Que Ezreal e Kayn eram como duas metades do mesmo idiota, isso ninguém jamais discordaria, mas que os dois decidiriam — diga-se de passagem — entrar de cabeça naquela história como dois kamikazes e se meter por vontade própria no relacionamento e na vida amorosa alheia… ah, isso todo mundo sabia também.
E era justamente esse pequeno detalhe que plantaria uma semente enorme de caos dentro da cabeça de alguns membros da Heartsteel sobre as intenções verdadeiras de K’Sante ao falar sobre seu relacionamento passado com Yone justamente para o casal de fofoqueiros, justamente no momento em que as coisas começavam a ficar ainda mais esquisitas entre o produtor, seu amante e o namorado dele.
— O que você pensa sobre isso? — Ezreal perguntou casualmente ao rapper enquanto jogava no computador e o outro estava deitado em sua cama preguiçosamente mexendo em suas redes sociais.
— Sobre isso o quê? Às vezes penso que você acha que eu estou dentro da sua cabeça como o Rhaast está dentro da minha. — Kayn suspirou, desviando o olhar do celular para o cantor que não desviava os olhos azuis da tela por um minuto sequer.
— Sobre K’Sante, claro! — Ezreal bufou. — Ele parece ainda amar o Yone, mas o Yon tá cagando pra ele! Isso não é triste?!
— Pff… O Sante é um gostoso; isso é o que eu acho dele, ponto. Só que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, e não importa como eu tente pensar nisso, não sei o que o Yon pensa de fato. Será mesmo que ele não gosta mais do Sante? Será mesmo que não dá pra somar mais um nesse trisal da desgraça… Onde come três, come quatro. ‘Cê não concorda comigo?
Ezreal gargalhou, mas logo tentou controlar o volume da própria risada. Já era tarde da noite quando conversavam e todos os outros deviam estar tentando dormir àquela hora.
— Daqui a pouco vai querer enfiar nós dois nesse “trisal da desgraça” e colocar todo mundo pra comer na mesma tigela. — o cantor riu. A partida terminou e ele girou a cadeira, ficando de frente para o rapper para conversar melhor.
— Isso não. De jeito nenhum. — Kayn esticou a perna para fora da cama, puxando a cadeira de Ezreal mais para perto com o pé e puxando o cantor para cima de si, girando com ele na cama para inverter as posições de forma que ficasse por cima do menor. — Já é difícil pra caramba te dividir comigo mesmo. Sabe o que o Rhaast faz comigo? Ele faz eu assistir tudo! Toda vez que ele assume o controle ele fica usando você pra se exibir pra mim…
— Ele fez isso uma vez só, Ka.
— Já é muita coisa! — fez bico e enfiou o rosto contra a curva do pescoço do cantor que riu baixinho daquela atitude, achando fofo. — Eu tive tanta dificuldade pra me aproximar de você do jeito que eu queria… Pra me declarar pra você… E ele se aproveita da minha fragilidade pra usar você pra se exibir pra mim!
— Ezreal está certo, eu não sou um problema tão grande assim e você está exagerando. — A voz grave deixava clara a mudança de personalidade.
— Ah, claro! — Kayn resmungou com sua voz normal. — Chegou o arroz de festa.
— Você é um fracassado sem mim, cala a boca. Se não fosse eu, você estaria chupando dedo até agora, Kayn. Fica aí reclamando de mim, mas quem tomou a coragem de tentar uns amassos com o Ez fui eu. Assustei ele nas primeiras tentativas? Talvez…
— Com certeza… — Ezreal concordou com a última parte.
— Mas os meios justificaram os fins e aqui estamos, lindos, fofos e praticamente casados. Olha que maravilha! O importante é realmente o que importa no final.
— Aparece só pra falar merda mesmo? — Kayn resmungou.
Ezreal riu. Ainda não tinha decidido se achava que era engraçado ou perturbador quando Kayn começava a conversar consigo mesmo daquele jeito, mas as caras e bocas que fazia definitivamente eram divertidas. Ele era doido, mas era seu doidinho. Abraçou o mais alto pelo pescoço, puxando-o para um beijo e calando sua boca antes que continuasse com aquela discussão.
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Placeholder (EzKayn)
Fiksi PenggemarKayn nota que há algo de errado com ele. Não é mais necessário que ele beba nas festas para que se esqueça do que aconteceu no dia seguinte, e dias inteiros parecem simplesmente ser apagados de sua memória. O medo de ser tratado como louco e expulso...