No Halloween de 1995 Jungkook descobriu uma possível passagem para o mundo extraordinário das histórias de seu avô.
Seria essa uma chave dourada e brilhante que permitiria facilmente o acesso ao tão ansiado "Mundo dos Monstros", local mágico com cr...
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Despertei com um tremor alto no chão e um som de baques três vezes piores do que aqueles que presenciei nos Montes.
Assustado, sacudi o rapaz de bruços que dormia tranquilamente sobre o cobertor. Seus resmungos foram a única coisa que escutei antes dele esfregar os olhos.
— Jimin, o que é isso? Veja! Acho que estamos no meio de um terremoto!
— Não é terremoto, filézinho. É a nossa carona. Vai, se veste aí.
Enquanto ele pegava sua cueca e camisa, vesti minha bermuda e desci para buscar o resto de nossas roupas e a mochila.
Assim que voltei para cima levei um tremendo susto com gigantes mais altos que o céu. Por conta das nuvens, só era possível ver até seu peitoral ou, no caso de alguns, até o queixo. Dois deles passavam entre os trailers, não parecendo ter dificuldade de pisar nos espaços que os separavam, mas a maioria seguia por uma estrada asfaltada do lado do acampamento-hotel.
Jimin subiu suas calças e não a abotoou porque fazia um sinal de "depressa!" para mim. Posicionei a mochila nas costas e assenti para ele que assistia um dos gigantes se aproximar do nosso trailer.
— Temos que pular.
— O quê!?
— É fácil, só precisa se agarrar na tornozeleira viajante dele. E é de graça! — Sorriu satisfeito, se aprontando para dar um salto perfeito. — Jungkook, é só me seguir.
Ainda descalço, amarrei o cadarço do tênis para colocá-los ao redor do pescoço e copiei sua posição corporal. O gigante se aproximou ainda mais, as passadas meio lentas e pesadas, as pernas pareciam com as de um humano gladiador, fortes e musculosas, como todo o resto de seu corpo.
— É agora! — A perna pisou na nossa frente e ele jogou suas botas antes de gritar: — Já!
Jimin deu um pulo alto se agarrando em uma espécie de cesto parecido ao de um Balão de ar. Não pareceu difícil quando ele escalou pela estrutura e caiu lá dentro. Eu, pelo contrário, esqueci de segui-lo como me pediu e o fiz se erguer com uma expressão incrédula no rosto.
— Jungkook! Rápido!
Pisquei aturdido pela situação. Oh, Deus, aquela era mais uma! Mais uma das empreitadas que Park Jimin me fazia passar!
Corri pelo teto na direção da perna que subia e descia de volta ao chão. Ainda fiz questão de tropeçar em uma almofada jogada por nós mais cedo, mas não me deixei despencar e continuei seguindo até a ponta do trailer.
Ok, a partir daqui não tem mais jeito. Eu preciso pular! Preciso pular! Impulsionei o corpo para frente e agarrei a lateral do cesto que era coberta por uma rede, provavelmente para ajudar na escalada o que, na verdade, eu não fiz.
Fiquei intacto me segurando firmemente na estrutura e só abri os olhos com a risada audaz do meu parceiro rebelde. Ele esticou o braço e apertei sua mão antes de subir e finalmente entrar para dentro.
