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CAPÍTULO QUATRO:
vestido da Shein

19 de fevereiro de 2023

RESSACA É UMA MERDA. Todos amam a parte de beber e ficar louco, o problema sempre foi acordar no dia seguinte como se estivesse batendo com um tijolo em sua própria cabeça. Qualquer mínimo barulho é como um grito e a luz... ah a luz parecia que iria nos cegar.

Como eu disse, ressaca é uma merda. E isso é tudo que Maria Vitória sente essa manhã.

A claridade passando pelas cortinas brancas do quarto de hotel faz com quem Mavi solte um gemido baixo o bastante para causar uma agonia imensa em sua cabeça. Ela se ajeita embaixo dos edredons quando sente o vento gelado do ar-condicionado em cima dela.

Aperta os olhos e tenta fazer com que o enjoo fosse embora enquanto tentava pegar o celular na escrivaninha ao lado. Espera, cadê a escrivaninha? Mavi cria coragem para abrir os olhos e em um susto fica sentada na cama.

Ela não estava em seu quarto de hotel pois, claramente, aquele lugar era muito organizado para ser dela. Também não era a cama de Bianca porque as duas teriam se chutando a madrugada inteira e as pernas estariam doloridas por agora. Maria é tirada de seus pensamentos até ouvir um suspiro ao seu lado e tenta recuperar forças para descobrir quem estava ali. Raphael Veiga deitado ao lado, suas costas nuas subindo e descendo por conta da respiração dele e a coberta parada na metade de sua coluna.

A champanhe em suas costas, os shots de vodca e um Piquerez bem babado dançando nos corredores do hotel...

Maria Vitória foi para cama com Raphael Gostoso Veiga. Mais de uma vez.

Ela sente seu coração começando a acelerar e a respiração travando. Nada melhor que uma crise de ansiedade para juntar com uma ressaca fudida.
As piadas no elevador, beijos no pescoço que Mavi tentava ao máximo não cair na risada por conta da cosquinha que sente por ali. O perfume da Ferrari forte e as roupas jogadas pelo chão.

Ela novamente respira fundo e cria coragem para levantar o cobertor de cima dela. Só para ter certeza que não estava nua por baixo daquilo tudo, mas junto com a camiseta branca que ela usava que batia na metade das coxas dela, Raphael Veiga apenas usava uma cuequinha cinza onde um pouco a cima tinha longos arranhões vermelhos em suas costas. Meu deus, isso realmente havia acontecido.
Não era nenhum tipo de sonho ou algum cenário da cabeça de Mavi, e ela não sabia se sentia arrependida por isso ou não.

Devagar jogou as pernas para fora da cama, tentando fazer tudo com os mínimos movimentos para Veiga não acordar. Ele parecia estar praticamente desmaiado ao lado dela, mas o sono do jogador era tão leve como uma pena.

—volta para cama, linda. — a voz rouca de sono ecoou pelo quarto e Maria travou.

Flashbacks começam a surgir na cabeça da fotógrafa quando ela se vira para encontrar Veiga sentado na cama se apoiando nos dois braços. O cabelo bagunçado com malditos cachos se formando ali. O corpo musculoso e os braços grossos, Mavi sabe coisas de mais dele, como ele é na cama, a posição em que dorme. E o pior, ele sabe isso dela também.

—pensei que fosse impossível você ficar mais vermelha que ontem. — ela tapa o rosto com as duas mãos e balança a cabeça em negação enquanto Veiga solta uma risada natural.

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