COLLEGE INTERNATIONAL ACADEMY
8:33PM
Auto-preservação.Encaro as cicatrizes já curadas em meus braços. São muitas.
Encaro meu reflexo no espelho, estou cheio de olheiras não durmo a dias, tenho tremor só de pensar que posso sonhar com ele de novo.
Aperto a pia com certa força, precisava esquecer isso. Precisava focar em outras coisas.
Coisas que me fizessem esquecer essa porra toda. Eu não precisava de mais isso, não precisava arrastar as pessoas para isso.
"Você pode contar comigo se precisar, espero que saiba que não existe só você nesse barco, somos eu e você agora. "
Puxo o elástico da pulseira com força e quando solto minha pele arde de sentir o impacto.
Encaro os remédios em cima da pia. São seis pílulas.
Encaro o chão sentindo meu sangue borbulhar, eu precisava. Mais não podia.
Puxo o elástico novamente. Vai funcionar, eu não vou tomar essas pílulas, preciso ser forte uma única vez na porra dessa vida.
Tomo as pílulas, quando elas descem pela minha garganta, me encosto na parede.
De olhos fechados, sentindo alívio e culpa. Mais isso não é o suficiente, eu queria que fosse.
Eu juro que queria mudar, mais eu estou lá de novo. Estou me enterrando, cada vez mais, cada vez mais fundo.
Abro a gaveta, pegando minha mini-faca. Sento-me no chão, sentindo todo remorso e culpa que poderia existir.
Um corte.
Doze cortes.
Vinte e um cortes.Jogo a lamina em qualquer lugar do chão meus braços sangram agora. Eu precisava ir, precisava deixa-lo ir.
Mais eu não queria, eu o queria. Mais não aueria que ele tivesse que entender o que eu sou.
Eu não queria arrasta-lo, eu não sairei disso. Eu sei que não. E não queria que ele tivesse que aturar com toda a bagunça que eu sou.
Ele não precisa disso, ele precisa de amor, e eu não posso dar. Não posso me arriscar, não de novo.
Eu não posso oferecer nada, eu estou morto por dentro. Tão quebrado que nem consigo respirar.