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                                                    capítulo revisado.

AGNES

MEU ESTADO ESTAVA DEPLORÁVEL, os lápis de olho nos olhos estavam começando a escorrer, batom estava borrado, meus saltos vermelhos estavam começando a machucar meus calcanhares. Vim ao banheiro para limpar uma mancha de vinho em meu vestido que derrubei propositalmente apenas para respirar um pouco.
Lugares chiques demais me sufocavam, sentia que não pertencia a eles, e essas pessoas me sufocavam, mas nada disso era culpa de Jungkook, afinal, ele era só um cara que queria dar ao menos orgulho aos seus pais e eu deveria ser como se fosse a namorada perfeita do garoto troféu que casaria com ele e carregaria seus lindos filhos.

Isso era o pesadelo da mãe dele.

Jungkook vinha de família rica e renomada de arquitetos. Nos conhecemos em um bar que grande parte da faculdade frequentava. Eu estava sentada no bar tomando soda com cerejas quando o barman me entregou uma bebida, eu havia dito que não tinha pedido e que ja tinha uma bebida, até que ele apontou para o outro lado do balcão e mostrou o autor do pedido. Ele sorriu, levantou seu copo e eu sorri de volta, não achei a cantada tão convincente, mas foi a forma que ele encontrou de se aproximar, dei um gole na bebida para não parecer mal agradecida apesar de eu não ter pedido e ele deu a volta e se sentou ao meu lado.

Achei ele fofo, os olhos eram redondos, brilhantes e ele tinha dentes que o fazia parecer um coelhinho, não foi difícil conversar com ele, ele tinha um jeito de deixar tudo confortável e seus flertes eram discretos, em nenhum momento ele me deixou desconfortável.

Eu esperava em um caso de uma noite só, mas ele demonstrou ser "diferente", ele chamou um táxi e me levou para casa mesmo com a minha insistência para que não fizesse, trocamos celulares e ele me largou em casa e nós nem mesmo nos beijamos.
Depois disso nos falávamos quase todos os dias, saímos mais algumas vezes, ele ia até o meu apartamento e eu ia até o dele depois da faculdade, e ficamos assim por 4 meses até ele me pedir em namoro.

Eu ainda não tinha certeza que gostava dele, por situações conturbadas de relacionamentos passados, havia deixado isso claro à ele, eu não conseguia me abrir com tanta facilidade para as pessoas e isso era até uma de nossas discussões, ele dizia que eu mentia para ele, mas eu omitia, se o assunto não me era questionado eu não via necessidade alguma de contar. Eu era adulta e meus problemas eram meus e eu precisava lidar com eles.

Eu não queria aceitar só por aceitar, relacionamentos são coisa séria e exigem compromisso. Jungkook entendeu e disse que iria esperar no meu tempo que era o mínimo que se poderia esperar, mas hoje em dia vindo de alguns caras isso é difícil.

Dois meses mais tarde enfim decidi dar uma chance à ele, ainda era incerto para mim, mas quis arriscar e agora já fazem oito meses que estamos juntos e eu ainda achava que era errada demais para ele. Eu sabia que isso não era e nem estava certo.

Meu celular apitou me tirando dos devaneios e era Jungkook perguntando se eu estava bem e se queria ir embora, que estava quase na hora de contar a notícia aos seus pais, a notícia no qual nem eu mesma sabia, ele me enrolou a semana toda para me dizer que contaria na hora certa. Respondi sua mensagem dizendo que estava tudo bem, limpei a mancha, retoquei a minha maquiagem, ajeitei meu cabelo e sai do banheiro de volta para a mesa que estávamos.

— Espero que eu não tenha feito vocês esperarem muito — me sentei ao lado de meu namorado.

— Claro que não, amor. — apoiou o braço em minha cadeira e deu um beijo na minha bochecha.

— Nós já pedimos a sobremesa, eu espero que goste de côco, pedi especialmente para você. — a Sra Jeon havia dito.

Eu odiava côco e ela sabia desde o meu quinto mês de namoro com Jungkook quando almocei com sua família pela primeira vez.
Ela nunca gostou de mim, percebi isso logo de cara. Sempre que estávamos juntos ela fazia questão de perguntar sobre a ex namorada dele.
Ele dizia que isso era coisa da minha cabeça e que ela era assim mesmo. Peguei o hábito de deixar isso para lá, não queria colocar um filho contra uma mãe, mas haviam certas coisas que era secas demais de engolir.

moth to a flame - dpr ianOnde histórias criam vida. Descubra agora