(Os capitulos 1 à 14 foram reescritos e muitas coisas mudaram, se já leu a história antes recomendo ler novamente)
Não era novidade que os estudantes da maior academia de Teyvat, a academia de Sumeru, eram conhecidos por sua grosseria e Arrogância...
Meus dedos estão ardendo de frio e de dor conforme eu escalo mais uma parede das rochas gélidas da espinha do Dragão, a neve que insiste em cair á três dias consecutivos se acumula nos meus cílios, cabelos e sobrancelhas, os meus dentes e maxilar doloridos depois de tanto tempo se chocando, por mais que todo meu corpo implore eu não posso desistir, pelo menos, não tão perto da edelweiss, a edelweiss é uma flor que só nasce no topo da espinha do dragão, somente lá, e é justamente essa flor que vai garantir que eu passe na Academia de Sumeru, ela é o ponto final que eu preciso para terminar a pesquisa, eu estou a três dias enfrentando uma nevasca intensa e quase uma semana dentro desse inferno de gelo eterno conhecido como espinha do Dragão, não posso cair, a morte é certa.
Enfrentei monstros, fome, sede e principalmente muito frio, meus dedos começaram a ficar pretos nas pontas por causa da má circulação.
A cada impulso que eu dou para chegar mais alto meus músculos imploram de dor, perdi meu equipamento de escalada na última grande tempestade, então estou tendo que escalar manualmente. Meu corpo apresenta alguns sinais de hipotermia, mas não posso desistir, não quando eu estou tão próxima do topo.
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Minha mão finalmente agarra a planície no topo da montanha, com um grande e último impulso eu me jogo pra cima, caindo sobre a neve branca e macia, fechando os olhos e respirando pesadamente, acabou, eu cheguei no topo. Minha visão está embaçada e meus braços parecem gelatina, também não sinto metade do meu corpo, meu ombro direito dói insuportavelmente, não duvido que tenha deslocado. Com dificuldade me levanto do chão e começo a procurar ao redor pela flor. Aí que parece no topo da montanha há uma antiga civilização, ou melhor, destroços do que um dia foi, mas pensando bem, toda a espinha do Dragão parece um dia já ter sido uma civilização que foi apagada da história. Enquanto procuro pela flor encontro uma enorme cratera no chão, parece haver algo dentro, minha visão não é muito boa mas eu chuto ser um pilar, há uma sensação estranha, não sei explicar, tem algo que me chama, como se me atraísse para dentro daquela cratera, como um inseto sendo chamado para a luz, também sinto a estranha sensação de estar sendo constantemente observada mas não tem ninguém lá, eu estou sozinha, eu acho.
-Me proteja Barbatos. - Sussurro e me afasto do lugar receosa, só iria entrar ali em necessidade extrema, e esse não é um momento de necessidade extrema.
Após longos vinte minutos de procura e finalmente avisto algo de longe, ali está, a edelweiss, florescendo lindamente sobre a beirada da montanha.
Me aproximo lentamente, o chão que eu piso parece frágil e é muito escorregadio, mas isso não me impede de seguir em frente. Um amontoado de neve cai quando eu chego mais perto da flor, observo as pétalas brancas e macias rodeando as pequenas bolinhas amarelas de seu interior. Um sorriso quase desacreditado surge em meus lábios, eu tiro um pé do chão para chegar perto da edelweiss, as pernas pesadas pareciam imãs a se colar no chão, é como se o tempo parecesse ficar mais lento, lento até demais. Meus dedos anseiam pelo toque aveludado da flor, era como um sonho real, meu corpo parece flutuar. Sou pega de surpresa quando algo, ou alguém acerta um súbito golpe no meu estômago, o golpe é doloroso e forte, minha visão fica preta e então eu me desequilíbro e caio para trás. O desespero se torna presente quando minha consciência retorna, eu estava caindo, sinto minhas roupas e pele sendo rasgadas enquanto eu rolo montanha abaixo, tento me agarrar e me prender de alguma forma, mas meus dedos escorregam e esfoliam contra as pedras, descolando minhas unhas da carne. Comecei a chorar de dor e desespero, era o fim, era o fim para mim, uma rocha afiada corta a lateral da minha barriga, abrindo uma ferida profunda. E então felizmente ou infelizmente a ladeira acaba, agora eu estava em queda livre, começo a implorar por ajuda dos deuses, alguém, algum deles teria que me ouvir.
