Capítulo - 13 (fim)

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Ao chegarem no jardim, ambis os reis não podiam acreditar no que viam. As crianças correram para dentro aos prantos, dois dos guardas que faziam ronda pelo local estavam caidos no chão, aparentemente inconscientes, e o guarda que havia acompanhado as crianças até lá estava empunhando uma espada ensanguentada.

Q!Roier não pudera reagir quando viu o corpo de seu filho mais velho caido em uma poça de sangue no chão. Ele sentira o estômago embrulhar e a vontade de gritar presa em sua garganta.

Q!Cellbit, por outro lado, não se permitira olhar para Bobby. Ele encarava o homem parado a alguns metros de distância, enquanto sentia lágrimas escorrerem pelo rosto.

- Uma vida por outra, agora sua dívida está paga. - O homem correu para a escuridão, logo sendo seguido por alguns guardas que haviam chegado.

Q!Roier, sem excitar, correu aos prantos em direção ao filho, que quase não respirava mais. Sem se importar com nada, ajoelhou-se ao lado de Bobby, deixando o sangue manchar suas calças brancas, e pegou a criança em seus braços.

- ¡Bobby! ¡Bobby, hijo mío! ¡Habla conmigo! No te rindas, cariño. - Q!Roier falava desesperado para o filho.

- Papá, quería ser un gran guerrero, pero acho que não vou poder. - Bobby falava baixo e arrastado, quase não emitindo som algum.

- Não diga isso, você é um grande guerreiro! Cuidou de seu irmão durante todos esses anos, foi forte o suficiente para não desistir quando não estavamos aqui. Você foi o melhor e mais nobre guerreiro que eu já vi, foi o meu guerreiro. - Q!Cellbit falava enquanto se juntava a q!Roier e a Bobby no chão.

- Papá, ¿puedes cuidar de Richarlyson sin mí? - A criança tossia entre as palavras.

- Pero claro que nos ocuparemos de él, cariño. Deja de hablar así, deja de hablar como si te fueras. - Q!Roier chorava abraçando o filho.

- Papá, ¿sabías que te amo? Tú también, papá q!Cellbit y Richarlyson, los amo mucho a los tres. - Bobby sorriu.

- Eu também te amo, Bobby. - Q!Cellbit abraçou o marido e o filho.

Q!Roier sentia as batidas do coração de Bobby contra seu peito, ele sabia que estavam próximas de acabarem, mas ninguém o contou que iria doer tanto quando o fim chegasse. A dor o consumia, ele sentia o coração doer, como se o mundo inteiro fosse acabar, ninguém está pronto para a perda de um filho, ainda mais em seus próprios braços. Ele gritava, sem se importar com quem ouvia, abraçava o corpo sem vida do filho contra seu peito e chorava tudo o que tinha, não se importava se iria amanhecer sem voz ou com a garganta sangrando, só queria gritar até sua dor passar, mas não iria adiantar.

Q!Cellbit não estava diferente, chorava igualmente, sem largar do abraço, sabia que q!Felps já estava fazendo com que todos os convidados do baile se retirassem, sabia que não precisava se preocupar com nada. Nada além de seu filho. Nada além de seu filho morto em seus braços.

Ele avistara Richarlyson na porta do jardim, parado, sem saber o que aconteceu, não queria que a criança visse seu próprio irmão morto e ensanguentado nos braços do pai, mas não podia tirar o direito de vê-lo uma última vez.

Richarlyson se aproximava, excitante, com medo do que estava por vir. Sabia que não era algo bom, ele tinha visto o guarda esfaquear Bobby, mas ainda não sabia que estava morto. A criança, parada ao lado dos pais, encarava, com os olhos arregalados, um semblante de horror, o irmão.

- Bobby? Bobby está bem, não é? Ele só desmaiou, certo? Bobby? Bobby, pare de brincadeira, me responda seu idiota! BOBBY! - Richarlyson gritava em meio ao choro.

- Richas, olhe para mim. Richas! - Q!Cellbit tentava conter o filho.

- Bobby! Por favor! - Richarlyson se debatida nos braços do pai.

Amarantos pra lá e pra cá - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora