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Isabeli 🌞

Ele não parava de me encarar, mas eu encarava de volta.

Minha história com o João não era muito tranquila. Brigamos direto por motivo bobo...

Mas por mais que isso tudo aconteça eu ainda gosto muito dele, não sei dizer se é amor, nós ficamos tem quatro meses.

Nossa última briga foi porque ele me viu com outro e quis dar o troco, ele ainda surtou comigo depois, mas a foto chegou em mim e pelo visto tinha sido no último baile daqui.

Mas ele mesmo disse que estamos só ficando, não tem nada estabelecido, então tecnicamente, estamos solteiros, certo? Certo!

Acabamos de comer e eu fui ajudar a Ana com as louças.

Gabi: Isa, você tem que colocar juízo nessa cabeça, cara! Você age como uma criança, qualquer coisa pega birra, desse jeito cê não para com ninguém, poxa.

Isa: Eu sei, Gabi. Mas ele não facilita, mano! — falei secando um prato. — Qualquer coisinha ele fica com outra, varre os problemas pra baixo do tapete e eu fico sobrando. Isso cansa.

Gabi: Você tem que decidir logo. Você não tem mais catorze anos, já tá grande pra tomar suas decisões e ver o que tá certo e o que tá errado. — ela respondeu me entregando um copo. — Eu sei que vocês tem os problemas de vocês, mas nem você e nem ele merecem ficar passando por essa situação.

Ouvimos passos e a Gabi se virou pra olhar, logo me lançando um olhar que dizia "resolve teu b.o. agora, gatona".

Jotapê: Isabeli, posso bater um lero contigo rapidão?

Suspirei.

Gabi: Vai lá, depois você seca essas louças.

Balancei a cabeça positivamente e segui o João Pedro até o quarto dele.

Encostei na parede e cruzei os braços.

Isa: Você não vai me beijar e transar comigo achando que isso resolve tudo como em todas as outras vezes, né? — perguntei baixo, ouvindo ele soltar um suspiro cansado.

Jotapê: Tô cansado desse caô, cara. Toda semana é uma briga pelo mesmo motivo.

Isa: Você que surta e fica com puta, porra! Quer que eu faça o quê? Veja você fodendo outras e fique quieta? Ah, vai se foder! — revirei os olhos e apoiei meu pé na parede, mas logo desencostei e me aproximei dele, apontando o dedo na sua cara. — Quer saber? Faz o que você quiser! Você é solteiro, eu também, se for pra ficar nesse vai e volta eu prefiro ficar sozinha!

Jotapê: Isa...

Isa: Era isso que você queria, né? Terminar tudo. Eu também to cansada, tenho que resolver uma caralhada de coisas que tão acontecendo na minha vida e você tá fodendo tudo! — comecei a gritar e senti meus olhos lacrimejarem, mas eu não ia chorar na frente dele nem fodendo.

Jotapê: Dá pra parar de apontar culpado nessa porra? — gritou de volta. — Porra, Isabeli, nós dois temos culpa, caralho! A gente tá nessa situação porque ninguém toma a porra de uma iniciativa.

Eu virei o rosto e ele me fez olhar pra ele de novo.

Jotapê: Tu vai largar essa vida de farra e eu também, a partir de agora tu é minha e eu sou teu, sem caô mermo! — falou e eu dei um sorriso pequeno, apoiando as mãos na cintura dele.

Isa: E se eu não quiser...? — perguntei em um tom provocativo enquanto passava a minha mão pelo abdômen dele.

Jotapê: Tem que querer porra nenhuma, tu é só minha, sempre foi, só não oficializado. — fiquei em silêncio, só olhando pra ele. — Namora comigo, Isa. Vamo acabar com essa confusão.

Dei um sorriso sincero e pulei no colo dele. Ele falou tudo que eu queria ouvir em quatro meses, finalmente!

Isa: Você é tudo que eu mais quero, João! — falei e beijei ele.

Jotapê: Tu é meu sonho, morena — sussurrou contra os meus lábios e começou a beijar meu pescoço, fazendo eu me arrepiar e empurrar ele contra a cama.

Gabriela 🌷

Terminei de lavar a louça e fui pra sala, deitar com os meninos.

Vidal: Vai colar no baile hoje, Tiffany?

Sorri com o apelido. "Tiffany porque tu é maluca igual ela".

Gabi: Cê me busca em casa? — perguntei com um sorriso pidão.

Vidal: Tá fácil a vida...

Gabi: Que bom que você sabe.

Bernardo deitou em cima da minha barriga e colocou os pés em cima do Guilherme. Fiquei mexendo no celular enquanto o Vidal e o Bê estavam entretidos no desenho.

Vidal: Vou pro corre, até mais tarde, gatinha. — disse me dando um beijo na testa e levantando minha blusa, olhando novamente pros meus peitos.

Gabi: Cê perdeu alguma coisa aqui?

Vidal: Minha dignidade.

Eu ri e ele balançou a cabeça negativamente.

Bernardo: Tchau, padrin! — disse baixinho e o Vidal deu um beijo na bochecha dele, saindo em seguida.

Fiquei vendo o desenho com o Bê até notar que ele estava dormindo, então fui puxar um ronco também.

Libertinagem (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora