No Halloween de 1995 Jungkook descobriu uma possível passagem para o mundo extraordinário das histórias de seu avô.
Seria essa uma chave dourada e brilhante que permitiria facilmente o acesso ao tão ansiado "Mundo dos Monstros", local mágico com cr...
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— Mas, pai... o que vocês fizeram no hotel de trailers?
— Ah, hm... bem... a gente só ficou admirando as estrelas, por muito tempo, até dormir.
***
— Jungkook, abra os olhos.
Foi o que ele me disse após alguns minutos da viagem. Eu ainda tentava experimentar as sensações que a tirolesa causava pela velocidade não tão intensa que nos locomovíamos.
Aos poucos, acatei a sua ordem, deixando que as luzes do dia ressurgissem à minha vista e, já de olhos abertos, os arregalei periodicamente pela paisagem que recebi ao meu redor.
Árvores grandiosas por baixo do cesto, algumas de folhas verde-escuro, mas outras de cores vivas, diferentes do meu comum. Deixei um suspiro impressionado escapar dos meus lábios com a mistura de clarões em nossa volta e em cima de nossas cabeças: um vasto céu, com pinceladas de laranja, roxo, azul, rosa... e com um sol lindamente se pondo atrás de Jimin.
— Lindo... — Sussurrei, mas ele escutou devido ao sorriso de maçãs rechonchudas que ganhei.
Não sabia se eu estava falando das belezas naturais de Nightmare ou dele... se bem que aquela boca farta, os olhos lilás e a pele azul celeste também eram uma beleza natural de Nightmare. Então a resposta seria dele. Com certeza dele.
— Gostou do pôr do sol? — Jimin ri, é uma provocação por tê-lo olhado demais e durante tempo demais, mas eu não conseguiria deixar de admirá-lo nem se eu quisesse.
Naquele ponto, já tinha perdido qualquer luta contra uma não aceitação da minha atração. Estava hipnotizado. Encantado. Louquinho de paixão.
Não respondi a sua pergunta, na verdade, meu sorrisinho meio tímido e meio zombeteiro o trouxe mais uma dose de bom humor.
Ficamos assim, sentados próximos demais, com as pernas quase enroscadas uma na outra pela falta de espaço. Antes de ficarmos completamente quietos ele empurrou meu pé com o seu, só para me pirraçar, mas ficou constrangido quando segurei em sua mão e levei seu dorso para deixar um beijinho meu.
Em certo momento, a cesta diminuiu de velocidade e acabamos em uma das paradas vazias. Ninguém por perto, mas encontramos outra dela que havia chegado antes da gente.
— O Niffler. — Jimin resmungou. — Quer descer aqui? Podemos seguir o rastro dele.
Balancei a cabeça que não. Ainda acariciava seus dedos com os meus.
— Chega por hoje, estou cansado... aliás, como diabos já está escurecendo se acordamos a algumas horas atrás?
Olhamos juntos para o céu e para os últimos segundos do pôr do sol.
— Dizem que o tempo nos Montes é diferente. Os minutos que passamos lá devem ter sido horas aqui.
