[EM ANDAMENTO] O ano de 2087 nasceu com a promessa de mudanças pela Governança Mundial para a sociedade que convive com a alta tecnologia, mas com a baixa qualidade de vida no cenário devastado pelos efeitos catastróficos da vacina que prometia a cu...
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A promessa das principais potências mundiais era de encher os olhos: uma vacina para curar o câncer. Os efeitos colaterais pareciam pequenos comparados com os benefícios, apenas a mudança na estrutura genética para o que foi nomeado de gene omegaverso, esse que poderia variar conforme a genética de cada pessoa que tomasse a vacina milagrosa. Todos os veículos midiáticos passaram a transmitir a importância da vacinação, campanhas com financiamentos por multinacionais passavam da casa dos seis dígitos.
Houve a pressa por parte de todas as potências para a população ser imunizada em apenas duas semanas.
Nas entrelinhas, foi deixada a informação acerca do risco calculado de 0,01%. Em menos de três dias do início das campanhas, foram omitidos os primeiros casos de óbitos por todo o mundo, os corpos eram empilhados em galpões afastados das grandes metrópoles. Em pouco tempo, o fator de risco aumentou para 99%. Nesse período, tudo foi acobertado pelos grandes veículos de comunicações mundiais comprados pelos empresários bilionários. As propagandas ainda mostravam a mentira mesmo depois de tudo revelado; crianças sorridentes por serem imunizadas pela vacina omegaverso da mais isolada vila de algum canto do continente africano.
Em três meses, a verdade não podia mais ser mascarada, com 97% da população vacinada, as taxas descontroladas de óbitos sem explicação por conta dos efeitos rápidos da falência dos órgãos e paralisia múltipla, em pouco tempo, a "cura omegaverso" se alastrou e matou em questão de horas após os primeiros sinais visíveis.
Os óbitos já ultrapassavam a casa dos bilhões. Países inteiros dizimados pelos efeitos da vacina, aos que sobreviveram restou um sentimento de isolamento enquanto caminhavam pelas ruas abarrotadas de cadáveres com botões da planta roxa que passou a crescer dos restos em decomposição, atravessando as carcaças de amigos, familiares e vizinhos. O cenário era de descaso e de manipulação bem planejada pelas potências mundiais.
Continentes inteiros foram esvaziados, restando apenas os cadáveres putrefatos, o que trouxe sérios danos para a sobrevivência de toda a vida nessas áreas. A fauna foi atingida pela escassez de água potável; a podridão, somado com os efeitos da planta venenosa de acônito ao ambiente, percorreu pelos esgotos das grandes cidades, se fundiram com os lençóis freáticos, contaminando a água potável em, pelo menos, 90% do território mundial. Chuvas ácidas contaminadas pelo pólen que impregnou a camada de ozônio de todo o planeta, pioraram o cenário. Aos que sobreviveram aos efeitos mortais do acônito, possuem os rastros da mutação de seu fenótipo. A flora serviu de alimento para o crescimento desenfreado do acônito, sendo utilizadas como hospedeiras para a sua dominação até onde tivesse vida possível.
Diante de tanta incerteza, os líderes das potências, que estiveram à frente na liberação da vacina, tomaram a decisão de evacuar as cidades que ainda havia população com potencial taxa de sobrevivência para a busca rápida para frear os efeitos do acônito dos que receberam a vacina. Com as primeiras pesquisas desenvolvidas pela única empresa farmacêutica que ainda possuía credibilidade no cenário, a cura desenvolvida a partir da própria planta de acônito, testes incansáveis feitos nos sobreviventes e graças à tecnologia de ponta desempenhada para a criação da cura, a salvação para os 3% dos sobreviventes pelo globo foi obtida com sucesso. Atualmente, todos os medicamentos precisavam ser feitos com base na planta para que não desencadeassem em novos riscos para a sociedade que terá para sempre o gene omegaverso em sua estrutura de DNA.
