Experimentando (parte 2)

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Eles ficaram fazendo perguntas um pro outro pelo resto do dia. Harry descobriu que a sobremesa favorita de Malfoy é uma trufa de chocolate da França, que ele é poliglota e fala quatro línguas e que ele já assistiu uns trechos de um desenho animado em uma televisão trouxa uma vez quando era criança, durante um passeio com seus pais por Londres. Quando Harry perguntou porque Malfoy cursava Herbologia Avançada, ele explicou educadamente que era uma matéria importante para Poções, e ele planejava ser um Curandeiro. "Se me deixarem", ele não chegou a dizer, mas ficou claro no silêncio que se instaurou depois.

Apesar do seu histórico, Harry conseguia ver Malfoy nessa profissão. Ele era inteligente, extremamente racional e trabalhava com uma eficiência graciosa, qualidades que Harry acredita que seriam úteis para alguém da área médica.

Harry também respondeu a todas as perguntas que Malfoy teve vontade de fazer. Ele falou que gostava de Tortas de Melaço, que queria ser Auror, e que só tinha saído da Inglaterra uma vez antes de Hogwarts, quando tinha 7 anos, em uma viagem a Paris, quando sua tia e seu tio não conseguiram descobrir uma maneira de prendê-lo em seu armário por cinco dias seguidos. (Ele deixou essa parte final de fora, assim como a parte sobre ter que dormir no armário do hotel.)

Ele falou que queria visitar o Brasil um dia, porque estava interessado nas variedades da magia sul-americana. Falou que torcia para o Cannons, mais por uma questão de lealdade, porque foi o primeiro time profissional de quadribol ao qual ele foi apresentado, através de Ron. (Ele contou essa parte também, e falou que também gosta bastante do Puddlemere.)

Sempre que Harry respondia a uma pergunta, Malfoy levantava um pouco as sobrancelhas e murmurava: "Hmm." Sempre que ele respondia a uma das perguntas de Harry, o tom de voz dele era muito nivelado, com nenhum toque de desdém, apenas neutralidade.

Isso estava deixando Harry louco.

Honestamente, não é como se ele gostasse quando Malfoy era um idiota com ele (Quase sempre. A maior parte do tempo. Embora pudesse ser estranhamente engraçado às vezes), mas pelo menos quando ele era babaca, não havia essa distância frustrante entre eles. Pelo menos então, ele era honesto. Harry não tinha ideia de como eles seriam capazes de confiar um no outro se ele não conseguia tirá-los da bagunça que havia feito ao pedir que Malfoy fosse gentil.

Não era natural.

Foi só quando eles foram para a cama naquela noite que passou pela cabeça de Harry que ele poderia apenas pedir para Malfoy parar de agir desse jeito. Ou irritá-lo ao ponto dele não ter outra escolha se não rebater. Essa segunda ideia era melhor, na verdade.

Ele esperou até que eles estivessem acomodados sob as cobertas, nenhuma iluminação além da luz  que entrava pela janela, para finalmente executar seu plano.

"Quer continuar com as perguntas, Malfoy?"

Malfoy se ajeitou na cama. "Pode ser."

"Qual foi o lugar mais frio que você já foi?"

"Islândia."

"O mais quente?"

"Egito."

"Qual é o seu nome do meio?"

"Lúcios Black."

"Quem é a garota Greengrass?"

"É a.. Vai se fuder, Potter!" Malfoy deixou escapar.

"Tenho quase certeza que esse não é o nome dela," Harry disse secamente, tentando conter sua alegria. "E, lembra, a gente tem que tentar se conhecer melhor."

Depois de inalar e exalar profundamente algumas vezes, Malfoy disse: "Isso nunca iria funcionar, de qualquer maneira."

"O que?"

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