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TRINTA E CINCO

Wuxian sufocou seu segundo bocejo em menos de cinco minutos.
Ele estava sempre cansado, empurrando-se durante semanas para cumprir cada prazo no cronograma exigente. Todos na equipe estavam presos com ele, igualmente empurrando-se, avançando tanto quanto podiam a cada dia. Wangji tinha deixado o escritório para uma reunião no final da manhã, enquanto Wuxian tinha aproveitado o silêncio, roubando algumas horas extras para revisar detalhes que seu perfeccionista interior exigia que fossem mexidos no plano. Ele amava a sinergia de trabalhar com a equipe, mas era um pouco difícil ficar no mesmo espaço que eles com os telefonemas constantes e interrupções para lidar com as tarefas do dia-a-dia.

— Você se importa se pegarmos as estradas de superfície em vez da rodovia? Estou recebendo um relatório de grande lentidão em alguns pontos ao longo do caminho.
— Disse Jason.

Wuxian olhou para o motorista da empresa quando ele trocou seu foco entre a estrada à frente e o espelho retrovisor enquanto dirigia.
— De modo nenhum. Tudo o que você achar melhor.

Não ter que lidar com o tráfego de pós-Ação de Graças – era definitivamente um privilégio de ter um motorista. Ele esticou as pernas e recostou-se contra o encosto de cabeça. Ele tinha perdido a noção do tempo e assumiu que Wangji deveria estar em casa agora. Um sorriso cansado escorregou por seus lábios. Ele nunca teria imaginado que ele seria um homem de negócios ou que chegaria tarde em casa depois de um longo dia de trabalho.

Ele rolou a cabeça para o lado na almofada de couro macio e olhou pela janela. Os estacionamentos estavam cheios e as pessoas às pressas entravam em lojas, enquanto outras empurravam sacos cheios de compras em seus troncos para liberar suas mãos para a próxima rodada de compras. Todos em torno dele faziam listas de desejos ou falavam sobre como obter este presente em uma venda ou uma loja oferecendo o melhor negócio. Sua equipe havia lhe perguntado o que ele queria para o Natal, mas ele ignorou a pergunta cada vez.
Ele já havia recebido dois presentes para durar uma vida que ele iria valorizar cada dia: a sua liberdade e uma segunda chance com Wangji.
Ele ainda não tinha certeza de que ele merecia estar ao lado de Wangji, mas ele trabalhava lentamente em direção a esse objetivo com cada dia que passava. Ele incluiu dias cheios de tarefas intermináveis e responsabilidades no escritório, mas todo o stress e loucura do dia sempre desaparecia quando eles estavam deitados na cama cada noite. Esse era o arco chique envolvido em torno do presente perfeito. E exatamente por isso que ele e Wangji tinham concordado que os únicos presentes que iriam trocar seria tempo juntos, um dia inteiro sem interrupções ou falar de loja, mas muito sexo até que ambos desmaiassem. Ele definitivamente não se oporia a essa oferta.

— É o presente que continua a ser dado. — Wangji havia dito na noite passada antes de desmaiar no sofá em sua euforia pós-orgástica.

Wuxian rolou seu lábio inferior entre os dentes, escondendo um sorriso com o pensamento. Wangji era seu presente. Um que ele com certeza apreciava desembrulhar todos os dias.
Algo chamou sua atenção, sacudindo-o em seu assento.

— Jason, você pode ir para aquele lado, por favor?
Ele esticou o pescoço para ter uma visão melhor entre os carros que passavam quando Jason encontrou um local seguro para parar. Ele descansou o cotovelo na borda da janela e puxou o lábio, olhando para a tenda cheia de árvores de Natal.

Crescendo, ele nunca tinha tido uma em sua casa para os feriados. Um ano, ele havia recuperado uma pequena árvore de plástico que alguém tinha descartado. Quem quer que fosse, deveria ter pensado que era lixo, uma vez que seria de decoração única, mas ele não se importou. Quase um e cinquenta de altura, o arbusto desigual significava algo para ele.
Isso foi motivo suficiente para seu pai tirar a árvore e queimá-la na churrasqueira no quintal, derretendo o plástico e a tentativa de Wuxian de ter qualquer tipo de elogio do feriado.

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