Interrogatorio

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O hospital mais próximo ficava a apenas 5 minutos do local do incidente mas para Bakugou parecia ser uma eternidade, ele seguia segurando seu choro com suas mãos tapando sua face, Toshinori seguia em silencio com o pequeno em seus braços ainda desacordado, suas grandes mãos pressionavam o ferimento na tentativa de estancar o sangue, a ambulância seguia a toda velocidade, ocupada apenas com o três na parte traseira, já que muitos enfermeiros e médicos ficaram socorrendo os demais feridos. Izuku rapidamente foi socorrido quando chegou ao hospital, sendo encaminhado para uma cirurgia de emergência para retirada da bala, para o alívio de todos ele estava fora de perigo, mas isso não impediu Bakugou de se sentir responsável pelo acontecido... Como o assassino falou, ele era o culpado de tudo, ele e apenas ele era seu alvo, então porque ele teve que se envolver com Izuku? Todos esses pensamentos pairavam em sua mente, ele andava de um lado para o outro sem rumo, aguardando seu pequeno.

-- Jovem Bakugou, se acalme, Izuku está fora de perigo. – O homem mais velho se aproximou dele colocando as mãos em seu ombro em forma de consolo.
--Mas a culpa é minha, como eu deveria me acalmar? E se Izuku não quiser mais olhar para mim? – Sua expressão era triste e não passou despercebida por seu capitão.
-- Você acha que ele se importa com isso? Acho que você realmente não conhece meu filho haha – Toshinori sorriu para o loiro angustiado, fazendo com que ele ficasse mais confortável
-- Bom você deve ter razão – O loiro sentou-se e suspirou profundamente – Você sempre tem razão All might..

A conversa foi interrompida pelo médico que os chamou para verem Izuku, que já estava acordado e bem. Os dois entraram no quarto onde o pequeno estava deitado, com o corpo envolto em faixas e com o mesmo sorriso de sempre em seu rosto, Toshinori foi o primeiro a saudá-lo com entusiasmo...

-- Heyyy Zuku, mais uma cicatriz para a coleção eim? Como está se sentindo? – O mais velho o encarava com ternura, colocando sua mão sobre a cabeça do mesmo que sorria com os olhos lacrimejando.
-- Simm, estou ótimo... Não é um tiro que vai me tirar da ação...  – Izuku mirou sua vista para o loiro que apenas observava os dois no canto da sala... – Kacchan, oque foi? –

Apenas essas palavras fizeram o loiro lacrimejar e caminhar em sua direção, logo em seguida deitar-se em seu peito e ceder-se em lágrimas, Izuku não acreditava em que seus olhos estavam vendo, o rapaz que era sempre nervoso e irritado, agora estava aos prantos debruçado em seu peito, o que lhe restou foi acariciar os cabelos loiros até que o outro se acalmasse...

-- Seu idiota, nerd idiota... – Bakugou falava sem poder encarar os olhos verdes que o fitavam – Foi escolher logo uma escória como eu para se apaixonar, eu sinto muito, se quiser que eu suma eu farei –
-- Hey Kacchan, oque? ... Como assim? Porque eu iria querer que você sumisse? –
-- Aquele desgraçado. Ele quer a mim não é? E você se envolver nisso –
-- Nada disso é culpa sua, nós o capturamos, isso é o que importa... – Izuku seguiu acariciando o loiro na esperança de fazê-lo se sentir melhor, afinal, ele não o culpava por nada, o plano e os riscos, tudo tinha sido sua ideia, então se alguém tivesse culpa de algo, esse seria ele mesmo.

Bakugou sentiu-se seguro nos braços de seu querido, e mesmo sem perceber que o capitão ainda estava atrás deles, ele seguiu até os lábios agora ressecados de Izuku e os tomou para sim em um beijo calmo e terno, sendo recebido de bom grado. Toshinori que era hábil, entendeu o clima e se retirou, deixando o casal aproveitar seus momentos juntos, focando-se em outra questão, o homem que antes era um suspeito, mas era claramente o assassino, e que agora estava em sua delegacia... Ele voltou o mais rápido que pode para iniciar os processos de interrogação, logo logo aqueles dias de tortura cessariam, mas o que o deixava intrigado era o porquê da revelação repentina, seus planos seriam seguir seus rastros depois da festa, mas inesperadamente ele se entregou, mesmo que tenha causado mais vítimas, desde o momento que ele decidiu entrar no local sua captura era certa. Ele entrou na sala de interrogatórios e foi recebido com mais gargalhadas do homem que estava algemado à mesa em sua frente;

-- Vejo que você está gostando da estadia aqui na delegacia... – Toshinori continuou andando calmamente até a cadeira de frente para o outro– Pelos risos acredito que vá adorar passar o resto da vida em uma solitária, ou talvez pena de morte? –
-- E como está aquele policial? Izuku, era esse o nome? Hahhaa – O indivíduo continuava a sorrir descontroladamente
-- Lave sua boca suja antes de falar dele – sua voz calma agora tinha se excedido, seu filho era seu único ponto fraco
-- haaaa, eu adoro ver as pessoas gritarem de dor, seus olhos próximos da morte, ansiando pelo final de suas vidinhas.... Ele morreu? Queria ter visto –
-- Acho que pena de morte é mais o seu caso – Toshinori ignorou as provocações do outro, seguindo com o interrogatório – Então você é Toia Todoroki, como conseguiu fingir sua morte?
-- Onde está Bakugou Katsuki? Estou aqui pra falar com ele... – O que ria, agora estava sério – Só falarei com ele, sabe, nós temos muitas coisas para conversar haha –
-- Ele não virá, você não vai pôr os olhos nunca mais nele, em ninguém mais –
-- Haaaa que peninha, você precisa de uma confissão não é? Não tem nada que me ligue aos seus mortos.... E hoje, bem, me segurei para não matar ninguém hahah, você diria que em 3 anos eu saia? Talvez menos... –

Após isso, todas as tentativas de interrogação foram falhas, o homem insistia em ver Bakugou, enquanto o mesmo estava sendo impedido de participar das investigações que agora fazia parte, suas tentativas de chegar ao indivíduo eram negadas prontamente, Toshinori tinha medo de que o esquentadinho partisse para cima do homem, o que o outro o provocasse a ponto de ambos se matarem... Passaram-se alguns dias e Izuku retornou para a delegacia, pronto para ajudar no caso, mas foi recebido com o mesmo protocolo que Bakugou, não podia se aproximar do assassino... Contrariado pela decisão de seu pai, ele insistia que ambos também faziam parte daquilo, e após muita insistência, foram aprovados para se encontrarem com o homem.

As preparações foram feitas, o homem ficou algemado com as mãos para trás das costas e os pés presos na mesa, câmeras de segurança ativadas, guardas á postos, perguntas elaboradas com antecedência, e os dois jovens entrariam juntos, esta era a condição de Bakugou, Izuku estaria junto na conversa, assim Toia aceitou, quando entraram na sala o indivíduo apenas abriu um sorriso e aguardou pacientemente pelas perguntas.... Assim se iniciou o interrogatório....

— Boa tarde detetives — O homem cumprimentou os dois, que apenas ignoraram tal avanço.
— Apenas responda as perguntas... Nome? — Bakugou começou as perguntas sem muita paciência
— Ora, Toia Todoroki, como vocês já sabem —
—Qual a sua idade? —
— 27 anos —
— Você entende quais são as acusações ? —
— Aah sim, assassinato? — ele ainda sorria, mas agora ditando seja olhos em Izuku que estava sentado em silêncio, anotando algumas coisas em uma prancheta
— Sim... -Aqui temos 9 assassinatos, os nomes das vítimas são: ************* — Bakugou falou todos os detalhes sobre as vítimas e sobre os crimes e o homem apenas ouviu calmamente — Qual sua versão sobre os fatos? —
— Ahh... Fui eu haha — O sorriso se tornou gargalhada — Opa, você quer que eu fale todos os detalhes? —
— Nos queremos saber o motivo!! E como você fez aquelas cenas intocáveis — Bakugou estava mais irritado.. ele odiava aquele homem em sua frente
— Bom, o motivo? Estava entediado... E como eu as matei? Foi fácil, trifluoreto de cloro, sem deixar rastros, sem precisar tocar ou ao menos acender um fósforo, apenas jogar na pessoa e 💥 BOOM.... É só apreciar à vista de longe... —

Izuku que estava escrevendo tudo oque ouvia em sua prancheta teve que parar por um segundo após ouvir o que o homem disse, ele era inteligente, já tinha pesquisado sobre isso enquanto investigava, mas nunca tinha imaginado isso, essa substância era altamente corrosiva, de difícil acesso, como ele teria conseguido isso? Izuku se aproximou de Bakugou para comentar sobre seus pensamentos mas foi interrompido.

— Heyy nerdzinho, eu aceitei você aqui mas não quero que se meta entre mim e Katsuki, achei que você tinha morrido com aquele tiro — Izuku recuou
— O motivo era tédio? Vou fingir que não ouvi você falando dessa forma com meu colega... — Bakugou tentava manter a calma pelo bem do processo, mas seu rosto parecia cada vez mais irritado, apenas o pé de Izuku embaixo da mesa tocando o seu lhe dava um pouco de calma naquele momento. — E que raios eu tenho a ver com seu tédio? já que tudo oque descobrimos terminava em mim? —
— haaaa meu querido, agora você chegou onde eu gostaria!! —
— Pare de enrolar e fale logo desgracado —
— Já que você deseja saber, vou contar uma história, de um menino que a vida transformou em um monstro — Toia apenas sorriu!

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