— Papai... conta de novo aquela história, por favor, por favoooor. — Juntando as mãos abaixo do queixo, Jas me envia aquele olharzinho pidão que me amolecia.
Abro um sorrisinho, até parece que sou capaz de dizer não a uma criança tão fofa como ele.
— Hmm... — Resmungo pensativo ao levantá-lo do chão. Seus braços cercam meus ombros pelo instante em que me curvo para pôr seu corpo já grandinho na cama, então, o aconchego devidamente sobre os lençóis.
— Papai, por favor. Eu prometo que vou dormir logo depois.
— Você sempre quer mais história quando acabo de contar alguma.
— Mas essa é especial, não é? Você disse que era. Então eu prometo que vou obedecer e ir dormir depois.
— Certo, certo. — Finjo um falso suspiro vencido, mas acabo rindo quando ele ergue o corpo para se sentar próximo a cabeceira. — A sua mãe pediu que eu não contasse histórias de terror para você...
— Bem, a mamãe não está aqui.
— Jas! Não pode esconder coisas da mamãe, ouviu? O melhor que pode fazer é tentar convencê-la que você já é um garoto crescido e corajoso, assim poderá escutar histórias de terror a vontade.
— Tá bom, papai. — Ele resmunga com desânimo, parecendo querer esquecer aquilo. — Agora me conta a história.
Dou um risinho, aproximando meus dedos de sua barriga para fazê-lo cócegas.
— Você está muito espertinho para meu gosto. Onde anda aprendendo isso, hein? É na casa da sua mãe? Com aquela turma do seu bairro? Hm? — Ele não se contém de rir, afastando minhas mãos e se remexendo quando não consegue tirá-las.
— Para pai! — Ri. — A minha mãe diz a mesma coisa. Que ando aprendendo besteiras com você.
— O quê? — Abro a boca chocado, parando com as cócegas à medida que ele ri apenas da minha expressão. — Ora... o que te ensino é importante... e também é muito relevante.
— É claro. — Ironiza. — Ontem você me disse que eu podia comer pasta de amendoim com sorvete antes do jantar, que não faz diferença a sobremesa vir primeiro.
— Ei, isso é verdade. No estômago vai dar no mesmo.
— Mamãe nunca me deixaria fazer isso.
— Bem... acho que esse é um ótimo momento para que eu comece a contar a história. — Jas ri baixinho e me observa puxar a cadeira de sua escrivaninha, onde ele normalmente usa para fazer seus desenhos, enquanto ponho os meus óculos de descanso.
— Para que os óculos, pai? Sei que você sabe tudinho de cabeça!
— Ora, preciso do estilo. Sempre fui muito estiloso.
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NIGHTMARE • Jikook
FanfictionNo Halloween de 1995 Jungkook descobriu uma possível passagem para o mundo extraordinário das histórias de seu avô. Seria essa uma chave dourada e brilhante que permitiria facilmente o acesso ao tão ansiado "Mundo dos Monstros", local mágico com cr...