo? Você não participou das refeições no Salão Principal esse fim de semana. Não é saudável se esconder o tempo todo, sabe." Alvo olhava para ele com um leve sorriso condescendente.

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