A Ligação (parte 3)

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Eles vão andando direto para o dormitório da Sonserina. O salão comunal é exatamente como Harry se lembrava: paredes de pedra, raios de luz esverdeados vindo do lago, uma lareira chique. Ele evitou contato visual com as outras pessoas ali, sabendo que estavam olhando para ele. Blaise Zabini, um dos poucos sonserinos que voltou para o oitavo ano, estava sentado com Pansy Parkinson e uma outra aluna, um pouco mais nova, que Harry não reconheceu. Os três estavam em um sofá Chesterfield macio, o estofado com aparência de custar uma fortuna.

"Então é verdade", questionou Zabini. Malfoy foi até seus amigos e Harry os seguiu. Apesar de estar irritado, Harry era capaz de raciocinar que aquilo era justo. Afinal, Malfoy não disse um 'aí' sobre ter que se sentar com os amigos de Harry durante o jantar. Zabini estava sorrindo de uma forma que deixou Harry desconfortável. "Slughorn entrou aqui e deu um aviso para a gente 'pegar leve' com vocês, e disse que vocês vão ter que ficar juntos. Nott me disse que ele ouviu por aí que Smith lançou um feitiço de casamento em vocês dois."

Malfoy soltou uma leve risada e se sentou no braço do sofá. Harry ficou parado em pé ao seu lado, o mais perto que podia sem ter que tocá-lo.

"Achei que você fosse esperto o suficiente para não ficar acreditando em rumores", disse Malfoy. "E por causa disso, eu vou poupá-lo dos detalhes. É o suficiente dizer que eu estou preso com Potter por alguns dias."

Os olhos de Parkinson brilharam com alegria. "Ah, mas Draco, rumores são tão divertidos. Por que diabos não acreditaríamos neles?" Sua voz se encheu de malícia. "E, quem sabe? Talvez adicionar alguns detalhes para deixar eles mais interessantes..."

Malfoy revira os olhos. "Pare com isso, Pans. Potter e eu estamos ligados por uma semana, mais ou menos. Aquele babaca estúpido do Smith achou que seria engraçado estragar com a minha vida por um tempo. A mesma merda com que estamos lidando desde... Enfim. Potter tentou manter seu status de herói e, surpreendentemente, não deu certo desta vez."

"Que 'mesma merda'?" Harry cortou, ignorando a parte ofensiva do final. Parkinson olhou para ele niveladamente e veio a cabeça de Harry lembrar da carta que ela havia enviado à ele nesse último verão. Estava cheia de comentários debochados sobre o cabelo e as roupas de Harry, mas em algum lugar enterrado no subtexto de toda aquela enrolação, parecia ser um pedido de desculpas genuíno por tentar entregá-lo a Voldemort. Ele tinha recebido algumas mensagens como aquela, até uma do próprio Malfoy, que ele decidiu imediatamente descartar da sua mente. Ele devolveu o olhar de Pansy e respondeu com um leve sorriso.

Ela fez uma expressão esquisita e então desviou o olhar. "A mesma merda que todos os sonserinos estão aguentando das outras Casas, e até mesmo de alguns professores. Muitas pessoas não ficaram felizes que alguns de nós decidimos voltar, e tem até quem defenda que a Sonserina como um todo deveria ter acabado", disse ela, enquanto analisava casualmente suas unhas pintadas de prata.

"Mas isso é", a objeção de Harry foi cortada por Malfoy.

"Fique quieta, Pans, ou ele vai acabar nos adotando como sua nova causa.", disse Malfoy com escárnio. Zabini riu, observando Harry com uma inclinação perceptiva de sua cabeça.

"Tá bem, tá bem", disse ela, fechando a boca e fingindo trancar ela com uma chave imaginária. "Vai viver seu sonho, Draco. Eu vou ficar fora dessa."

"Mentirosa", Zabini sussurrou, disfarçando com uma tosse. Parkinson bateu no ombro dele, curvando os lábios em um sorriso perverso.

"Você está bem, Draco?" Perguntou a menina mais nova que estava sentada com eles e que até então havia permanecido calada. Ela tinha uma voz agradável e delicada e era bastante bonita, Harry notou objetivamente, com cabelos castanhos cheios, olhos da mesma cor e pele pálida. "Você quer conversar sobre isso?"

Em Evidência da Teoria MágicaOnde histórias criam vida. Descubra agora