Parte 1

517 36 43
                                    

Notas do autor: Essa fic era pra ser uma oneshot, mas tá ficando enorme então vou particionar pra que a leitura não fique cansativa. Essa fic existe graças a um grupinho de nóias que me arrastaram a força pra esse fandom mesmo que eu seja uma hater de carteirinha do jogo <3

Se quiserem brigar com alguém por isso aqui existir, briguem com Kyle, Raven e Riss. Menções honrosas ao Jake e ao Mori que foram dragados pra esse meio junto comigo.

Avisos: essa fic foi escrita para um público adulto e contém vários temas sensíveis que podem causar gatilhos. Se você tem gatilhos com algum dos temas abaixo, prossiga com cautela. Se você é menor de idade e tá lendo isso, não conta pra sua mãe.

- transtorno dissociativo de identidade
- possessão demoníaca
- piadas com religião
- investidas abusivas
- falhas de comunicação que levam a violência
- violência
- abuso de drogas e álcool
- relacionamento poliamoroso conturbado
- discussão sobre suicídio e depressão
- sexo explícito

PS: Esta fanfic não tem o intuito de retratar corretamente nenhum tipo de transtorno psicológico. Inicialmente pretendia falar sobre TDI, porém conforme a evolução da história, foi tomando um rumo diferente e a ideia inicial foi completamente alterada. Não aconselho espelhar experiências pessoais nos personagens aqui descritos. Em caso de suspeita de qualquer tipo de transtorno psicológico, procure um médico especializado.

Se você mesmo assim quer ler essa bomba, divirta-se!
_______________________________


Algo de errado estava acontecendo. Kayn sabia que sim, sabia há algum tempo considerável, mas insistia que não era nada demais.

Começou com uns esquecimentos aqui e ali; umas bebedeiras que acabava acordando no dia seguinte sem se lembrar de nada, amnésia alcoólica... normal, certo? Errado. Kayn tinha certeza que não tinha bebido nem antes, nem depois do show na noite passada, mas acordara com aquela sensação horrorosa da ressaca. A boca seca, o estômago embrulhado, a dor de cabeça aguda.

Levantou-se cambaleando no quarto escuro e precisou se apoiar na parede para não ir ao chão de uma vez. O equilíbrio completamente perdido, estômago revirando. Respirou fundo segurando firme e abriu a porta. O sol que iluminava o corredor inundou o quarto escuro e fez Kayn cerrar os olhos com força usando o braço para cobrir o rosto. Yone, que calmamente lia um livro sentado na poltrona da sala, ergueu os olhos azuis em direção ao corredor que levava para os quartos ao ouvir o barulho da porta se abrindo, bem a tempo de ver Kayn dar o primeiro passo para fora e desmontar em direção ao chão com um estrondo.

O produtor fechou seu livro colocando-o sobre a mesa de centro e se levantou indo em direção ao rapper a passos rápidos, ajudando-o a levantar-se sem questionar demais, segurando-o por sob os braços para dar apoio.

— Tome um banho e coma alguma coisa. Vou te fazer um café forte. Você está fedendo. — o homem de cabelos brancos alfinetou, ajudando Kayn a caminhar até o banheiro, então o empurrando para dentro do box e saindo para buscar uma toalha para ele, logo voltando, deixando a toalha limpa lá e fechando a porta.

Kayn sequer conseguiu responder à provocação. Tirou a camisa e levou a mesma até o nariz, torcendo as feições ao compreender o comentário de Yone: estava imundo. Como sequer tinha conseguido dormir daquela forma? Olhou-se no espelho, destruído, olheiras fundas, exausto, os cabelos completamente desgrenhados. Arranhões nos braços. O que caralhos tinha acontecido? Quanto tinha bebido? Não se lembrava de colocar sequer um único copo de álcool na boca e ainda assim...

Rendeu-se ao banho. Era melhor pensar nisso quando estivesse melhor.

Depois de um banho revigorante, sentia-se um pouco melhor, mas ainda faltava algo no estômago. Seguiu para a cozinha onde encontrou Yone servindo um café da manhã. Rezou internamente para que ele não lhe estivesse torturando com aquele maldito natô* que ele costumava arrumar de vez em quando. Odiava aqueles malditos feijões fedidos e era o que menos precisava naquele momento absolutamente confuso. Por sorte não tinha nada como feijão mofado sobre a mesa, mas um café da manhã que mais parecia um bom almoço do seu ponto de vista. Arroz — provavelmente japonês, considerando que era Yone quem tinha feito, o que tinha um gosto estranhamente doce, mas era melhor que natô —, vegetais cozidos, peixe grelhado, manga cortada e um copo de chá o qual o produtor acabava de servir.

Placeholder (EzKayn)Onde histórias criam vida. Descubra agora