VOLUME IX

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Horas mais tarde, Jason subiu no telhado da base, buscando um momento de paz sob a luz prateada da lua. Ele se sentou na borda, os pés balançando levemente enquanto observava as nuvens passarem lentamente. A tranquilidade da noite contrastava com a tempestade que se formava em sua mente. Aos poucos, memórias antigas começaram a ressurgir, trazendo à tona um dos traumas que ele tentava esquecer.

Na sua lembrança, Jason era um pouco mais novo, ainda carregando a inocência da infância. Ele estava em cima de uma caminhonete, que puxava um barco pela areia. O cheiro do mar e a brisa salgada preenchiam o ar, mas, por trás daquela imagem de verão, havia uma pressão esmagadora. Seu pai o observava, exigindo que ele seguisse ordens com precisão. Jason tentava dar um nó em uma corrente, um simples gesto que, aos olhos do pai, definia seu valor. Mas a ansiedade se apossava dele. O nó não saia da maneira certa, e o medo de falhar o paralisava.

Desesperado, ele puxou a corrente com força, mas em um momento de distração, machucou o dedo. A dor foi aguda, um pequeno grito escapou de seus lábios enquanto a corrente escorregava de suas mãos. No pânico, Jason perdeu o equilíbrio e caiu na água gelada, sentindo a correnteza puxá-lo para baixo. Ao tentar se levantar, sentiu um puxão doloroso no braço, como se a água estivesse reclamando sua presença. O barco, descontrolado, deslizou pela água, afastando-se da praia, enquanto o caos se instalava em torno dele.

Na areia, seu irmão mais velho e outro homem assistiam à cena, preocupados e sem saber como ajudar. O olhar de seu irmão era uma mistura de raiva e desamparo, refletindo a frustração de não conseguir salvar o irmão mais novo. Jason podia ouvir as vozes distantes, mas tudo se tornava um eco abafado, enquanto a água o envolvia.

A lembrança se apagou lentamente, mas a sensação de impotência e dor permanecia viva em sua mente. Jason levou a mão ao rosto, como se quisesse esfregar os traumas que o atormentavam. Ele olhou para a lua, buscando algum tipo de consolo na imensidão do céu noturno. Mas, ao invés de encontrar paz, ele se viu mais uma vez diante de seus medos, enfrentando o peso do passado que não poderia ser simplesmente esquecido mas infelizmente ele logo voltou a se lembrar.

Infelizmente, Jason logo se viu imerso novamente nas memórias do passado, como se tivesse voltado no tempo.

Um homem riu, sua voz ressoando na memória como uma lembrança amarga.

Homem: Hahahahahah! Nossa, Messias, seu irmão é um bosta!

Messias, com um sorriso malicioso no rosto, respondeu.

Messias: Hehe, eu sei que meu trabalho é fazer aquilo. Mas ver ele sendo punido pelo pai é tão bom, hahaha.

A cena mudou rapidamente, e agora Jason se encontrava em sua casa, o ambiente carregado de tensão e medo. O pai dele, em um acesso de raiva, espancava-o, arremessando-o contra a parede com uma força brutal.

Pai de Jason: VOCÊ! soco

Pai de Jason: NÃO SABE soco

Pai de Jason: FAZER NADA!

As palavras cortavam o ar como facas afiadas, enquanto o pai de Jason o tapeava no rosto com uma frigideira, o impacto fazendo seus olhos se encherem de lágrimas. Depois, ele começou a bater em suas costelas, a dor irradiando por todo o corpo. O pai não parou por aí; em um movimento cruel, ele o chutou na barriga, e então agarrou seu pescoço, lançando-o com toda a força na mesa.

Nesse momento, Messias apareceu, tranquilamente bebendo café à mesa, como se nada estivesse acontecendo.

Messias: Aí, Jason, seu café tá uma delícia!

Jason, tentando recuperar a respiração, lutou contra a dor.

Jason: SO! -Grrrh-

Um soco certeiro na boca o fez silenciar, a dor pulsando em sua face.

OVERHAZARD: NOVEL OFICIAL Onde histórias criam vida. Descubra agora