Destino

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As mãos de Izuku estavam suando frias encostadas em seu rosto, tentando esconder a vermelhidão que se apossava e o constrangimento que se instalava em seus nervos. Pois lá estava Bakugou, parado na sua frente, apoiando-se nas laterais da cadeira com o corpo totalmente curvado para cima dele, com os olhos mais famintos do que os de uma fera em busca de sua caça. E era assim que Izuku se sentia, uma presa prestes a ser devorada por aqueles olhos vermelhos, seus sentidos estavam desnorteados, um sorriso malicioso com cabelos loiros levemente espetados e um abdômen muito bem trabalhado á mostra completavam a vista de tirar o fôlego. 

Izuku gostaria de saber porque sentia- se tão atraído por aquele homem que acabara de conhecer, tinha se passado menos de 24h da primeira vez em que se viram, e mesmo assim, ali estavam os dois, perigosamente próximos, não que isso estivesse afetando o loiro, afinal era ele quem estava empenhado em suas provocações, talvez esse comportamento fosse algo comum para ele, mas não para Izuku, que nunca se deixou levar por momentos, sempre foi racional em todas as suas decisões. Então por que diabos sua mente ficava em branco toda vez que aquele sorriso era lançado em sua direção? A primeira impressão que teve do loiro nem tinha sido boa, então porque ele estava se deixando levar tão facilmente? E porque diabos o outro estava tão interessado em si?

As respostas simplesmente não vinham, então ele decidiu que era preferível descobrir ou se arrepender depois do que deixar esse momento passar sem aproveitá-lo, seu conflito foi resolvido quando o outro pegou sua mão e passou sobre seus músculos a mostra, insinuando-se, falando coisas desnecessariamente excitantes, depois disso beijando sua mão carinhosamente, e logo após, a proposta irrecusável. Izuku apenas assentiu, deixando tudo oque havia pensado de lado, afinal, era seu aniversário e ele queria que esse fosse diferente.

O loiro que passou o dia todo provocando-o, agora tinha conseguido sua total atenção, após receber consentimento, ele não se conteve. Passou as mãos pelos cabelos verdes ondulados até chegar perto da nuca puxando-os levemente, forçando o pescoço de Izuku para trás, e com sede em seus lábios, procurou afogar-se nos lábios grossos do outro, que apenas apoiou ambas as mãos no corpo em sua frente. O beijo foi intenso, o loiro não sabia se conter, o beijava como se esse fosse seu último beijo. Naquele momento o mundo exterior desapareceu e oque importava era apenas um ao outro, ambos ficaram imersos pelas sensações que chegavam a cada respiração, Izuku sentia-se transbordar pelas emoções que a muito havia guardado por consideração a Mírio, e a cada toque que recebia seu corpo parecia derreter, por outro lado, Bakugou ficava eufórico a cada gemida espremida que saia da boca do outro, seu corpo arrepiava com as mãos frias que tocavam seu corpo, em contraste dos lábios quentes e macios que se contorciam junto dos seus.

Passaram-se alguns minutos com os dois entrelaçando os lábios, até Izuku voltar a realidade e lembrar que estavam na delegacia, e como ele era um bom policial e bom filho, aquele comportamento não era aceitável. Mesmo sentindo necessidade de se aprofundar ainda mais nos braços do loiro ele o afastou.

-Bakugou-kun não podemos fazer isso aqui, é nosso local de trabalho — Izuku parecia preocupado, com o rosto corado e ofegante.
-Haaa nerd... Merda.... Tem razão. — O loiro afastou-se de bom grado, afinal ele também entendia a situação — Me leva pra sua casa então, ou prefere trabalhar até de madrugada?
-Mass.... Err... Você quer continuar? —
-Merda, é claro.  Estou esperando a muito tempo por isso. —
-Como assim?  Muito tempo? — Izuku não entendeu o que o loiro queria falar e isso o deixou ansioso.
-Sim nerd. Desde aquela porra de hospital. Como eu esqueceria esses cabelos verdes e olhos brilhantes? É hoje não é? O dia que aquela mulher morreu, aquela do porta retrato. — O loiro apontou pro presente que ele havia ganhando de All migth que estava em cima da mesa.
-Como você sabe? Ela é minha mãe, e sim, hoje fazem 10 anos que ela faleceu.
-Eu te falei. Como eu poderia esquecer? Eu estava naquele inferno, quando um bebê chorão com cabelos extremamente verdes chegou, chamando pela mãe, com sangue escorrendo na testa. Hoje quando eu te vi, quase não acreditei... Porra, perdi a vontade agora. — Bakugou  virou-se de costas para Izuku, que estava paralisado, aparentemente digerindo a informação que recebeu.

