CAPÍTULO 15

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Eu não vou desistir de Bruno. Não dá.

Acabei de chegar em casa e tinha flores e chocolate na minha cama. Eu não vou terminar com ele agora.

Por mais que eu queira muito ficar com Ana, por mais que a vontade seja grande e tentadora. Eu me meti nisso e não tem como sair nesse momento.

Respira fundo, Natalie.

Abro um chocolate e como. Estou começando a ficar ansiosa e alguém precisa tirar esses doces de perto de mim.

Adiciono Bruno em meus contatos e agradeço pelo gesto.

Preciso pensar.

.

Já faz uma semana desde que eu e Ana tivemos aquela conversa e, por mais discreta que seja, percebo a ansiedade dela por uma resposta.

Atualmente não ficamos o tempo todo juntas nem separadas. É sempre um meio termo, como se nos tratássemos apenas como conhecidas.

Nesse meio tempo fiz algumas amizades, inclusive com a garota morena que me chamou pra virar shots com ela naquela festa na casa de Bruno. O nome dela é Júlia.

Porém, não consigo mais prolongar esse assunto com Ana Beatriz.

Então, quando bate o sinal para irmos embora da escola, a alcanço.

"Ei" - Pego no braço dela e ela se vira, surpresa - "Você pode ir lá em casa hoje a tarde? Pra conversar"

A esperança nos olhos dela fazem meu estômago revirar.

"Ah, sim, claro" - Ela sorri.

Fico sem saber o que falar ou fazer então só sorrio de volta e vou embora.

É 15:34 quando a campainha de casa toca e eu me levanto num pulo.

Abro a porta e Ana está com um vestido branco com estampa de cerejas, segurando uma cesta e um lençol.

"Pensei em fazermos um piquenique" - Diz.

Levanto as sobrancelhas e vamos para o parque da cidade. Escolhemos uma sombra sob uma cerejeira e estendemos tudo.

Não sei qual a intenção dela com isso e já não tenho mais tanta certeza se quero continuar com Bruno mesmo.

"Então..." - Ana diz para me incentivar a começar a falar.

Mas parece que tem uma bola presa em minha garganta porque não nenhum som sai da minha boca.

As coisas ficam ainda piores quando ela pega um morango da cesta e coloca na boca. Ela não fez na maldade, eu sei que não, mas presto atenção como a boca dela envolve a fruta, como a cor dos lábios contrasta com a cor do morango, competindo quem é mais vermelho. Desço os olhos para o seu corpo e prendo a respiração quando vejo que o decote do vestido deixa escapar um milésimo centímetro do bico de seu seio.

Levo a mão até o tecido e o puxo levemente para cima, o que faz Ana respirar fundo e meus dedos faiscarem. Volto a olhar para ela e a boca brilhando de tanto gloss é uma tentação, já que sei o gosto que tem. O cabelo ruivo bem claro, as sardas, os cílios enormes, o cabelo atrás da orelha revelando um brinquinho pendurado, os lábios vermelhos como sangue, o vestido estampado com cerejas, os seios tão fartos que quase pulam para fora do decote, a cor tão clara da pele dela, o perfume doce quase enjoativo, o raio de sol que bate levemente em seu rosto deixando os olhos cor de mel quase verdes, são uma tentação. Ana é a tentação em pessoa. E eu não sei mais quanto tempo eu resisto.

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