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Matheus

Acordei bolado, ontem não consegui dormir, tava tendo muita bala. Me levanto, calço os meus chinelos e vou tomar banho.

Depois que eu tomei banho, fui para a cozinha encontrando minha mãe. Ela tava lavando algumas louças, mas assim que me viu deixou de lado o que estava fazendo e venho me abraçar.

— Bom dia, filho! Dormiu bem? — Perguntou preocupada quando viu a minha cara.

— Não, dormi quase porra nenhuma! — Exclamo com um pouco de raiva.

— Olha a boca menino — Ela me repreende. — Você soube da nova, Theus? — Nego com a cabeça confuso.

— aconteceu algo de bom?

— Bom, mais ou menos, mataram o Jeffin, e agora outro homem vai assumir o cargo de dono do morro.

— A senhora sabe quem é? — pergunto bem interessado no assunto.

— Ainda não vi a cara do meliante, mas o nome dele é Pedro Henrique, mas chamam ele de PH.

— Bom saber...

— Tá bom, chega de conversa, você precisa se apressar, se não o senhor Moreira vai te esculachar se tu chegar atrasado. —Levanto as mãos em rendição.

— Já tô indo, minha coroa. — Dou uma risada e vou para o quarto vestir uma blusa. Volto para cozinha e dou um beijo na minha mãe.

— Tchau mãe, já tô indo.

— Tá bom, filho. Toma cuidado e juízo viu. — Ela me beija.

Saio de casa e vou andando a pé até o barzinho onde trabalho. Dobro a esquina e vejo várias homens armados vindo de moto, ando um pouco mais devagar para observar melhor os elementos, eles passam bem devagar ao meu lado e eu fico encarando, um deles que estava em uma Gs310 buzina para mim e grita.

— ô lá em casa, neguin. — Ele grita, mas nem dou atenção. Continuo o meu percurso até o meu trabalho e logo chego.

— Desculpa a demora, seu Moreira. — Falo assim que entro no estabelecimento.

— Tá atrasado, moleque! — Diz enquanto arruma algumas coisas no balcão.

— Eu sei, senhor Moreira, não vai mais acontecer. — Vou para trás do balcão pegar meu avental.

— Assim espero, vai atender o Pedrão.

Pego a caderneta e vou até o velhote, aff.. odeio esse velho, quando chego na mesa dou um sorriso forçado para os clientes.

— O que os senhores vão querer ? — Pergunto tentando ser educado o máximo que consigo.

— Vou querer você, se for possível. — Arg, que velho nojento.

— Não será possível, Pedrão. Sujiro que peça outra coisa. — Tô quase me contorcendo para não largar um tapão nesse gordo.

— Então trás duas cervejas para mim, gostoso. — Ele fala e os outros que estão na mesa começam a rir.

— Olha aqui seu velho gordo, eu só não te bato, porque sou contra bater em idoso.— Só Deus sabe a raiva que estou sentindo.

— Que idoso o quê, moleque. O velho aqui ainda aguenta. — Se gaba, como se aguentasse três horas de transa.

— Não perguntei. — Saio para pegar os pedidos. Volto para o balcão. — O senhor Moreira, o senhor pode entregar duas cervejas lá na mesa do Pedrão?

—Ele anda te incomodando de novo?

— Sim, o senhor pode? — Ele concorda com a cabeça.

— Só preciso que atenda aqueles rapazes da mesa 2, e por favor não vai falar besteira, um deles é o dono do morro. — Hum, interessante.

— Pode deixar. — Sorrio e vou em direção a mesa 2. — O que vão querer? — Pergunto simpático como sempre. Percebo que um deles tá me encarando e eu encaro de volta, porque sou desses.

— Qual foi menó, vamo querer uma coca de dois litros e três sanduíches, tá ligado? — Pai amado, que línguagar é esse.

— Hum.. É para levar ou vão comer aqui? — Termino de anotar o pedido e olho para eles.

— Se for pra levar, o atendente vem junto? — Um cara com o cabelo platinado e com óculos fala.

— Felizmente, não. É pra levar ou vão comer aqui? — Pergunto novamente tentando manter a calma.

— Vamo comer aqui mesmo, coelhinho.

— Tá me tirando? — Digo indignado.

— Coé, fala direito comigo, cê sabe quem eu sou? — Ele diz apertando o fuzil que só agora que eu percebi que estava na sua cintura.

— Eu deveria? — Eu só posso tá maluco mesmo, merda.

— Sim, deveria, a não ser que queira que eu meta um bala na tua testa. — Aponta para o fuzil... Porra eu tô fudido.

— Ainda continuo sem saber quem você é, querido. — Franzo minha sobrancelha. Ele chega perto de mim ao ponto de eu conseguir sentir sua respiração em meu pescoço.

— Sou dono dessa porra toda, tá ligado, coelhinho. — Minha respiração fica falha quando ele sussura no meu ouvido me fazendo corar. — Melhor ir pegar os pedidos.— Pisco os olhos ainda corando muito e saio rápido para fazer os pedidos deles.

— Hum, senhor Moreira, três sanduíches. — Falo o pedido.

Dez minutos depois:

Os pedidos haviam ficado prontos, mas eu ainda não estou pronto para entregar, não quero chegar lá e abrir minha boca para falar merda de novo, vai que eu morra dessa vez. Vou andando bem devagar com o cu na mão até a mesa do elemento.

— A-Aqui o pedido. — Merda, gaguejei, já era. PH fica me encarando, eu poderia dizer que comendo com os olhos, parece que ele tá lendo minha alma.

— Valeu, coelhinho. — Balanço a cabeça sem dizer nada e me viro para sair de perto deles, mas ao me virar e começar a sair sinto alguém dar um tapa na minha bunda. — Da próxima vez eu vou querer você como pedido. — Ele pisca o olho e sorrir maliciosamente. Não falo nada e só consigo corar, antes que eu fale merda eu saio rapidamente de lá.

Cria Do Alemão - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora