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Evitei por semanas falar sobre aquele baile com Bill e logo essas semanas se tornaram meses. Comecei a ocupar minha mente com os preparativos do casamento e me permiti esquecer de tudo aquilo nem que fosse por um momento.

Faltam 5 meses para o nosso casamento e hoje é o dia que eu escolhi para começar a ir atrás do meu vestido.

- Olha esse aqui! - Kalis aponta para um dos vestidos no extenso catálogo que haviam nos entregado.

- Que lindo!

- Com esse véu aqui ele ficou perfeito - ela me olha com um sorriso no rosto - Experimenta ele!

Passamos o dia indo em lojas de vestidos de casamento, no fim do dia eu tinha dúvida entre três modelos diferentes e já que ainda tenho tempo de sobra para decidir qual será o meu, decidi não me preocupar tanto com essa decisão agora.

- Já sabe o que vai fazer no seu aniversário? - questionei para Kalis enquanto andávamos em direção ao metrô.

- Pensei em fazer uma festa a fantasia

- É a sua cara fazer uma festa assim

- Vai se fantasiar de que? - ela me olha curiosa.

- Não faço ideia e você aniversariante?

- Pensei em chapeleiro maluco ou Freddy Krueger

- Acha que vampira já ficou ultrapassado?

- Nem um pouco! E você vai ficar uma grande gostosa vestida de vampira - diz brincalhona enquanto descíamos as escadas do metrô.

- Decidido então! - falo entre risos.

◆◆◆

-

Billy! - chamei ao entrar em casa porém nem sinal dele - Que horas são?... - vasculho a minha bolsa e pego meu celular para ver o horário. 23:37 era o horário que surgia na tela, eu suspiro um pouco desanimada e vou até o sofá para me sentar.

Me pergunto se Bill ainda pensa muito sobre aquele dia porque vez ou outra ele fica estranho, passa literalmente o dia inteiro em seu estúdio e volta durante altas horas da madrugada.

Como de costume eu fiz minhas higienes pessoais e vesti uma blusa de Bill com um short por baixo para ir dormir, mas diferente dos outros dias, hoje eu não sinto sono algum.

Pego os meus cigarros e meu isqueiro que ficavam sobre a escrivaninha e me levanto da cama indo até a varanda do quarto e me sentando de forma desleixada no puff que havíamos deixado ali.

Acho que já estava no meu terceiro cigarro quando ouvi a porta da sala abrir. Não mexi um músculo para me levantar de onde eu estava, apenas esperei Bill vir para o quarto.

- Jesus! - diz assustado, repousando a mão sobre o peito - O que faz aqui fumando no escuro? - Bill acende a luz da varanda e eu apago o meu cigarro antes de olhar para ele que agora estava ao meu lado - Você está bem?

- Já tive dias melhores - respondo vagamente e observo ele se sentar no outro puff - E você?

- Bem - eu concordo com a cabeça e me levanto, entrando no quarto novamente.

Evitamos ao máximo demonstrar essa preocupação porém é inevitável a forma como andamos agindo feito dois estranhos dentro dessa casa e há noites, assim como essa, que tudo parece piorar.

Odeio esse Bill quieto, odeio esse Bill que sente medo de me contar o que há de errado.
Quero de volta o meu Bill sorridente, que sempre que podia trocava provocações comigo e que sempre me fazia rir quando admitia estar com ciúmes de mim.

Try again by your side (Bill Kaulitz)Onde histórias criam vida. Descubra agora