capitulo 09

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Dia seguinte

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Dia seguinte...

Você não podia ter me abandonado, Lia — Magda, minha amiga brasileira que estudava comigo na Alemanha, reclamou do outro lado do telefone.

Mag, eu não te abandonei! — murmuro me mexendo na cama enquanto me ajeito debaixo das cobertas.

Eu sei, Ammie — Argh, esse apelido! Odeio! — Mas fico com saudades, Lia, você sabe, Ammie.

Para de me chamar por esse nome, Magda! — reclamei — "Ammie" nao parece nada com "Amélia" — comento e antes que ela possa retrucar, mamãe entre no meu quarto. — Só um momento, Mag...

Mamãe sorri.
Ela amava Magda.
Magda era como uma irmã para mim e, bom, como uma filha para meus pais. Minha amiga sempre — digo, sempre mesmo — estava lá em casa ou vice-versa.

— Oi, Magda! Saudades, Blume. (Flor) — mamãe diz animada para Magda.

Saudades, tia Marg. — Magda grita animada do outro lado da linha e eu rio.

— Diga, mama. — peço desviando a atenção para minha mãe que estava em pé sorrindo.

— Tem visita para você.

— Quem, mama?

Alex Ferrari, Lia.

Alex?
O que ele faz aqui?

Nome de menino! Nome de menino! — Magda grita do telefone. — Alex Ferrari é um menino?! OH CÉUS, Você finalmente arranjou alguém?

— Você diz como se tivesse alguém, Magda — sussurro rápida e volto a olhar para mamãe — O que ele quer? Preciso sair debaixo da coberta por ele? Tipo, está friooo,

— Sim, Lia, não o deixe esperando.

Eu te amo, tia Marg, faça ela viver um roma... — encerro a ligação antes que ela termine a frase.

Não.
Gosto.
Dessa.
Palavra.

— Eu já vou, mãe.

— Certo, certo. — diz soltando um riso baixo e saindo do meu quarto.

Estou parecendo um Zumbi, certamente

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Estou parecendo um Zumbi, certamente.

Caminho até a sala sonolenta embrulhada em uma coberta e por baixo estou com meu pijama de nuvens com manga longa e um short do conjunto.

Não me julguem, está frio!

Você está... — Alex começa a rir e eu estreito meu olhar em sua direção.

— Nem pense em terminar essa frase, Alex Ferrari — murmuro me jogando no sofá embrulhada na coberta e Alex fica parado em minha frente. Me ajeito no sofá e espero ele sentar, mas ele não percebe. — Sente-se — aponto para o outro lado do sofá.

— Ah, ok — sorri e se joga para o lado do sofá que eu apontei — Olha, eu não vou ficar muito — me olhou e algo de mim se decepcionou, mesmo eu não sabendo o porquê. — Eu vim te pedir... — para de falar e eu fico confusa.

— Pedir o quê?

— Ahm, pedir... — sua frase morre de novo. — Pedir... — de novo. — Ahm, é... pedir — e de novo. — Pedir... — Ele vai ficar repetindo mesmo? — Por ser grosso com você... então, eu queria pedir... — sua frase morre novamente e eu entendo o que ele não consegue falar.

Ele quer me pedir desculpas, mas não consegue terminar a frase.
Hm.
Eu não devo pressionar ele, pelo menos eu acho.

Odeio quando me pressionam.

Eu já entendi, Alex — solto e ele volta a olhar para mim. — Olha, se você não consegue, ou não quer me pedir desculpas...

— Eu quero pedir, Coleman. — me interrompe e eu dou um sorrisinho.

— Tudo bem — sussurro — Se você não consegue me pedir desculpas, eu não vou te forçar e nem te pressionar, Schön. Eu odeio quando me pressionam e, acredite em mim, eu também não consigo dizer algumas coisas. — Merda, eu chamei ele de "Lindo" em alemão. — Só de saber que você veio aqui tentar pedir, eu já me sinto muito melhor, Alex.

— Certo, certo, obrigado. — diz, um pouco tímido, o que me choca.

Alex Ferrari tímido? Esss é nova para mim.

Não quer mesmo ficar? — murmuro — A gente pode assistir um filme, comer pipoca, doces e até podemos jogar algo!

— Amélia, eu... — começa a falar mas mamãe entra na sala.

— Fique, querido — Margot sorri para o menino que retribui o mesmo gesto rapidamente — Faz muito tempo que não recebo uma visita em casa que não seja a Magda.

— Em minha defesa, vocês a tratavam, e, ainda tratam, como uma filha, mama! — rebato e mamãe ri — Mas e aí, vai ficar? — volto a olhar para ele — Por favoooor, Alex.

— Vamos, Lieber (querido), eu faço pipoca — mamãe olha atenta para Alex.

O menino alterna o olhar para nós duas, como se estivesse pensando, logo, sorri e assente.

— Tudo bem, mas meu irmão está sozinho em casa...

— Traga ele! — digo rapidamente — Ele pode assistir o filme com nós.

— Você tem certeza, Amélia? — ele diz arqueando uma sobrancelha.

Argh! Amélia, Amélia, Amélia!
Me chame de Lia, Lia, Lia!

Sim, e já disse que sou Lia para você.

— Então ok, Lia.

Lia.
Lia.
Lia.
Finalmente.

OLHOS AZUIS - Alex Ferrari Onde histórias criam vida. Descubra agora