OVERHAZARD: NOVEL OFICIAL

VOLUME XXIX

Nas imediações de uma montanha próxima à cidade de São Paulo, a destruição já se fazia presente. A cidade sofria sob um bombardeio implacável, e os ecos das explosões reverberavam pela região, sacudindo o solo com tremores constantes. O ar estava saturado pelo cheiro de fumaça e destruição, enquanto nuvens escuras se erguiam no horizonte, cobrindo o céu em um véu ameaçador.

Subitamente, uma erupção violenta irrompeu no coração da montanha. Uma coluna de fogo ascendeu aos céus, iluminando o ambiente em um brilho infernal, enquanto as rochas ao redor eram pulverizadas pela explosão devastadora. O calor intenso se espalhou rapidamente, consumindo tudo em seu caminho. Um abatedouro, outrora oculto nas sombras da montanha, foi instantaneamente engolfado pelas chamas, sendo transformado em escombros em questão de segundos. A estrutura desmoronou, deixando para trás apenas destroços fumegantes e paredes em ruínas.

Nos arredores de uma montanha, a apenas alguns quilômetros da devastada cidade de São Paulo, onde ataques e bombardeios incessantes transformaram o horizonte em um caos de fumaça e destruição, o ar tremia com uma vibração sombria. O som estrondoso e a reverberação intensa no solo anunciavam a chegada de algo aterrador, algo que parecia transcender a simples violência da guerra.

Subitamente, o silêncio foi rasgado por uma explosão brutal. No coração da montanha, uma onda de fogo irrompeu com força descomunal, desintegrando tudo em seu caminho. Um abatedouro próximo foi completamente consumido pelas chamas furiosas, reduzido a escombros fumegantes em questão de segundos. As labaredas subiram aos céus, pintando o crepúsculo com um tom vermelho-sangue, enquanto os restos de estruturas metálicas derretiam sob o calor infernal.

Do meio dessa catástrofe, uma figura solitária emergiu. Passos firmes ecoavam pelos escombros, enquanto a sombra de um ser se movia entre as chamas, aparentemente imune ao caos que o cercava. À medida que se aproximava de uma área onde o brilho das chamas revelava sua silhueta, a identidade do intruso se tornou clara. Tratava-se de um ciborgue, sua pele substituída por uma armadura metálica que refletia a luz do fogo. Seus olhos eram poços negros com pupilas vermelhas incandescentes, transmitindo um olhar frio e calculista. O rosto, jovem e inexpressivo, era emoldurado por cabelos lisos e curtos de um cinza escuro, com algumas mechas mais claras que contrastavam com o cenário ao redor.

Ele caminhou até o centro do local, onde, entre os escombros, encontrou Jason. O corpo de Jason estava gravemente ferido, coberto de sangue e poeira, e ele permanecia inconsciente, alheio à destruição ao seu redor. Sem hesitar, o ciborgue se aproximou e se ajoelhou ao lado do corpo, verificando suas condições. Uma breve pausa foi seguida por um murmúrio baixo e firme que ecoou em seu comunicador.

- Eu o encontrei.

A voz metálica do ciborgue era calma e controlada, sem traço algum de emoção. Este era Tessa Y-Z, um ciborgue altamente eficiente, projetado para operar em situações extremas de risco e resgate. Ele era uma máquina de precisão, construída para executar missões com perfeição inabalável.

Tessa envolveu o corpo inerte de Jason em seus braços, sua força sobre-humana manejando-o com facilidade. Seus pés, agora ativados, começaram a emitir um brilho azulado, enquanto seus propulsores se preparavam para o vôo. Num movimento súbito, ele se ergueu do solo, projetando-se aos céus com uma velocidade surpreendente, deixando para trás o caos e a destruição. O som de seus propulsores cortava o ar, semelhante ao rugido de um trovão distante, enquanto ele se dirigia em linha reta para o polo central da Nemesis

Cortando para uma região repleta da vastidão desconhecida, ao atravessar o véu entre realidades, a vastidão sombria e majestosa de uma dimensão ancestral revela-se em toda a sua imponência aterradora. Este plano de existência, diferente de qualquer outro, emana uma atmosfera opressiva, onde o terror gótico encontra-se perfeitamente entrelaçado com uma grandiosidade antiga, evocando um sentimento de desespero eterno. Aqui, o conceito de tempo parece ter sido completamente abandonado, aprisionado em uma eterna e angustiante estagnação.