8.

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AGNES

COMO ISSO FOI ACONTECER? Nem eu mesmo sei explicar. Talvez eu devesse culpar Hyungseo por ter me feito passar por isso, ou até mesmo agradecê-la, eu não sabia dizer. Eu simplesmente dormi nos braços de um cara que mal conheço, realmente, a carência realmente mexia com o caráter das pessoas.

Eu estava com os olhos bem abertos e arregalados olhando para o rosto relaxado de Christian deitado em meu travesseiro, como se estivesse acostumado a dividir um pequeno espaço com alguém e nem ao menos se importou em ficar surpreso que dormimos juntos.

— Por que você está aqui? — perguntei exasperada.

— Por que está gritando? — falou com a voz baixa.

— Abra os olhos. — ordenei.

Ele fingiu não me escutar e eu cutuquei o seu rosto até que o mesmo abrisse os olhos.

Esses olhos que me encaravam sérios.

Parece que alguém detestava ser acordado.

Ele apertou a minha cintura me fazendo ofegar. Nem ao menos havia notado que ele ainda à segurava.

— Eu detesto ser acordado.

— E eu não estou nem aí — disse entredentes. — Por que está deitado em meu sofá? E agarrado em mim como se fosse um carrapato? Você esperou que eu dormisse?

Ele abriu os olhos e retirou a mão como se eu queimasse, senti falta do calor de seu toque. Ergueu seu tronco e olhou para mim seriamente.

— Esta insinuando que me aproveitei de você!? Que tipo de cara acha que eu sou? — ele se levantou. — Eu fiquei para cuidar de você. Não sou nenhum pervertido — seu semblante era sério e parecia um pouco decepcionado.

Por um momento me senti mal por ter insinuado tal coisa.

O olhei confusa.

— Então por que...?

— Você pediu.

𖤐

*FLASHBACK ON, NARRAÇÃO.

Agnes havia dormido há algumas boas horas e mesmo assim Christian não conseguia tirar os olhos dela. Não se importava mais com o que passava na televisão, pensava apenas na preocupação que havia sentido mais cedo quando à viu desmaiada no chão frio. Ele não dormiria em paz se algo pior tivesse acontecido.

Ele realmente havia ido até ela para falar sobre as tarefas, mas também havia ido para vê-la. Sentia falta dela, das suas falas sempre imprevisíveis, suas roupas vermelhas que contrastavam lindamente com a pele dela, dos seus fios dourados que lembravam pepitas de ouro. Ele nem ao menos havia beijado ela, podia contar nos dedos da mão esquerda quantas vezes à tocou.

Ele era um dos caras mais bonitos da universidade, sabia disso, não se vangloriava porque não achava nada mais fútil do que pessoas classificando as outras pelas suas aparências. Ele tinha presença, suas tatuagens cobrindo seus braços chamavam a atenção, seu sorriso encantador e sua risada melodiosa ainda mais, ele não era o tipo de cara frio que quebrava o coração das meninas, sempre deixava claro suas intenções, que era não se envolver de jeito nenhum. Além do mais ele dirigia uma Harvey, era o combo perfeito do badboy do ensino superior.

Mas ele não era badboy, tinha uma cachorrinha chamada Lori e forçava sua voz para falar com ela, além de que ele se dava bem com a sua mãe, fazia doações e trabalhos voluntários pelo menos uma vez ao mês quando sobrava tempo. A única coisa que achava que poderia duvidar de seu caráter era o fumo.

moth to a flame - dpr ianOnde histórias criam vida. Descubra agora