LíriKa: A Deusa Da Proteção.

Capítulo 05: Saindo Da Chuva.

...

Nuvens escuras e curvadas no céu da tarde,

Passos de sapatos em meio o chão molhado,

Conversas conservadas da verdade,

Com a mente somente no ocupado.

...

Me pergunto se ele ainda vai demorar...

Já estou no meu terceiro copo e ainda nada daquele desgraçado aparecer. Provavelmente deve ter morrido no caminho para cá.

Me deixa sozinho em um lugar como esses e no mínimo muita babaquice...

"Coelhinha malvada..." A taverna mais perigosa de Sellenimis. Conhecida desde brigas frequentes até os relatos de putaria.

O local perfeito para bandidos e sei lá mais o quê fazerem coisas que eu não gostaria de saber.

Só sei que o local está bem cheio e é isso que me preocupa. Pessoas suspeitas por todos os lados só me deixa ainda mais desconfortável e com medo de me envolver com qualquer tipo de problema.

E para melhorar minha situação, estou sentindo que a tontura está voltando...

Fazer todo aquele tecido custou muito da minha saúde. Não sei se vou conseguir aguentar lutar com alguém se tentarem fazer alguma coisa comigo aqui...

Enquanto tentava colocar a cabeça no lugar tomando mais uma garrafa de suco, vejo uma iluminação pela janela da taverna.

Raios, vindo do oeste...

E mais um dia de chuva.

Pessoas nas ruas se apressam para sair da chuva. Algumas vão para suas casas e outras saem correndo para se protegerem das gotas. Tudo isso enquanto uma fina neblina sutilmente se forma, cobrindo a visão das áreas mais afastadas da rua.

Fico distraído olhando pela janela, observando e sonhando acordado por um tempo. Imagino como Auri vai ficar vestindo algo diferente dos trapos velhos, também conhecidos como as roupas antigas da minha mãe.

- Bom... De qualquer forma, aquelas duas sabem o que fazer... provavelmente vai ficar algo legal. - falo para mim mesmo, deitando a cabeça na mesa, para relaxar um pouquinho. Ficar ansioso só vai me deixar mais tonto do que já estou.

Enquanto fechava os olhos eu acabo sentindo um movimento suspeito vindo de meu ombro...

Com isso eu acabo dando um grito de susto e ao mesmo tempo, quase que instantaneamente, pego uma garrafa vazia do meu lado, quebrando seu fundo na mesa, e aponto para a pessoa que me tocou.

Me virando, percebo que era na verdade o tal do amigo que eu estava esperando...

- C-calma Nory, não precisa de tanta violência, só sou eu! - ele fala com as mãos para cima, enquanto todos no local olham para mim assustados.

Abaixo a arma improvisada de garrafa de vidro e, após me desculpar com todos no estabelecimento, eu e ele começamos uma conversa.

- Igor! Seu desgraçado... Não me assuste dessa maneira, caramba, eu quase te mato sem querer... - falo, vendo ele se sentar na cadeira ao lado.

- Eu percebi... Hehe... por um momento, você parecia um criminoso procurando. Tá devendo alguma coisa por acaso? - ele pergunta, dando um pouco de risada.

- Desculpa por isso... É que eu estou um pouco cansado e também não posso ficar desatento em um lugar como esse.

- De boa mano, dá para perceber que você está mais pálido do que qualquer outra coisa. Vamos pedir um bifizão para animar e recuperar um pouco de energia. - Ele levanta a mão chamando um atendente.