Cap-4_Grosseiro da Biblioteca

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   Eu tenho uma certa mania toda vez que eu acordo, é como se fosse uma necessidade, a necessidade de ficar sentada na cama na mesma posição por 5 minutos olhando pra um ponto fixo enquanto espera o corpo reagir.

   Levanto com muita dificuldade e coloco minhas pantufas fofas de coelhos nos pés, olho para elas e percebo que o coelho da direita perdeu um pedaço da orelha, olho para a assassina de pantufas dormindo na cama tranquilamente, fica esperta Fallen, vou descontar da sua comida.

   Tomo um banho pra tentar acordar, tento domar meu cabelo que é muito teimoso para me obedecer então apenas desisto e deixo do jeito que está, idai que está parecendo um ninho? pelo menos ele está limpo.

   Finalmente coloco aquele uniforme horrível, e como eu já imaginava largo demais para mim como toda e qualquer roupa que eu coloco, por ser muito largo ele fica deslizando para o lado e mostrando meu ombro, eu só quero meter a tesoura nessa porcaria e colocar algo confortável e de preferência bonito.

   — Adeus Fallen, mamãe volta mais tarde —  coloco comida para ela e dou um beijinho na testa dela.

   Tranco a porta do apartamento e vou correndo até a Akademiya, no caminho passo em uma barraquinha e pego algo para comer de café da manhã.

   As portas da academia estão abertas e eu percebo o fluxo de estudantes, abaixo a cabeça e tento passar sem chamar muita atenção, odeio lugares lotados, eles costumam me deixar ansiosa.

    A cada passo que eu dou no corredor lotado faz meu coração ficar mais acelerado, esse uniforme ridiculamente largo pinica, a garganta se fecha em um apertado nó dificultando a respiração, eu consigo sentir os olhares, estavam olhando para mim? para meu cabelo ridículo? para meu rosto?

   Um pequeno toque no meu ombro me faz acordar para a realidade novamente, eu respiro fundo e me viro para trás.

   — Com licença, você deixou cair isso.

   No começo não reconheci, mas depois eu percebi, os cabelos estranhamente cinzas, e os olhos verdes, é o cara que eu esbarrei ontem.

   Ele está com um papel na mão, eu provavelmente deixei cair dos livros que eu carrego na mão

   — Ah, obrigada — Pego o papel das mãos dele.

   — De nada, você é nova aqui? — Ele cruza os braços.

   — Sim...cheguei ontem_meu olhar evita escorregar para abaixo de seu pescoço, o peitoral definido pela blusa preta agarrada é evidente, como pode um cara ter mais peito que eu?

   — Qual seu nome? — Ele parece me analisar.

   — Esmer, Esmer Vakulich.

   Ele parece pensar por um momento e então olha para mim novamente — Bem Esmer, você deveria cuidar melhor de suas coisas, não quer perder nada nos primeiros dias de aula, quer? — Ele fala em um tom grave.

   — Como você viu foi um acidente, mas fique tranquilo, não vai acontecer novamente — Falo sem conseguir disfarçar o tom de indignação, quem ele acha que é pra vir me corrigir?

   Ele levanta uma sobrancelha parecendo um pouco surpreso, mas então descruza os braços e volta a andar.

   Ele se afasta e eu volto a fazer minhas coisas também, afinal não é uma coisa dessas que vai parar meu dia, pelo menos essa distração serviu para acalmar minha ansiedade.

   Ele se afasta e eu volto a fazer minhas coisas também, afinal não é uma coisa dessas que vai parar meu dia, pelo menos essa distração serviu para acalmar minha ansiedade

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