O coração de Izuku parecia querer pular de seu peito, afinal a mesma pessoa que o provocou e fez pose de mal o dia todo, estava agora falando suavemente. Ele permaneceu imóvel, vendo o loiro se afastar e com isso, deixando suas costas á mostra, com cicatrizes que aparentemente eram de queimaduras, que iam dos ombros até a lombar. Seus olhos se encheram de lágrimas ao imaginar pelo que o outro teria passado para ter aquilo. Sua reação foi querer ir ao encontro de Bakugou, mas ele recuou quando o outro se sentou no sofá e voltou a falar com ele.

-Não quero ouvir baboseiras, eu sei que não é nada bonito.  — Os olhos vermelhos se encontraram com os verdes por um breve momento, e o loiro suspirou.— Enfim... Sinto muito pela sua mãe, quando eu te vi hoje pela manhã fiquei surpreso, seria impossível não reconhecer cabelos e olhos como os seus. E também foi mal por todo o resto, e pelo temperamento de bosta.. — com os cotovelos agora apoiados em seus joelhos, Bakugou evitava o olhar do outro.
-Err... Tá tudo bem... Desculpa não lembrar sobre você. E... Bom... — Izuku ficou com medo de perguntar sobre o que viu, e afastar o loiro. Então ele se calou.
-Já falei, merda!! Não precisa falar nada. Agora você deve ter perdido o interesse né? Já que eu sou nojento —

Aquelas palavras machucaram Izuku, ele não se importava com aparências, e bom, Bakugou era realmente lindo. Em um impulso irracional ele se levantou e foi em direção ao loiro que o encarava sentado com a cabeça abaixando olhando para o chã, e em um instante já se encontrava abaixado em frente ao outro, tocando os joelhos que estavam dobrados.

-Eu acho você lindo Katsuki-kun... Cada parte que eu vi até agora é lindo, mesmo que não me lembre de você, não quer dizer que não posso te conhecer agora não é? — Izuku beijou os lábios do loiro que apenas retribuiu puxando-o para cima de seu colo e o beijando mais.
-Oe Deku vamos? Lembra que aqui é nosso ambiente de trabalho? Haha — o sorriso por qual Izuku se derretia tinha voltado com tudo.
-Uhum... Vamos pra minha casa. kacchan — o rosto corado chamou atenção do loiro que adorava o provocar
-Kacchan ? Por acaso é apelido carinhoso? Haha

Os dois saíram juntos da delegacia e Bakugou fez questão de levar Izuku em sua moto preta, que ele adorava exibir, e isso Izuku iria descobrir em breve. Eles foram em direção a casa de Izuku, que ficava a apenas 3 quarteirões dali. Deixaram a moto na calçada e subiram para o apartamento em euforia, já que ambos não viam a hora de se entrelaçarem novamente, e agora, com liberdade. Assim que adentraram no apto, Bakugou agarrou Izuku pela cintura puxando-o para si, e se deleitando do pescoço alheio, deixando-o vermelho com sua marca de mordida, oque fez o menor gemer e entrelaçar seus dedos nos cabelos loiros puxando-os levemente, e "PORRA" Bakugou pensou, ele era uma delícia. Cada parte de Izuku era uma delícia, e ele precisava cada vez de mais, em um impulso pegou o menor e levantou no ar, prendendo-o dentro de seus braços e por um segundo admirou a beleza que o outro exalava, e beijou-lhe carinhosamente dessa vez, afinal de contas, por 10 anos ele sonhava com esse momento. Para ele tinha sido "amor à primeira vista", e mesmo sendo unilateral, ele continuou a pensar naquele garoto de olhos verdes brilhantes, e o procurou incansavelmente, mas nunca obteve sucesso em encontrá-lo. Mas por ironia do destino, e digamos que um pouco de sorte, acabou sendo jogado diretamente para os braços de quem tanto ansiava, e dessa vez ele não o deixaria escapar...

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