Meu Acaso Favorito

15-Parece que estou sonhando!

Samantha

Quando Paloma confessou o que sentia por mim, eu simplesmente fiquei em choque. Me perguntei todos esses dias se não era eu que estava confundindo amizade com outras coisas, mas o sentimento é totalmente recíproco. Ela gosta de mim! E então, quando ela achou que eu estava paralisada porque eu não sentia o mesmo, eu tive que calá-la com um beijo.

E esse beijo foi tão bom! Sem pressa, foi como se nada mais importasse ao nosso redor. Eu me entreguei ao beijo e ela também. Agora eu entendo o famoso beijo apaixonado que mostram tanto nas séries e filmes.

Antes de sair, pedi para o Diego enrolar nossos pais até onde desse. Porque, já que eu queria me declarar, nada poderia estragar esse momento.

Quando o Diego me liga, é porque eles estão perturbando demais. Sorte que o restaurante era perto de casa, então chamei um carro e fui rapidamente para casa. Abri a porta e escutei a voz do Diego e suas expressões. Ele estava passando a mão pelo cabelo rapidamente. Sinal de que ele estava bravo.

— Sim, mãe, ela saiu do banho agora — ele fala, enquanto me passa o telefone.

— Oi, mãe, o que foi? — falo, tentando manter interesse na conversa.

— Samantha, mês que vem vai ter um evento da Gucci e eu te inscrevi como modelo — ela fala, convencida.

A coisa mais legal é que ela me inscreveu sem nem me perguntar se eu queria.

— Tá bom, mãe.

— No próximo final de semana vai ter um evento da Valentino. Você e seu irmão vão poder ir?

— Poxa, mãe, esse final de semana não vai dar. O Diego vai ficar em plantão e eu vou ter que estudar bastante para a prova. Estou muito atarefada — tento inventar uma desculpa convincente.

— Tudo bem, e eu fiquei sabendo que você se assumiu publicamente. — Ela muda sua voz drasticamente, e eu apenas tento responder para o assunto acabar logo.

— Sim, mãe.

— Os sites de fofoca daqui não pararam de falar sobre isso. No começo achei que você estaria manchando o nome da família, mas até que tem alguns sem noção que te apoiam — ela ri nas suas últimas palavras.

Ótimo, meu dia foi incrível e vem essa velha lá do cu da França me perturbar em Los Angeles. Tento manter a calma. Quanto mais rápido eu responder, mais rápido o assunto acaba.

— Eles não são sem noção, mãe, por favor, tenha res...

E antes que eu pudesse falar alguma coisa, minha mãe completa:

— Esse mundo tá perdido. Já que não tem mais nada de interessante para falar, fique quieta. Quero falar com o Diego.

Faço uma cara de poucos amigos e olho para o Diego, que está sentado bebendo um refrigerante com zero açúcar. Ele entende o sinal e faz um gesto de indignação que me arranca uma risadinha. Ele pega o telefone e eu os deixo conversando.

Normalmente, se ela falasse assim comigo em dias normais, eu com certeza choraria e me sentiria um lixo, mas hoje não. Hoje foi incrível com a Paloma, e sei que toda vez que minha mãe nota que estou feliz, ela tenta estragar. Mas hoje não conseguiu. Nós nem temos assuntos de mãe e filha. Se antes ela já não ligava para mim, depois que me assumi piorou. Ela só liga para mim para informar sobre eventos e notas da escola. Acho que me acostumei a nunca poder contar como foi meu dia ou como estou vivendo uma paixão adolescente com uma menina, ou sei lá, coisas que mãe e filha fazem. Ela simplesmente não liga.

Ah, foda-se. Vou tomar banho e dormir. Não vou estragar minha noite com esses pensamentos autodepreciativos.

Escolho qualquer pijama e vou rapidamente em direção ao banheiro. Tomo um banho relativamente relaxante e quente, e assim que me deito, durmo rapidamente.