A Geração Jeon - Jikook

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"Não quero ficar só! Só quero ser eu..." Save Me - BTS

Nas ruas empoeiradas da parte mais desfavorecida da cidade de Busan, onde as sombras dançam entre os escombros e a esperança é escassa, vive um garoto loiro, cujos olhos refletem a coragem de quem enfrenta a adversidade com determinação. Seus cabelos dourados, como raios de sol em um céu nublado, contrastam com o cenário desolado ao seu redor.

Cada dia, ele embarca em uma jornada arriscada, a procura de comidas para sua própria família. O garoto tinha acabado de furtar de uma loja automatizada, já que sabia que não daria prejuízo a nenhum Grau três ou quatro.

Escalando trailers enferrujados e casas precárias como se fossem montanhas, desafiando a gravidade e as expectativas, Park chegou em sua casa. Seus dedos, marcados pelas cicatrizes do esforço, agarram a maçaneta da porta, enquanto seus pés descalços encontram o chão frio de sua casa.

— Mãe! — o menino chamou deixando a mochila em uma cadeira de madeira — Eu cheguei!

Do andar de cima, uma mulher de aparência sofrida, mas feliz, desceu vendo o menino de cabelos loiros.

— Oi, meu filho! — a mulher descia com pequenos tomates na mao — Vou tentar fazer uma sopa.

— Omma, já fomos avisados duas vezes pelo Grau um, que não podemos fazer plantação fora das estufas! — Park tirou a blusa de frio jogando pelo lugar.

— Jimin, você sabe que aquele lugar é incrivelmente caro! — Aisha falou para o mais novo.

— Eu trouxe comida para nós! — Jimin mexeu nos cabelos loiros da mãe, vendo a mesma sorrir.

— Seu salário caiu? — a mulher perguntou alegre — Estou tão feliz pelo seu emprego, meu menino...

— É... — o menino fez um sorriso fraco, vendo a mais velha ir em direção ao fogão para preparar a sopa.

— Logo você se tornará um Quatro! — Aisha sonhava longe — Talvez até Três!

— Quem vai virar o que?

A voz chegou aos ouvidos de Jimin que olhou para seu irmão na entrada de casa. O olhar frio e determinado revelava uma alma atormentada por ideais distorcidos. Ele atravessou a porta com passos pesados, carregando consigo o peso de suas ações impiedosas.

— Me digam! — Minho, filho mais velho do Park, exigiu dos dois.

— Jimin logo se tornará um Quatro! — Aisha falou feliz mexendo na panela de alumínio — Estou muito animada por ele!

— Ele se tornará um Quatro? — o homem o olhou cínico, com um sorriso macabro no rosto.

O menino de olhos inocentes, apenas olhava de forma acanhada o alfa moreno. A luz fraca revelava a preocupação em seu rosto infantil enquanto observava o irmão mais velho se aproximar.

— Nossa, não temos mais cebolinha! — a mãe falou alto — Vou pedir o senhor Jung.

A mais velha saiu apressada da casa deixando para trás os dois irmãos que se encaravam. Os traços medrosos de Jimin contrastavam com a expressão endurecida do terrorista, como se a bondade e a escuridão travassem uma batalha silenciosa dentro daquelas paredes.

— Anda mentindo para mamãe? — Minho perguntou com a voz grossa a Jimin.

— Você também mente... — o garoto juntou toda sua coragem para respondê-lo.

— Tem uma diferença entre nós! — a voz do homem se tornou mais alta — Eu estou salvando o mundo!

— Você é um terrorista, isso sim! — Jimin elevou o tom de voz também.

— Eu sou o líder da revolução, seu ingrato! Estou tentando melhorar a vida do Grau cinco! — um tapa cortante ecoou pelo ambiente, criando uma atmosfera pesada e tensa.

Jimin segurou o rosto agora ardente e vermelho olhando de canto de olho o alfa.  O menino mais novo, mesmo diante da tempestade, juntava sua coragem contra o irmão.

— Você atirou em um homem que não tinha nada haver com isso! — o loiro se referiu a Jungkook.

Ele não tinha ido àquela loja por sorte. Ele conhecia o príncipe, o admirava e quando viu o mesmo machucado, não pensou duas vezes em invadir a loja e ajudá-lo.

— Aquele moleque vive uma vida incrível! — a voz se tornou mais grossa e o homem se aproximou do ômega — Aquele riquinho mimado!

— Não fale assim dele! — o lobo de Jimin se fez presente pela primeira vez em sua vida. Com a voz de lúpus passando pelo seu ouvido, Minho os tampou incomodado.

— Por acaso tá apaixonadinho por aquele Alfa lupus? — O terrorista, imerso em sua ideologia distorcida, não via mais o irmão como antes. — Se você ficar em meu caminho, estrupício, eu vou te matar! — Minho via Jimin como um obstáculo, uma lembrança dolorosa de um passado mais puro que ele próprio ajudou a corromper.

Jimin sai do lugar, deixando seu irmão para trás, subindo o mais rápido que pode para o terraço da casa. Seu refúgio modesto estava situado nas alturas, proporcionando-lhe uma vista das estrelas acima que apesar da poluição luminosa da cidade, ainda piscavam no céu noturno, como diamantes distantes e inalcançáveis.

No entanto, era o brilho artificial da casa do Grau Zero que pregava sua imaginação. De onde estava, podia ver toda cidade e a casa dele.

Jeon Jungkook.

Apesar das ruas ladeadas por edifícios que se erguiam como torres majestosas, o garoto apenas flutuava pensando nos olhos azuis cibernéticos que tinha visto em Jeon. O garoto, de cabelos desgrenhados e olhos brilhantes, tentou naquele dia, absorver cada detalhe com uma fome voraz por memórias.

Assim, Jimin permaneceu no topo de sua casa, absorvendo a magia da cidade futurista como um aprendiz devotado, deixando que a imaginação voasse para além das estrelas, na esperança de que um dia, suas próprias asas o levariam aos confins deslumbrantes daquela visão de amanhã.

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Voces vao odiar a mae do Jeon e o irmao do Jimin :)