CAP. 3

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Indie
Dias atuais...

Bati o armário com força, odiava segundas-feiras. Tinha duas aulas de matemática seguidas e ainda as de reforço no fim da tarde. O que me fazia chegar tarde no treino de vôlei. E meu técnico me mandava dar mais voltas na quadra e ainda ficar até mais tarde.

Caminhei bufando até a minha sala.
Sentei ao lado de Steven, meu melhor amigo, bom depois de Gunnar. Eu e Steven tínhamos quase as mesmas aulas então sempre sentávamos um do lado do outro na fila do meio. A diferença era que Steven sabia matematica e eu não.

-Bom dia flor do dia.- Ele cantarolou.

-Hoje não.- Desabei na minha mesa só querendo tirar um cochilo, tinha ficado acordada até tarde ontem porque Willi teve pesadelos.

Se não precisasse de nota ficaria assim por muito tempo. Não era que eu era burra, afinal minhas notas em humanas eram ótimas, mas matemática? Aquilo pra mim não fazia sentido.
Finn havia pegado a parte inteligente da minha mãe, assim como seus olhos castanhos e pele um pouco mais bronzeada. Já eu, gostava de pensar que era uma cópia de meu pai. Seus olhos verdes, seus cabelos castanhos e sua habilidade para esportes.
Amava o vôlei, mesmo que minha altura não ajudasse. Do que adianta ter um pai de 1.80 e acabar tento pouco mais de 1.50? Até Finn que era mais nova já havia me passado.

Bufei quando o professor entrou na sala e me forcei a entender as fórmulas que acumulavam em meu caderno.

*****

No final da tarde, quando a maioria já havia acabado suas aulas e tarefas, fiquei para minha aula de reforço. A sra. Pattins que me ensinava, acho que ela tinha mais de 80 anos. Ela era fofa, os cabelos grisalhos e os olhos grandes castanhos. E as vezes eu entendia o que ela queria dizer.

Depois de revisar comigo a matéria da semana passada, ela me pariu segurando ambas minhas mãos com um olhar afetuoso.
-Querida, vou precisar sair. Estou ficando velha demais pra essas coisas. Não sei se minha coluna aguenta muito mais.- Ela riu sem graça. -Mas não se preocupe que você terá um substituto.- Ela sorriu dócil.

Pera substituto? Eles nunca faziam nada! Só passavam filmes e tarefas sem fundamentos. Era agora que eu ia reprovar.
Dei um abraço na senhora e sorri confortavelmente.

Odeio segundas feiras.

Meu treino se seguiu como sempre. Tirando que tive que correr como uma louca pela quadra e conquistei mais um hematoma na minha coxa direita. Eu era libero, então ficava mais no chão do que em pé.

Já passava das 21:00 quando saí da escola, esperando na esquina principal onde geralmente meu pai me buscava.
Mas não era ele que estava ali.

Madden Mori, estava encostado em sua BMW preta, enquanto mexia em um molho de chaves. E uau, ele estava lindo. Madden sempre foi bonito, mas parecia que a cada dia ele ficava mais. Seus cabelos pretos sendo jogados de qualquer jeito mas de uma forma que completava exatamente sua face. E ele estava maior, tanto na altura como nos braços que agora carregavam músculos.
Seus olhos pousaram em mim e sem se mover disse. -Eu vou te levar para casa.-
Sua voz era grossa e direta.

-Aconteceu alguma coisa com meu pai?- Perguntei me aproximando de leve.

Ele deu de ombros. -Me mandaram vir te buscar e eu vim.- A forma como ele falou fez meu corpo arrepiar por inteiro.

-Tá bom.- Concordei sem pensar muito.

Ele se aproximou de mim e pegou minha bolsa que carregava meu uniforme e essas coisas, colocando-a no banco traseiro. Então ele entrou no banco do motorista e abriu a porta pra mim por dentro.

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